Campeonatos

Um ano mágico!
Em 2003, o mundo vivia tempos de mudanças profundas. No Brasil, a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente simbolizava esperança para milhões, com foco em programas sociais e fortalecimento de parcerias globais. No cenário internacional, as perdas geradas pela invasão do Iraque repercutiram intensamente, moldando um novo panorama político e econômico. Mas, enquanto essas transformações se desenrolavam, em Minas Gerais, um espetáculo à parte brilhava intensamente: o Cruzeiro Esporte Clube vivia o ano mais glorioso de sua história.
Em meio ao fervor cultural e musical da época, o Mineirão tornou-se o palco de uma ópera futebolística inesquecível, com a torcida celeste como protagonista de um espetáculo de paixão e alegria. Em cada canto entoado, ressoava a grandiosidade de um time que desafiava os limites do possível. Naquele ano, o Cruzeiro conquistou um feito nunca visto no futebol brasileiro: a conquista da "Tríplice Coroa" - o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro, todos vencidos em uma mesma temporada.
Esse time mágico, liderado pelo estrategista Vanderlei Luxemburgo, não era apenas um grupo de jogadores; era uma orquestra afinada, onde cada peça contribuía para a sinfonia do sucesso. Eram “22 titulares”, uma equipa cuja força estava na profundidade do seu elenco, na organização impecável e na habilidade de reinventar-se a cada desafio. No centro desse espetáculo, o maestro Alex brilhou como nunca. 2003 foi o ápice de sua carreira, um ano em que cada toque de bola parecia uma obra de arte, conduzindo o Cruzeiro a vitórias épicas e ao coração de milhões de torcedores.
Mais do que um ano de conquistas, 2003 foi um marco eterno, uma celebração de tudo que o futebol pode oferecer: talento, estratégia, paixão e magia. Foi o ano em que o Cruzeiro transcendeu o campo e entrou para a eternidade.
MAESTROS E GUERREIROS
A jornada mágica do Cruzeiro em 2003 começou ainda no ano anterior, com um elenco talentoso e uma base sólida construída durante a temporada de 2002. Apesar de um desempenho promissor no Campeonato Brasileiro daquele ano, quando a equipe terminou na nona colocação, o time celeste carregava consigo o desejo de ir além, de conquistar mais e de deixar sua marca na história.
A chegada de Alvimar Perrella à presidência trouxe renovação e ambição ao clube, que manteve peças fundamentais do elenco de 2002. Nomes como o goleiro Gomes, seguro e com reflexos impressionantes; o zagueiro Luisão, elegante e imponente na defesa; os laterais Maicon e Leandro, verdadeiros motores pelas alas; e a meia Alex, já apontada como o cérebro e o coração do time, foram preservados. O atacante Marcelo Ramos, referência no ataque, também chegou como símbolo da força ofensiva do Cruzeiro.
Com Vanderlei Luxemburgo no comando técnico, o Cruzeiro iniciou 2003 com uma estratégia clara: combinar uma base já existente com reforços pontuais e de peso, formando um elenco versátil e competitivo. Foi assim que chegaram ao clube nomes que se tornariam ícones da temporada. Cada atleta tinha sua característica única, contribuindo para formar um time que encantaria o Brasil e o mundo.

Os Defensores da Raposa
Gomes era um goleiro que inspirava confiança. Dono de reflexos impressionantes e uma frieza ímpar, rapidamente assumiu a titularidade, tornando-se uma muralha no gol. Suas defesas, muitas vezes milagrosas, foram cruciais ao longo da temporada e levaram à Seleção Brasileira.
Na zaga, Cris e Luisão formaram uma dupla imponente. Cris, conhecido por sua liderança e habilidade na cobertura, era seguro e fazia o simples com maestria. Luisão, alto e técnico, brilhou na Copa do Brasil, marcando um dos gols da final contra o Flamengo antes de se transferir para o Benfica. Após sua saída, Edu Dracena assumiu a posição com segurança e consistência, criando uma parceria conjunta com Cris.
Pelas laterais, o Cruzeiro contava com uma força inesgotável. Maicon, que vinha do elenco de 2002, era um exímio apoiador no lado direito, enquanto Maurinho, contratado em 2003, combinava resistência física com habilidade. Maurinho parecia incansável, ajudando tanto na defesa quanto no ataque. Do lado esquerdo, Leandro era igualmente eficiente, um jogador regular que oferecia apoio constante ao ataque sem comprometer a defesa.

O Coração do Meio-Campo
O meio-campo do Cruzeiro era um verdadeiro motor, com jogadores que combinavam técnica, raça e inteligência. Maldonado foi o pilar defensivo, uma verdadeira fortaleza no centro do campo. Com desarmamentos precisos e uma liderança natural, o chileno era o equilíbrio perfeito entre força e estratégia. Ao seu lado, Augusto Recife, jovem e incansável, complementava a marcação com dedicação e entrega.
Felipe Melo, que mais tarde ficou conhecido por seu estilo agressivo, já mostrava em 2003 seu talento como volante, com desarmes precisos e surpreendendo no ataque com gols decisivos. Wendel, outro técnico volante, ajudou na transição e organização do jogo.
A experiência de Zinho deu ao meio-campo azul a calma necessária em momentos cruciais. Pentacampeão mundial pela Seleção, Zinho oferece visão de jogo, orientação aos mais jovens e passes certos. Martinez, por sua vez, era um meio habilidoso, com chutes potentes e grande capacidade de articulações, sendo peça fundamental na construção de jogadas.
No centro de tudo estava Alex, o maestro. Cerebral, com visão de jogo privilegiada e precisão cirúrgica nas bolas paradas, Alex foi o jogador mais importante do Cruzeiro em 2003. Capitão, artilheiro e líder técnico, ele contribuiu o time com genialidade, criando e finalizando jogadas como poucas.

