Heróis Imortais

A lenda argentina que fez história no Cruzeiro

Roberto Alfredo Perfumo, conhecido como "El Mariscal", foi um dos maiores zagueiros da história do futebol mundial. Nascido em Sarandí, Argentina, em 3 de outubro de 1942, Perfumo construiu uma carreira marcada por liderança, raça e excelência técnica, características que o levaram a ser titular da seleção argentina por mais de uma década. No Brasil, sua passagem pelo Cruzeiro Esporte Clube, entre 1971 e 1974, deixou um legado inesquecível.

A Chegada ao Cruzeiro
No dia 25 de março de 1971, Roberto Perfumo desembarcou no aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, sendo recebido por uma multidão de torcedores e pela famosa charanga de Oldair Pinto. Na época, o Cruzeiro investiu 500 mil cruzeiros para trazer o ídolo do Racing Club, onde Perfumo conquistou títulos importantes, como a Taça Libertadores e o Mundial de Clubes de 1967. Surpreso com o carinho da torcida brasileira, Perfumo declarou: "O dia mais feliz da minha vida foi quando Carmine Furletti veio a Buenos Aires para comprar meu passe."
No Cruzeiro, Perfume assumiu imediatamente o papel de líder. Sua estreia aconteceu em 15 de abril de 1971, em uma vitória contra seu antigo clube, o Racing, por 2x1. Com uma defesa sólida e um estilo de jogo técnico, o argentino rapidamente conquistou a confiança dos torcedores e se tornou referência em campo.

Uma Dupla de Zaga Memorável
Ao lado de Procópio Cardozo, Perfumo formou uma das melhores duplas de zaga da história do clube. Apesar de Procópio ter ficado afastado dos gramados por mais de cinco anos devido a uma grave lesão, seu retorno marcou o início de uma parceria histórica. A admiração entre os dois era mútua, com Perfumo incluindo Procópio em sua seleção dos sonhos.

Conquistas com a Camisa Celeste
Durante suas quatro temporadas no Cruzeiro, Perfumo ajudou o clube a conquistar o tricampeonato mineiro (1972, 1973 e 1974) e a Taça Minas Gerais de 1973. Ao todo, disputou 141 partidas e marcou seis gols, tornando-se o estrangeiro que mais vestiu a camisa celeste.

O Retorno à Argentina e o Reencontro com o Cruzeiro
Em 1974, Perfumo voltou à Argentina para defender o River Plate, onde formou uma linha defensiva lendária ao lado de Fillol e Passarella. O destino, porém, o colocou novamente frente ao Cruzeiro na final da Copa Libertadores de 1976. Perfumo atuou nos dois primeiros jogos da decisão, mas ficou de fora da partida final, em Santiago, devido a uma suspensão. O Cruzeiro venceu e conquistou sua primeira Libertadores, em um momento que consolidou sua fama como "La Bestia Negra".

Após os Gramados
Depois de consolidar sua carreira como jogador, Perfumo tornou-se treinador, comandando clubes como o Olimpia do Paraguai, onde jogou o Cruzeiro pela Supercopa Libertadores de 1992. Mais tarde, atuou como comentarista esportivo, permanecendo uma figura respeitada no mundo do futebol.

Legado e Despedida
Em 2015, Perfumo foi homenageado pelo Cruzeiro e pelo River Plate antes de uma partida da Libertadores no Monumental de Núñez. Essa celebração simbolizou seu papel como um elo entre dois dos maiores clubes da América do Sul. Sua morte, em 10 de março de 2016, aos 73 anos, em decorrência de uma queda, foi sentida profundamente por torcedores e admiradores.
Roberto Perfumo será sempre lembrado como um dos maiores zagueiros que o Cruzeiro já teve, um líder em campo e uma lenda que marcou a história do futebol com seu talento, coragem e paixão.

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