Campeonatos

Em 1975, o cenário global estava imerso em tensões políticas geradas pela Guerra Fria, que moldavam as relações internacionais e a vida cotidiana em diversos países. A Conferência de Helsinque, realizada nesse ano, marcou um importante passo na busca por segurança e cooperação entre mais de 30 nações, incluindo os Estados Unidos e a União Soviética. Ao mesmo tempo, a Guerra do Vietnã chegava ao seu clímax, com a queda de Saigon em abril, resultando na reunificação do Vietnã sob um regime comunista, uma significativa derrota para os EUA. Na América Latina, regimes militares, muitos deles apoiados pelos Estados Unidos, estavam em alta, com repressões severas em países como Chile, Argentina e Uruguai.
No Brasil, a ditadura militar continuava a reinar desde 1964, e em 1975, o governo do general Ernesto Geisel iniciava um processo controlado de abertura política, conhecido como "distensão". Apesar das tentativas de amenização, a repressão seguia forte, evidenciada pelo assassinato do jornalista Vladimir Herzog durante um interrogatório no DOI-CODI, que gerou repercussão tanto nacional quanto internacional, aumentando as pressões sobre o regime militar.
No campo musical,
1975 foi um ano vibrante e repleto de transformações. Mundialmente, a disco music começou a dominar as pistas de dança, com artistas como Bee Gees, Donna Summer e Gloria Gaynor se destacando. Enquanto isso, o rock progressivo seguia firme com bandas como Pink Floyd, que lançou o icônico álbum Wish You Were Here, e o punk rock começava a emergir no underground, com grupos como os Ramones. O reggae também ganhava destaque, com Bob Marley lançando o álbum Natty Dread, que consolidou o gênero como uma voz ativa em questões sociais e políticas.

No Brasil, o tropicalismo e a música popular brasileira (MPB) continuavam a exercer forte influência. Artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa misturavam elementos da música brasileira com sonoridades internacionais. O Clube da Esquina, com Milton Nascimento, apresentava um som inovador que unia jazz e rock à música brasileira, refletido no álbum Minas. Ao mesmo tempo, o sertanejo começava a ganhar relevância, com duplas como Tonico & Tinoco em destaque, enquanto a música nordestina, representada por figuras como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, continuava a enriquecer o panorama musical.

Culturalmente,
1975 foi um ano de contrastes. No cinema, a estreia de Tubarão (Jaws), de Steven Spielberg, revolucionou o conceito de blockbuster, enquanto Um Estranho no Ninho (One Flew Over the Cuckoo’s Nest) conquistava o Oscar de Melhor Filme. Movimentos sociais, incluindo o feminismo e os direitos civis, avançavam em várias partes do mundo, culminando na Primeira Conferência Mundial sobre as Mulheres, promovida pela ONU no México.
No Brasil, a produção cultural enfrentava forte censura imposta pelo governo militar. No entanto, dramaturgos como Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal desafiavam o regime com suas obras. O Cinema Novo, embora em declínio, ainda deixava um legado, com cineastas como Glauber Rocha exercendo uma influência significativa. As telenovelas da Rede Globo dominavam a audiência, e a censura se manifestava de maneira contundente, como evidenciado pela proibição da novela Roque Santeiro antes mesmo de sua estreia.

No âmbito esportivo,
1975 foi um ano memorável. Na Fórmula 1, o austríaco Niki Lauda conquistou seu primeiro título mundial pilotando pela Ferrari. No boxe, a luta entre Muhammad Ali e Joe Frazier, conhecida como "Thrilla in Manila", tornou-se uma das mais icônicas da história do esporte. O futebol também vivia momentos de destaque, com o Internacional conquistando o Campeonato Brasileiro pela primeira vez, enquanto a seleção brasileira passava por um processo de transição após a "Era Pelé".
No Brasil, o futebol e o automobilismo viviam momentos distintos. Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial de Fórmula 1, embora enfrentando desafios em 1975, continuava a ser um ícone nacional. O vôlei e o basquete também começavam a ganhar espaço, com o vôlei brasileiro se destacando no cenário sul-americano e o basquete masculino competindo em torneios internacionais.
Esse contexto político, cultural e esportivo de 1975, tanto no Brasil quanto no mundo, criava o pano de fundo para as conquistas e desafios vividos pelo Cruzeiro Esporte Clube naquele ano. Em meio à repressão da ditadura e às transformações globais, o futebol brasileiro, e o Cruzeiro em particular, tornavam-se símbolos de orgulho e esperança para a nação.