A Artilharia Letal

O ataque do Cruzeiro foi um pesadelo para qualquer defesa. Aristizábal, o colombiano astuto e veloz, marcou impressionantes 21 gols no Brasileiro, sendo uma ameaça constante às zagas adversárias. Sua inteligência dentro da área tornou-se letal.
Deivid, contratado para o primeiro semestre, brilhou na Copa do Brasil, sendo o artilheiro do time com sete gols. Apesar de sua saída para o futebol europeu, seu impacto na equipe foi inegável. Para substituí-lo, chegaram Márcio Nobre e Mota, ambos oportunistas e eficientes, garantindo que o poder ofensivo celeste continuasse avassalador.
Marcelo Ramos, remanescente de 2002, era sinônimo de regularidade e faro de gol. Um dos grandes nomes da história recente do Cruzeiro, ele continuou a ser peça-chave no ataque durante toda a temporada.

No elenco ainda havia peças importantes que estavam sempre preparadas para entrar em campo quando Luxemburgo precisava como Arthur, o goleiro reserva de Gomes; os zagueiros: Thiago Gosling, Irineu e Gladstone; os volantes Sandro, Paulo Miranda e Jardel; os meias Marcinho, Itaparica, Claudinei; além dos atacantes: Tiago Pereira, Alex Dias, Alex Alves II e Kanú.

Uma equipe completa, o Cruzeiro de 2003 era uma orquestra afinada. Cada peça, desde os titulares até as reservas, desempenha seu papel com perfeição. Era um elenco preparado para desafios, capaz de se reinventar e de se superar a cada jogo.
Esse grupo de jogadores, unido pela ambição e extensão por um líder visionário, estava pronto para escrever uma das páginas mais gloriosas da história do futebol brasileiro. Sob o céu azul de Belo Horizonte, eles estavam destinados a brilhar.


Reforço do Raposão
A festa de entrega das faixas na última partida do Campeonato Mineiro contou ainda com uma estreia. Pela primeira vez, o Raposão ficou à beira do campo. A partir daí, o carismático e pé-quente, Raposão, passou a marcar presença em todos os jogos com mando de campo do Cruzeiro. 


O PRIMEIRO PASSO DA TRÍPLICE COROA
O Cruzeiro conquistou o Campeonato Mineiro de 2003 de forma invicta, com uma campanha vencedora que obteve 10 vitórias e 2 empates em 12 partidas, alcançando um aproveitamento de 88,88%. O time celeste mostrou domínio absoluto ao marcar 35 gols e sofrer apenas 7, liderado por grandes atuações do maestro Alex e pelo comando técnico de Vanderlei Luxemburgo. A confirmação do título veio de forma antecipada, com uma goleada por 4 a 0 sobre a URT, em Patos de Minas, em um jogo que destacou o poder ofensivo e a consistência da equipe. Essa conquista deu início à histórica Tríplice Coroa, marcando o Cruzeiro como o grande protagonista do futebol brasileiro naquele ano. O próximo passo foi a conquista da Copa do Brasil.


A COPA DO BRASIL
A Copa do Brasil, instituída em 1989 pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), surgiu com o objetivo de democratizar o cenário do futebol nacional. Inspirada em torneios europeus de "mata-mata", como a Copa da Inglaterra, sua criação proporcionou visibilidade para clubes de estados menos tradicionais e valorizou as competições estaduais de todo o país. O formato eliminatório trouxe emoção e oportunidades únicas, permitindo confrontos entre gigantes do futebol brasileiro e equipes emergentes, com o campeão garantindo vaga na prestigiosa Copa Libertadores da América.
Disputada inicialmente por 32 clubes, a Copa do Brasil rapidamente se consolidou como uma das competições mais aguardadas do calendário, celebrada por sua capacidade de revelar surpresas e estabelecer equipes.


TRADIÇÃO NA COPA DO BRASIL
O Cruzeiro Esporte Clube construiu uma relação histórica com a Copa do Brasil, tornando-se um dos maiores vencedores do torneio antes mesmo do início do século XXI. A trajetória celeste foi marcada por conquistas emocionantes, que engrandeceram ainda mais sua rica história no futebol brasileiro.
1993: A Primeira Conquista
A primeira vitória do Cruzeiro na Copa do Brasil foi emblemática. Depois de um longo jejum de títulos nacionais desde a Taça Brasil de 1966, o clube mineiro voltou a brilhar no cenário nacional. Em uma campanha vencedora, o Cruzeiro eliminou adversários tradicionais como São Paulo e Vasco, chegando à final contra o Grêmio.
Após um empate sem gols no jogo de ida, realizado em Porto Alegre, a decisão ocorreu no Mineirão, diante de mais de 70 mil torcedores. Em uma noite mágica, o Cruzeiro venceu por 2 a 1, com gols de Roberto Gaúcho e Cleisson, sagrando-se campeão pela primeira vez. O título de 1993 foi um marco que reacendeu a confiança da torcida celeste.
1996: A Consagração no Parque Antártica
A segunda conquista veio em 1996, em uma última épica contra o Palmeiras. No primeiro jogo, em Belo Horizonte, as equipes empataram em 1 a 1. No jogo decisivo, realizado em São Paulo, o Palmeiras abriu o placar, mas o Cruzeiro não se intimidou.
Com uma atuação brilhante do goleiro Dida, que garantiu a segurança defensiva, o Cruzeiro empatou com um gol de Roberto Gaúcho e, no segundo tempo, Marcelo Ramos marcou o gol da vitória, selando o placar em 2 a 1. A conquista reforçou a força do Cruzeiro no cenário nacional e a confiança de Dida como um dos melhores goleiros do Brasil.
2000: O Tricampeonato em Casa
O tricampeonato veio no ano 2000, consolidando o Cruzeiro como um dos maiores vencedores da competição. No final, o adversário do poderoso São Paulo, e o jogo decisivo foi realizado no Mineirão, diante de uma torcida vibrante.
Com gols de Geovanni e Fábio Júnior, o Cruzeiro venceu por 2 a 1, garantindo o título em casa. A campanha de 2000 simbolizou o amadurecimento do time, que combinava talento, experiência e paixão, consolidando-se como um dos maiores clubes do futebol brasileiro.


