O Bailarino da Toca e herói da Libertadores
Habilidoso, técnico e goleador, Joãozinho é uma das figuras mais marcantes da história centenária do Cruzeiro. Apelidado de "Bailarino da Toca" por sua leveza e genialidade em campo, o ponta viveu momentos inesquecíveis com a camisa azul entre 1973 e 1986. Ele não apenas encantou torcedores com seu estilo irreverente, mas também eternizou seu nome como o autor do gol do título da Copa Libertadores de 1976.
Natural de Belo Horizonte, Joãozinho iniciou sua trajetória no futebol aos 16 anos, depois de chamar a atenção no campo da Inconfidência, no bairro Concórdia. Sua estreia como profissional aconteceu em 1973, em um empate sem gols contra o Uberlândia pelo Campeonato Mineiro.
Dez dias depois, marcou seu primeiro gol, com um toque genial que encobriu o goleiro na vitória por 3 a 0 sobre o Valério.Mesmo sendo um craque, sua relação com o futebol não foi imediata. Joãozinho, inicialmente, preferia trabalhar em oficinas mecânicas, mas foi representado pelo pai a seguir no esporte. Essa persistência paterna rendeu ao futebol um talento raro, que unia criatividade e descontração a um instinto goleador.
Em 1974, Joãozinho já mostrava seu protagonismo. Na final do Campeonato Mineiro, contra o Atlético, marcou um gol e deu assistência para Vanderlei, garantindo o título na vitória por 2 a 1. Esse desempenho levou a representar o Brasil pela Seleção Mineira na Copa América de 1975.
O ápice veio em 1976, na campanha da Libertadores. Desde o jogo de estreia, com dois gols e duas assistências contra o Internacional, até o confronto épico na finalíssima contra o River Plate, o "Bailarino" brilhou. Aos 42 minutos do segundo tempo, quando tudo parecia se encaminhar para os pênaltis, Joãozinho surpreendeu ao cobrar uma falta rapidamente, acertando o anexo e garantindo o título continental para o Cruzeiro.
Emocionante, a comemoração deu lugar a tensão no vestiário. O técnico Zezé Moreira, irritado por ter reforçado a cobrança no lugar de Nelinho, quase protagonizou uma confusão, mas o gol histórico já estava eternizado.
Emocionante, a comemoração deu lugar a tensão no vestiário. O técnico Zezé Moreira, irritado por ter reforçado a cobrança no lugar de Nelinho, quase protagonizou uma confusão, mas o gol histórico já estava eternizado.
Joãozinho evoluiu como figura central do Cruzeiro após a saída de estrelas como Palhinha e Jairzinho em 1977. No entanto, sua carreira teve uma reviravolta em 1981, quando sofreu uma fratura que exibiu o atraso por nove meses. Apesar do retorno, as ocorrências ocasionais dificultaram sua continuidade em alto nível.
Após uma passagem pelo Internacional, retornou ao Cruzeiro em 1983 e, em 1984, conquistou o Campeonato Mineiro, encerrando um jejum de seis anos do clube no estadual. Joãozinho se despediu da carreira em 1987, após passagens por Palmeiras, Atlético-PR e Coritiba.
Após uma passagem pelo Internacional, retornou ao Cruzeiro em 1983 e, em 1984, conquistou o Campeonato Mineiro, encerrando um jejum de seis anos do clube no estadual. Joãozinho se despediu da carreira em 1987, após passagens por Palmeiras, Atlético-PR e Coritiba.
Com 485 jogos e 119 gols, Joãozinho é o nono maior artilheiro da história do Cruzeiro. Seu talento e personalidade irreverente continuam a inspirar gerações de cruzeirenses, consolidando-o como um dos maiores ídolos do clube.