A TEMPORADA
A temporada de 1975 foi um marco na história do Cruzeiro Esporte Clube, consolidando a equipe como uma das grandes forças do futebol brasileiro. Sob o comando do técnico Zezé Moreira, o time base contava com um elenco talentoso e equilibrado, que mesclava experiência e juventude, formado por jogadores de destaque como Raul, Nelinho, Darci Menezes, Morais e Isidoro na defesa. No meio-campo, a presença de Piazza, Zé Carlos e Eduardo proporcionava a solidez necessária para a construção das jogadas, enquanto o ataque era impulsionado por Roberto Batata, Dirceu Lopes, Palhinha e Joãozinho, todos eles conhecidos por sua habilidade e capacidade de decisão.
O Cruzeiro entrou na temporada com grandes expectativas, buscando conquistar o tetracampeonato mineiro e reafirmar sua posição no cenário nacional. A equipe não apenas se destacou em suas performances nos campeonatos estaduais, mas também demonstrou um futebol de qualidade, repleto de jogadas criativas e uma forte compactação defensiva.
A química entre os jogadores e a liderança de Zezé Moreira foram fundamentais para o desempenho da equipe ao longo do ano. Com um estilo de jogo ofensivo e uma defesa sólida, o Cruzeiro conseguiu superar adversários de peso e encantar a torcida, que apoiava fervorosamente cada partida. Essa temporada seria marcada por grandes emoções, rivalidades intensas e momentos memoráveis, fazendo de 1975 um ano inesquecível na rica história do Cruzeiro Esporte Clube.


LIBERTADORES 1975
O Cruzeiro iniciou sua jornada na Taça Libertadores da América de 1975, 16ª edição da competição, enfrentando um formato tradicional. Os 20 times participantes foram divididos em cinco grupos de quatro equipes, com cada grupo composto por clubes de dois países. As equipes se enfrentaram em partidas de turno e returno, e apenas os campeões de cada grupo avançaram para as semifinais.
O Cruzeiro fez parte do Grupo 3, que reunia times do Brasil e da Colômbia. Além do Cruzeiro, estavam no grupo o Vasco da Gama, o Deportivo Cali e o Atlético Nacional. No Grupo 1, disputaram clubes da Argentina e do Paraguai, enquanto o Grupo 2 reunia times da Bolívia e do Chile. O Grupo 4 foi composto por equipes do Equador e da Venezuela, e o Grupo 5, por clubes do Peru e do Uruguai.
Na fase semifinal, os cinco campeões de grupo se juntaram ao Independiente, da Argentina, vencedor da Libertadores de 1974. Divididos em dois grupos de três times, as equipes voltaram a se enfrentar em turno e returno, e os vencedores de cada grupo avançaram para a final. A decisão da Libertadores foi disputada em uma série melhor de três jogos, com a possibilidade de um terceiro jogo em campo neutro, caso necessário, para definir o campeão.