A COPA DO BRASIL 2003
A 15ª edição da Copa do Brasil, disputada em 2003, manteve o formato que consagrou o torneio como um dos mais emocionantes do futebol nacional. Organizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), uma competição conta com 64 clubes de todas as regiões do Brasil, destacando a diversidade do futebol no país.
O torneio segue o sistema de "mata-mata", com partidas de ida e volta. As estratégias de desempate priorizavam o saldo de gols e o número de gols marcados na casa do adversário. Em caso de persistência no empate, a disputa era decidida nos pênaltis. Nas duas primeiras fases, havia uma regra especial: o time visitante que vencesse o jogo de ida a dois ou mais gols de diferença avançava diretamente à fase seguinte, sem necessidade da partida de volta.
A partir das oitavas de final, um sorteio determinava a ordem dos mandos de campo, aumentando o suspense e a imprevisibilidade do torneio. 


PRIMEIRA FASE - CRUZEIRO X RIO BRANCO ES
No dia 19 de fevereiro de 2003, o Cruzeiro iniciou sua campanha na Copa do Brasil enfrentando o Rio Branco do Espírito Santo, no estádio Mário Monteiro, em Cachoeiro de Itapemirim. A vitória por 4 a 2 garantiu a classificação direta da equipe mineira na segunda fase, sem necessidade de jogo de volta.
Logo aos 15 minutos do primeiro tempo, o Rio Branco surpreendeu ao abrir o placar. Erich converteu um pênalti com tranquilidade, colocando o time capixaba na frente. Apesar do golpe inicial, o Cruzeiro manteve o controle do jogo e começou a construir seu domínio.
Aos 26 minutos, brilhou a estrela de Alex, que havia sido confirmado na equipe momentos antes do início da partida. Em uma cobrança de falta magistral, o camisa 10 colocou a bola no canto direito do goleiro Chico, empatando a partida (1x1).
O gol da virada veio aos 34 minutos. Após escanteio cobrado pelo próprio Alex, o zagueiro Marcelo Batatais subiu mais alto que a defesa adversária e cabeceou firme para o fundo da rede (1x2).
Quando tudo indicava que o Cruzeiro encerraria o primeiro tempo em vantagem, uma falha do lateral Maurinho permitiu que Lailson igualasse o placar para o Rio Branco aos 45 minutos, aproveitando um erro na saída de bola (2x2).
No segundo tempo, o técnico Vanderlei Luxemburgo promoveu mudanças estratégicas, substituindo Mota e Deivid por Marcelo Ramos e Aristizábal. Apesar de não balançarem as redes, os dois deram nova dinâmica ao ataque.
O gol que recolocou o Cruzeiro à frente foi marcado por Maurinho aos 10 minutos, redimindo-se do erro anterior. Ele iniciou uma arrancada impressionante desde o campo de defesa, tabelou com Augusto Recife, recebeu de volta e finalizou com precisão no canto direito (2x3).
O gol que selou a vitória e eliminou a necessidade do jogo de volta veio de forma inusitada. Aos 26 minutos, o zagueiro Nem, do Rio Branco, tentou afastar a bola com um chutão, mas acabou encobrindo o próprio goleiro e marcando contra.
Apesar da vitória, o Cruzeiro teve momentos complicados. Ainda no primeiro tempo, o zagueiro Luisão foi expulso após um carrinho violento, deixando a equipe com um jogador a menos. A tensão aumentou quando Thiago, que havia entrado no lugar de Claudinei, também recebeu cartão vermelho por outra entrada dura. Mesmo com duas expulsões, o Cruzeiro manteve a cabeça no lugar e administrou a vantagem.
Nos bastidores, o jogo quase foi cancelado. Um oficial de Justiça comparou ao estádio para comunicar ao Rio Branco que toda a arrecadação da partida seria penhorada devido às dívidas trabalhistas. Diante disso, a diretoria do clube ameaçou não entrou em campo, mas voltou após negociações de última hora.
Escalações
Cruzeiro: Gomes; Maurinho, Luisão, Marcelo Batatais, Wendel; Augusto Recife, Claudinei (Thiago), Martinez, Alex; Mota (Marcelo Ramos), Deivid (Aristizábal). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Rio Branco-ES: Chico; Alex Passos, Fábio Henrique (Jailson), Tavares; Nem (Juninho), Fabrício (Flávio), Erich, Carlos Rosa, Carlinhos; Índio, Robinho. Técnico: Rochinha.



SEGUNDA FASE - CRUZEIRO X CORINTHIANS (CAICÓ-RN)
Primeiro jogo: Corínthians Caicó 2x2 Cruzeiro
26 de março de 2003 – Estádio Senador Dinarte Mariz (Caicó – RN)
Três dias após a celebração do título estadual contra o Tupi, o Cruzeiro foi até Caicó para enfrentar o Corinthians-RN, embalado pela força de sua torcida, que lotou o pequeno estádio. Quem esperava uma vitória fácil da equipe mineira se surpreendeu com a postura aguerrida dos anfitriões.
O Cruzeiro, comandado por Vanderlei Luxemburgo, abriu o placar e parecia encaminhar a classificação antecipada, mas o Corinthians-RN mostrou valentia. Mesmo ficando atrás no marcador duas vezes, o time da casa buscou o empate, arrancando um histórico 2 a 2. Para o modesto clube potiguar, foi uma noite épica, segurando o poderoso Cruzeiro de 2003, repleto de estrelas.


Segundo Jogo: Cruzeiro 7x0 Corinthians Caicó
2 de abril de 2003 – Estádio Mineirão (Belo Horizonte – MG)
A partida de volta, disputada no Mineirão, foi completamente diferente. Diante de sua torcida, o Cruzeiro dominou do início ao fim, construindo uma goleada histórica de 7 a 0, até então, a maior de sua trajetória na Copa do Brasil.
Logo aos 8 minutos, o zagueiro Edu Dracena abriu o marcador, aproveitando uma cobrança de falta precisa de Alex para cabecear no canto, sem chances para o goleiro Isaías (1x0). O domínio celeste era evidente, e o segundo gol não demorou. Aos 23 minutos, o lateral Leandro fez boa jogada pela esquerda e cruzou rasteiro para Alex, que finalizou de primeira, ampliando a vantagem (2x0).
Apesar de duas tentativas de bicicleta do colombiano Aristizábal, o placar ficou em 2 a 0 até o intervalo.
Na segunda etapa, o Cruzeiro voltou ainda mais inspirado. Aos 5 minutos, após escanteio cobrado por Alex, o zagueiro Thiago completou para o gol, marcando o terceiro (3x0). Três minutos depois, começou o show de Deivid. O atacante aproveitou uma falha defensiva do Corinthians-RN e, com frieza, marcou o quarto (4x0).
Aos 24 minutos, Aristizábal, em grande jogada, lançou Deivid, que finalizou com categoria, anotando mais um (5x0). Dois minutos depois, foi a vez de Alex brilhar novamente. Após um passe de calcanhar de Aristizábal, o maestro finalizou com precisão, marcando o sexto gol (6x0).
Para coroar a atuação celeste, Deivid fechou a goleada aos 40 minutos, completando de sem-pulo um cruzamento perfeito de Maurinho. O golaço selou a classificação do Cruzeiro para as oitavas de final da competição (7x0).
Escalações
Cruzeiro : Gomes; Maurinho, Edu Dracena, Thiago, Leandro (Wendel); Augusto Recife, Paulo Miranda (Márcio), Martinez, Alex (Jussiê); DEIVID, Aristizábal. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Corinthians Caicó : Isaías; Izaquiel, Nunes, Kléber, Renato Peixe; Betinho (Neto), Fischer, Leonardo, Eron (Samir); Júnior Bahia, Marcos Alemão (Mazinho). Técnico: Pedrinho Albuquerque.
A goleada no Mineirão reforçou a superioridade do Cruzeiro e consolidou o espírito de um elenco que combinava talento individual e coletivo. Após a partida, Maurinho, eleito o melhor em campo, destacou a seriedade do time:
“Jogamos com muita dedicação para evitar qualquer surpresa.”
Alex, em sua melhor fase, celebrou uma grande atuação:
"Fisicamente, nunca estive tão bem. Isso tem me ajudado a contribuir em todos os momentos."
Com uma vitória categórica, o Cruzeiro avançava na competição, reafirmando sua força e caminhante para um dos anos mais memoráveis de sua história.

OITAVAS DE FINAL CRUZEIRO X VILA NOVA - GO 
A caminhada do Cruzeiro rumo às quartas de final da Copa do Brasil de 2003 passou pelo confronto contra o Vila Nova-GO. Com dois jogos diferentes, a equipe celeste mostrou competência e soube lidar com as adversidades para garantir sua classificação.
Primeiro Jogo: Cruzeiro 2x0 Vila Nova-GO
Data: 23 de abril de 2003
Estádio: Mineirão, Belo Horizonte
Público: 5.983 pagantes
Árbitro: Luciano de Almeida
A partida de ida começou com o Cruzeiro buscando impor seu ritmo diante de um Vila Nova bem postado defensivamente. O início foi travado, com poucas lanças de perigo, até que o time celeste encontrou o caminho para balançar as redes.
Aos 36 minutos do primeiro tempo, o atacante Deivid converteu com tranquilidade uma cobrança de pênalti, colocando o Cruzeiro em vantagem. O gol trouxe mais confiança à equipe de Vanderlei Luxemburgo, que criou boas chances nos minutos seguintes, mas não conseguiu ampliar antes do intervalo.
Na segunda etapa, a equipe mineira voltou mais agressiva, empurrando pelos pedidos da torcida por uma goleada. No entanto, a zaga goiana resistiu bem, até que, aos 30 minutos, Alex mostrou sua precisão ao cobrar um escanteio certo. Thiago aproveitou e, com um toque preciso, fez o segundo gol, selando o placar (2x0).
Escalações:
Cruzeiro: Gomes; Luisão, Edu Dracena (Márcio), Thiago; Maurinho, Augusto Recife, Martinez (Sandro), Alex e Leandro; Deivid, Aristizábal (Mota). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Vila Nova-GO: Silva; Pedro Ayube, Higo, Nei, Cleiton; Alexandre Lopes, Souza, Adriano (Jean Carlo), Batata; Mirandinha (Kleyr), Joel (Fábio Bahia). Técnico: Ivair Senci.