O Cruzeiro entrou no Grupo 3,
que reunia times do Brasil e da Colômbia, e enfrentou adversários de peso em uma fase de grupos bastante disputada. O primeiro desafio foi logo contra o Vasco da Gama, no Mineirão, em 23 de fevereiro. O jogo foi uma espécie de "revanche" para o time celeste, já que ambas as equipes haviam decidido o Campeonato Brasileiro no ano anterior, com o Vasco saindo campeão em meio a muita polêmica. O duelo foi eletrizante, com Palhinha marcando duas vezes para o Cruzeiro, mas o Vasco igualando o placar em dois momentos, o último deles aos 41 minutos do segundo tempo, com Roberto Dinamite. Quando tudo indicava que o empate prevaleceria, Nelinho converteu um pênalti no minuto final, garantindo a vitória por 3 a 2 para o Cruzeiro.
Na sequência, o Cruzeiro viajou para enfrentar o Deportivo Cali, em 9 de março, mas acabou derrotado por 1 a 0, com gol de A. Torres. No entanto, o time celeste se recuperou no jogo seguinte, vencendo o Atlético Nacional, em Medellín, por 2 a 1, com gols de Nelinho e Roberto Batata. A campanha seguiu com um empate por 1 a 1 contra o Vasco, em São Januário, o que manteve o Cruzeiro vivo na briga pela classificação.
De volta ao Mineirão, o Cruzeiro enfrentou o Atlético Nacional no dia 6 de abril, mas sofreu uma derrota por 3 a 2, apesar dos dois gols de Palhinha. A situação ficou complicada, e o time celeste entrou na última rodada precisando vencer o Deportivo Cali no Mineirão, além de contar com uma combinação de resultados para avançar à próxima fase.
Na partida decisiva, realizada em 10 de abril, o Cruzeiro fez sua parte e venceu o Deportivo Cali por 2 a 1, com gols de Palhinha e Dirceu Lopes. E, para a sorte cruzeirense, o Vasco derrotou o Atlético Nacional por 2 a 0 no Rio de Janeiro, resultado que garantiu a classificação do Cruzeiro para a fase semifinal.
Com três vitórias, um empate e duas derrotas, o Cruzeiro terminou como líder do Grupo 3, somando 7 pontos e superando os colombianos do Deportivo Cali por apenas 1 ponto.

Na fase semifinal da Taça Libertadores de 1975,
o Cruzeiro encontrou pela frente dois gigantes do futebol sul-americano: o Rosário Central, de Mário Kempes, um dos maiores jogadores do futebol argentino e o Independiente, atual tricampeão do torneio. A disputa acontecia em formato de grupo, onde apenas o primeiro colocado seguiria para a grande final.
O time celeste começou bem, vencendo o Rosário Central por 2 a 0 no Mineirão, com dois gols de Palhinha, no dia 21 de maio. Dois dias depois, enfrentou o Independiente, também no Mineirão, e repetiu o placar de 2 a 0, com gols de Nelinho e Roberto Batata, ficando em uma situação confortável na tabela.

No entanto, o Cruzeiro enfrentou dificuldades nos jogos fora de casa. Em 3 de junho, foi até a Argentina para enfrentar o Rosário Central. Bastava um empate para o time mineiro garantir a vaga na final, mas o Cruzeiro encontrou um ambiente extremamente hostil. A partida foi jogada sob frio intenso, com o campo enlameado, e a torcida argentina não facilitou, atirando objetos contra os jogadores cruzeirenses. Mesmo com toda a adversidade, o Cruzeiro lutou, mas acabou derrotado por 3 a 1, com dois gols de Kempes e um de Cabral. Dirceu Lopes marcou o único gol cruzeirense. A arbitragem foi muito criticada, especialmente por permitir lances duvidosos que resultaram nos gols do Rosário.

Ainda assim, o Cruzeiro chegou à última rodada da fase semifinal com chances de classificação. No dia 6 de junho, enfrentou o Independiente em Avellaneda. O time mineiro poderia até perder por 2 a 0 ou 3 a 1 que se classificaria pelo saldo de gols. Porém, o Cruzeiro teve uma de suas piores atuações e foi derrotado por 3 a 0, com gols de Pavoni, Bertoni e Ruiz Moreno. A eliminação foi dolorosa, especialmente diante das provocações dos argentinos, que repetiam a famosa frase: "Na copa, la copa, se mira e no se toca!".