Segundo Jogo: Vila Nova-GO 1x2 Cruzeiro
Data: 30 de abril de 2003
Estádio: Serra Dourada, Goiânia
Árbitro: Lourival Dias Filho
Com a vantagem de poder até perder por um gol, o Cruzeiro entrou em campo na Serra Dourada com a missão de carimbar sua classificação. Mostrando maturidade, o time celeste não se acomodou e dominou as ações desde o início.
O primeiro gol surgiu aos 23 minutos, após uma jogada de raça de Deivid, que roubou a bola de Souza pela esquerda e serviu Aristizábal. O colombiano finalizou com categoria no canto esquerdo do goleiro Silva (0x1). Antes do intervalo, a superioridade cruzeirense se traduziu em mais um gol. Alex, na noite inspirada, deu um passe primoroso para Sandro, que só precisou empurrou a bola para as redes, ampliando a vantagem aos 44 minutos (0x2).
No segundo tempo, o Cruzeiro controlou o jogo com toques precisos e cadenciados o ritmo. O Vila Nova tentou, mas encontrou dificuldades para criar chances claras. Aos 43 minutos, em uma falha defensiva, Thiago cometeu pênalti sobre Luciano. Moisés converteu, empurrando o cartaz, mas era tarde para o time goiano reagir (1x2).
Escalações:
Cruzeiro: Gomes; Maurinho, Thiago, Edu Dracena, Leandro; Augusto Recife, Márcio, Sandro e Alex; Deivid (Mota), Aristizábal (Diego). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Vila Nova-GO: Silva; Leonardy, Moisés, Nei (Mirandinha), Clayton; Batata, Alex Lopes, Fábio Bahia, Souza; Jean Carlo (Luciano) e Adriano (Kleyr). Técnico: Ivair Senci.
Com a vitória nos dois jogos, o Cruzeiro seguiu invicto na competição, mostrando a força de um elenco que, naquele ano, encantaria o Brasil. O confronto marcou mais um capítulo importante da campanha vencedora da equipe celeste na temporada de 2003.

QUARTAS DE FINAL CRUZEIRO X VASCO                             
Primeiro Jogo: Cruzeiro 2 x 1 Vasco
Data: 7 de maio de 2003 (quarta-feira)
Local: Estádio Mineirão, Belo Horizonte
Público: 28.938 pagantes
Árbitro: Leonardo Gaciba
O Cruzeiro entrou em campo no Mineirão disposto a construir uma vantagem sólida diante do Vasco. Vanderlei Luxemburgo optou por um esquema com três zagueiros, mas logo precisou modificar a estratégia. Aos 9 minutos de jogo, Luisão sofreu uma lesão na coxa e foi substituído por Márcio, alterando o esquema para um 4-4-2.
Mesmo com a mudança tática, o Cruzeiro manteve o domínio do jogo. Aos 14 minutos, Alex aproveitou um descuido do marcador Ygor e cruzou com perfeição para Aristizábal, que, em velocidade, finalizou no canto esquerdo de Fábio, abrindo o placar para a Raposa (1x0). A equipe mineira continua criando oportunidades, mas desperdiçou ao menos três boas oportunidades de ampliar.
O castigo aconteceu aos 26 minutos, quando Marques, em bela troca de passes com Danilo, chutou quase sem ângulo e venceu Gomes, empatando a partida (1x1). Apesar do susto, o Cruzeiro mostrou resiliência. Aos 44 minutos, Alex voltou a ser decisivo. Em uma estratégia de inteligência e precisão, marcou o segundo gol cruzeirense, devolvendo a vantagem ao time da casa antes do intervalo (2x1).
No segundo tempo, o Cruzeiro continuou a iniciar e teve chances claras de ampliar. A melhor delas foi um chute de Deivid, que explodiu no travessão, tocou nas costas do goleiro Fábio e saiu pela linha de fundo. Apesar do bom desempenho, o placar ficou por 2 a 1, e o Cabuloso deixou o campo sob aplausos da torcida. Luxemburgo elogiou a atuação, mas lamentou a vantagem mínima: "Foi uma grande exibição. Poderíamos ter feito mais gols, mas o goleiro deles estava em uma noite inspirada".
Escalações:
Cruzeiro: Gomes; Luisão (Márcio), Thiago, Edu Dracena, Maurinho; Augusto Recife, Sandro, Alex, Leandro (Wendel); Deivid e Aristizábal. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Vasco: Fábio; Wescley, Rogério Corrêa e Wellington Paulo; Russo, Ygor (Henrique), Léo Lima (Da Silva), Danilo e Wellington Monteiro; Souza (Carlinhos) e Marques. Técnico: Antônio Lopes.

Segundo Jogo: Vasco 1 x 1 Cruzeiro
Data: 14 de maio de 2003 (quarta-feira)
Local: Estádio São Januário, Rio de Janeiro
Árbitro: Héber Roberto Lopes
Com a vantagem do empate, o Cruzeiro entrou em São Januário buscando administrar o resultado. No primeiro tempo, a estratégia deu certo, com uma atuação de destaque da equipe celeste. Aos 13 minutos, Alex mostrou mais uma vez seu talento. Em jogo iniciado por Leandro, o lateral cruzou com precisão para o camisa 10, que dominou e chutou no canto esquerdo de Fábio, abrindo o placar para o Cruzeiro (0x1).
Mesmo com o gol, a Raposa não diminuiu o ritmo e continuou melhor na partida. Deivid teve duas chances claras de ampliação, mas falhou nas finalizações. A equipe foi para o intervalo com uma atuação consistente e a classificação bem encaminhada.
O segundo tempo, porém, trouxe outra história. Logo nos minutos iniciais, Augusto Recife foi expulso após um lance imprudente, deixando o Cruzeiro com um jogador a menos. A partir daí, o Vasco cresceu no jogo e intensificou a pressão. Aos 15 minutos, Souza aproveitou uma bobeira da defesa celeste e empatou a partida (1x1).
O restante do jogo foi de muita tensão. O Vasco pressionava em busca da virada, enquanto o Cruzeiro se defendia como podia. Numa demonstração de garra e organização defensiva, a equipe mineira conseguiu segurar o empate e garantir a classificação para as semifinais da competição.
Ao final da partida, Alex destacou a superação da equipe: "Fomos maduros e podemos suportar a pressão, mesmo em desvantagem numérica. Foi um jogo de dois tempos diferentes: dominamos o primeiro e eles o segundo. Estou feliz por ajudar a levar o Cruzeiro às semifinais".
Escalações:
Cruzeiro: Gomes; Maurinho, Thiago, Edu Dracena e Leandro; Augusto Recife, Wendel, Sandro, Alex (Mota); Deivid (Márcio) e Aristizábal (Maicon). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Vasco: Fábio; Russo, Wesclei, Wellington Paulo e Wellington; Da Silva, Rodrigo Souto, Marcelinho Carioca (Danilo); Cadu (Souza), Marques e Edmundo. Técnico: Antônio Lopes.
A vaga nas semifinais foi garantida com muita luta, coroando mais um capítulo da campanha do Cruzeiro na Copa do Brasil de 2003, rumo à conquista histórica da Tríplice Coroa.


SEMIFINAIS CRUZEIRO X GOIÁS
Primeiro Jogo: Goiás 2x3 Cruzeiro
Data: 21 de maio de 2003 (quarta-feira)
Local: Estádio Serra Dourada, Goiânia
Árbitro: Leonardo Gaciba
Público: Não informado
O Cruzeiro entrou em campo com o desafio de quebrar um tabu: nunca havia vencido o Goiás no Serra Dourada. Vanderlei Luxemburgo armou a equipe com Maurinho improvisado como volante e, aos 16 minutos, a estratégia começou a dar frutos. Aristizábal abriu o placar ao receber na área e tocar com categoria no canto direito do goleiro Kiko (0x1).
A vantagem durou um pouco. Aos 26 minutos, Kléber cruzou rasteiro da direita, e Dimba, bem-posicionado, empatou a partida (1x1). O time celeste, porém, não se abalou. Aos 38 minutos, Deivid recebeu um passe de Leandro e, livre de marcação, colocou o Cruzeiro novamente à frente (1x2).
No segundo tempo, Luxemburgo fez ajustes, recuando Maurinho para a lateral direita e promovendo a entrada do meia Márcio. Aos 19 minutos, Aristizábal lançou Deivid em profundidade, e o atacante, com uma cavadinha espetacular, marcou seu segundo gol na partida, ampliando a vantagem celeste para 3 a 1.
O Goiás ainda teve chance de diminuir em uma cobrança de pênalti, mas Caíco se desperdiçou ao mandar a bola por cima do travessão. Aos 36 minutos, após belo toque de calcanhar de Dimba, Araújo marcou para o Goiás, fechando o placar em 3 a 2 para o Cruzeiro.
Escalações:
Goiás: Kiko; Kléber, Alexandre, Fabão e Leandro (Marcinho); Josué, Marabá, Caíco e Danilo (Vando); Dimba e Araújo. Técnico: Candinho.
Cruzeiro: Gomes; Maicon (Márcio), Thiago, Edu Dracena e Leandro; Maurinho, Wendel, Sandro (Jardel) e Alex; Deivid e Aristizábal (Mota). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Segundo Jogo: Cruzeiro 2x1 Goiás
Data: 28 de maio de 2003 (quarta-feira)
Local: Estádio Mineirão, Belo Horizonte
Árbitro: Paulo César de Oliveira
Público: Mais de 24 mil torcedores
O confronto decisivo começou com tensão para a torcida cruzeirense. Logo aos 2 minutos, o Goiás abriu o placar com Auecione, que recebeu passe de Araújo e finalizou com exclusão no canto esquerdo de Gomes (0x1). Quatro minutos depois, o time goiano chegou a marcar novamente, mas o gol de Dimba foi anulado por impedimento, em um lance polêmico.
Sem apresentar um bom futebol na primeira etapa, o Cruzeiro foi para o intervalo em desvantagem, mas a torcida manteve o apoio incondicional. A entrada de Mota no lugar de Aristizábal, lesionado, mudou o panorama da partida. Aos 32 minutos, o atacante cearense aproveitou um rebote dentro da área e, com um chute forte, empatou o jogo (1x1).
O gol deu mais tranquilidade ao time mineiro, que passou a explorar os contra-ataques. E, aos 44 minutos, Augusto Recife roubou a bola da zaga goiana e, mesmo escorregando, acertou um belo chute por cobertura, sacramentando a virada e a classificação celeste para a final da Copa do Brasil (2x1).
Após o apito final, o goleiro Gomes não conteve a emoção: "Venho fazendo um bom trabalho no dia a dia do Cruzeiro, mas muitas pessoas não têm paciência".
Escalações:
Cruzeiro: Gomes; Maurinho, Edu Dracena, Thiago e Leandro; Sandro (Márcio), Augusto Recife, Wendel e Alex (Jardel); Deivid e Aristizábal (Mota). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Goiás: Harlei; Michel (Cléber), Fabão, Alexandre e Leandro Schmidt; Josué, Marabá, Caíco e Auecione (Wando); Dimba (Giuseppe) e Araújo. Técnico: Cuca.
Com a classificação garantida, o Cruzeiro segue firme na busca pelo tetracampeonato da Copa do Brasil, embalado pelo talento de Alex, pela eficiência de Deivid e pela força coletiva comandada por Luxemburgo.
O Adversário na final foi o Flamengo que eliminou o Botafogo-PB na primeira fase e o Ceará na segunda fase. Nas oitavas de final o Remo, nas quartas de final venceu o Vitória e nas semifinais eliminou o Sport que havia eliminado o Atlético Mineiro na fase anterior. 


FINAL CRUZEIRO X FLAMENGO
Primeiro jogo: Flamengo 1x1 Cruzeiro
O dia 8 de junho de 2003 marcou o início de um dos confrontos mais aguardados da temporada, a final da Copa do Brasil. O palco era o icônico Maracanã, que recebeu um público de mais de 73 mil torcedores. De um lado, o Flamengo, empurrado por sua imensa torcida; do outro, o Cruzeiro, buscando levar a decisão bem encaminhada para o Mineirão. A partida transmitiu emoção, técnica e um dos gols mais bonitos da competição.
Desde o apito inicial, o jogo foi marcado por equilíbrio e tensão. O Flamengo, jogando em casa, tentava impor seu ritmo, enquanto o Cruzeiro, bem postado defensivamente, apostava em contra-ataques rápidos liderados por Alex e Deivid. Gomes, o goleiro celeste, mostrou segurança em intervenções importantes, frustrando a tentativa do ataque rubro-negro.
No meio de campo, Márcio e Wendel davam consistência ao Cruzeiro, enquanto Felipe e Athirson buscavam criatividade pelo Flamengo. Apesar das investidas de ambos os lados, o primeiro tempo terminou sem gols, mas repleto de expectativa para os 45 minutos finais.
A segunda etapa começou com maior intensidade. Aos 30 minutos, o momento do gênio de Alex. Em uma jogada construída com precisão, Deivid avançou pela direita e cruzou rasteiro. Alex, com um toque magistral de letra, mandou a bola para as redes, vencendo o goleiro Júlio César e silenciando momentaneamente o Maracanã. A pequena torcida celeste explodiu em euforia, confirmando a grandeza do momento (0x1).
Após o gol, o Flamengo intensificou suas ações ofensivas. Aos 35 minutos, o time carioca chegou a balançar as redes com Edilson, mas o árbitro Carlos Eugênio Simon anulou o lance por impedimento. A pressão rubro-negra, porém, persistiu até os minutos finais.
Nos acréscimos, quando a vitória celeste parecia certa, o Flamengo encontrou o empate. Aos 48 minutos, Athirson cobrou escanteio, e Fernando Baiano aproveitaram a sobra para mandar a bola para o gol, levantando as arquibancadas e decretando o empate (1x1).
Após o apito final, o técnico Vanderlei Luxemburgo mostrou sua indignação com a arbitragem, criticando os cartões amarelos aplicados a Edu Dracena e Thiago, que os tirariam da partida de volta. “Esse tipo de coisa interfere diretamente no planejamento do time”, comentou. Já Alex, autor do gol celeste, refletiu sobre o resultado: "O empate com gols fora de casa é importante, mas o gosto amargo de sofrer um gol no fim é decisivo."
Enquanto a delegação celeste retornava a Belo Horizonte para se concentrar na Toca da Raposa, a expectativa pela finalíssima no Mineirão, marcada para a quarta-feira seguinte, só aumentava. O confronto no Maracanã ficou marcado por um gol de craque, uma luta intensa em campo e um estágio que manteve o título totalmente em aberto.
Escalações
Cruzeiro: Gomes; Maurinho, Edu Dracena, Thiago e Leandro; Augusto Recife, Márcio (Jardel), Wendel, Alex; Deivid (Mota), Aristizábal (Luisão). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Flamengo: Júlio César; Váldson (Fernando Baiano), Fernando e André Bahia; Luciano, Fabinho, André Gomes (Igor), Felipe e Athirson; Zé Carlos (Jean) e Edilson. Técnico: Nelsinho Batista.
O empate em 1x1 no Maracanã deixou a decisão em aberto, mas a vantagem do gol fora de casa dava ao Cruzeiro uma leve superioridade para o jogo final no Mineirão.


Segundo jogo – Cruzeiro 3x1 Flamengo
O dia 11 de junho de 2003 é um dado gravado na memória do torcedor celeste. Naquela quarta-feira, o Mineirão foi palco de uma exibição de gala do Cruzeiro, que venceu o Flamengo por 3x1 e garantiu o tetracampeonato da Copa do Brasil. Com uma atuação avassaladora nos primeiros 30 minutos, o time comandado por Vanderlei Luxemburgo comprovou sua superioridade e coroou o grande ano que vivia.
Escalações
Cruzeiro: Gomes; Maurinho, Gladstone, Luisão e Leandro; Jardel, Augusto Recife, Wendel (Márcio) e Alex (Sandro); Deivid e Aristizábal (Mota). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Flamengo: Júlio César; Luciano Baiano, Fernando, André Bahia e Athirson; Fabinho, André Gomes (Igor), Fábio Baiano (Jean) e Felipe; Edilson e Fernando Baiano. Técnico: Nelsinho Baptista.
O jogo começou de forma eletrizante. Mal o árbitro Paulo César Oliveira havia apitado o início, o Cruzeiro já mostrou a que veio. Logo no primeiro minuto, Alex cobrou uma falta pela esquerda com resultados. A bola cruzou a área e encontrou Deivid livre do outro lado. O atacante cabeceou firme, no contrapé do goleiro Júlio César, e abriu o placar. A torcida celeste explodiu, e o Mineirão estremeceu com a festa (1x0).
A pressão do Cruzeiro continuou sufocando o Flamengo, que mal conseguiu sair do seu campo de defesa. Aos 16 minutos, o segundo gol veio em mais uma jogada originada por Alex. Ele cobrou falta novamente pela esquerda, a zaga rubro-negra tentou escapar, mas a bola sobrou para Aristizábal. Mesmo em uma posição difícil, o colombiano conseguiu se contorcer e cabecear para o gol, ampliando a vantagem (2x0). Era um golaço, digno da qualidade do elenco celeste.
O terceiro gol não demorou a sair. Aos 28 minutos, Alex sempre escanou pela direita. Luisão, que atuou no sacrifício após se recuperar de uma contusão, subiu mais alto que a zaga adversária e testou firme para as redes. Júlio César nada poderia fazer. O zagueiro, emocionado, correu para comemorar com os companheiros, enquanto o estádio pegava fogo.
Com 3x0 no placar, o Cruzeiro passou a administrar o jogo, trocando passes com tranquilidade e deixando o tempo correr. O Flamengo parecia entregue, incapaz de reagir à superioridade celeste.

Na segunda etapa, o Cruzeiro voltou com a mesma postura segura. O Flamengo, buscando diminuir o prejuízo, conseguiu marcar aos 18 minutos. Athirson fez boa jogada pela esquerda e encontrou Fernando Baiano, que chutou cruzado, no canto esquerdo de Gomes (3x1). Apesar do gol, o time carioca não teve forças para esboçar um fato.
O Cruzeiro manteve o controle da partida até o apito final. A torcida, que lotava o Mineirão, já ensaiava os gritos de "é campeão", enquanto o time celeste tocava a bola com maestria. Quando o árbitro cerrou a partida, a festa tomou conta do estádio.
Após o jogo, Alex, que foi o maestro do time ao longo da competição, não escondeu sua satisfação. "Foi uma conquista com sabor especial. Pela campanha que fizemos e porque eles não respeitaram o Cruzeiro", alfinetou, em referência às declarações do atacante Edilson, do Flamengo. O presidente Alvimar de Oliveira Costa destacou o desempenho impecável do time: "Dois títulos invictos no ano. Campeão mineiro e campeão da Copa do Brasil. É um trabalho bem-feito, com um treinador brilhante e um grupo de jogadores unidos. É um orgulho imenso."
Uma festa em Belo Horizonte atravessou de madrugada. O azul e branco dominou as ruas, em uma celebração à altura do título e da campanha histórica.

O Cruzeiro encerrou uma campanha de forma invicta, mostrando superioridade técnica e tática. O título de 2003 consolidou o time celeste como o melhor do Brasil naquele ano, iniciando uma caminhada histórica rumo à tríplice coroa. No Mineirão, a supremacia celeste foi incontestável, com Alex comandando o espetáculo e garantindo mais um troféu para a gloriosa história do Cruzeiro Esporte Clube.


A TRÍPLICE COROA
O Cruzeiro brilhou intensamente em 2003, consolidando-se como um dos maiores times da história do futebol brasileiro ao conquistar a Tríplice Coroa. Além do título estadual, e Copa do Brasil o clube conquistou o Campeonato Brasileiro, coroando uma temporada de excelência.
No Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro reescreveu a história. Em um formato de pontos corridos disputados por 24 equipes, o clube celeste dominou de forma categórica. Foram 46 partidas, com 31 vitórias, sete empates e apenas oito derrotas, o que resultou em um aproveitamento impressionante de 72,47%. O time balançou as redes 102 vezes, apresentando o melhor ataque da competição, enquanto sofreu apenas 47 gols. A campanha, marcada pela regularidade e pelo brilho individual e coletivo, garantiu o título com rodadas de antecedência.
A conquista da Tríplice Coroa em 2003 é lembrada como um marco inesquecível da história do Cruzeiro, consolidando o clube no panteão dos gigantes do futebol brasileiro. A união de talento, planejamento e liderança transformou a temporada em um conto épico de sucesso e glória.


NOVA SEDE SOCIAL
O Ano de 2003 também marcou a inauguração da nova sede social do Cruzeiro, O clube inaugurou a nova sede de sete andares na Rua Timbiras, no Barro Preto, em 5 de agosto.


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