CAMPEONATO BRASILEIRO 1975
O Campeonato Brasileiro de Futebol de 1975, oficialmente chamado de Copa Brasil pela CBD, foi a 20ª edição da principal competição nacional. Com 42 clubes participantes, a disputa foi dividida em várias fases. Na primeira fase, os times foram organizados em quatro grupos (dois com 10 clubes e dois com 11), jogando em turno único, com confrontos entre os grupos A x B e C x D. Os cinco melhores de cada grupo avançaram para a segunda fase, enquanto os demais foram para a repescagem.
Na segunda fase, dois grupos de 10 times disputaram jogos em turno único, classificando os seis primeiros de cada grupo para a terceira fase. Ao mesmo tempo, os primeiros colocados de quatro grupos na repescagem também garantiram vaga. Na terceira fase, os clubes foram divididos em dois grupos de oito, e os dois primeiros de cada grupo avançaram para as semifinais. A fase final foi disputada em jogos únicos, com vantagem para o clube de melhor campanha no campeonato em caso de empate.
Uma das inovações dessa edição foi a pontuação diferenciada: vitórias com mais de um gol de diferença valiam 3 pontos, vitórias por um gol de diferença rendiam 2 pontos, e empates garantiam 1 ponto a cada time.
O torneio de 1975 reuniu alguns dos maiores craques da história do futebol brasileiro. Além de Nelinho, Palhinha e Dirceu Lopes, que brilharam pelo Cruzeiro, a competição também contou com a participação de Roberto Dinamite (Vasco), Zico (Flamengo), Falcão (Internacional), Leão (Palmeiras) e Rivellino (Fluminense), todos nomes que marcaram época. Esses jogadores, junto com outros grandes talentos, ajudaram a fazer daquele campeonato um dos mais disputados e memoráveis da história.

Na primeira, 
o Cruzeiro mostrou sua força ao liderar o Grupo B com uma campanha sólida e consistente. A equipe começou com um empate sem gols contra o Comercial, fora de casa, mas logo se recuperou ao vencer o Coritiba por 1 a 0, com um gol de Nelinho. Em seguida, os cruzeirenses derrotaram o Botafogo por 2 a 0 no Maracanã, com gols de Cândido e Jésum, consolidando seu bom momento.
A vitória mais expressiva veio na goleada de 4 a 0 sobre o Rio Negro, em Belo Horizonte, com Joãozinho, Jésum, Zé Carlos e Nelinho balançando as redes. Em um clássico emocionante contra o Atlético-MG, o Cruzeiro empatou em 2 a 2, com gols de Roberto Batata e Nelinho, mantendo a invencibilidade no torneio.
Apesar de mais alguns empates, como os 0 a 0 contra América-RJ, Remo e Fortaleza, o time se mostrou dominante em casa, vencendo o Palmeiras por 2 a 0, com gols de Jésum e Nelinho. A equipe ainda fechou a fase com uma goleada de 4 a 0 sobre o Moto Clube, com dois gols de Palhinha, além de Zé Carlos e Cândido.
Ao final dessa primeira fase, o Cruzeiro se classificou em primeiro lugar, somando 19 pontos, com quatro vitórias por dois ou mais gols de diferença, o que lhe rendeu pontuações bônus e destacou o time como um dos favoritos para as fases seguintes da competição.


Na segunda, 
o Cruzeiro enfrentou desafios significativos, mas conseguiu se classificar para a fase final. O time iniciou essa etapa com um empate de 1 a 1 contra o Santa Cruz, onde Zé Carlos marcou o gol cruzeirense. Na sequência, a equipe mostrou força ao vencer o Goiás por 2 a 0, com gols de Palhinha e Roberto Batata.
Um dos momentos marcantes foi a vitória sobre o Flamengo, que contava com a estrela Zico. O Cruzeiro venceu por 1 a 0, com Joãozinho sendo o autor do gol. O time continuou a batalha com um empate de 1 a 1 contra o Internacional, onde Paulo César e Roberto Batata marcaram. No entanto, o Cruzeiro sofreu uma derrota por 1 a 0 para o Vasco da Gama, gol de Roberto Dinamite.
A equipe se recuperou com vitórias consecutivas, começando pela vitória por 1 a 0 sobre o Figueirense, com gol de Nelinho, e depois vencendo o Sport por 1 a 0, com mais um gol de Palhinha. Em um jogo sem gols contra o São Paulo, o Cruzeiro mostrou resiliência, mas também enfrentou dificuldades.
O time terminou essa fase com uma vitória importante de 2 a 1 sobre o América-RN, com gols de Vanderlei e Jésum. Em um jogo decisivo, o Cruzeiro derrotou o Grêmio por 3 a 1, com Eli marcando dois gols e Palhinha completando a vitória.
Ao final da segunda fase, o Cruzeiro ficou em segundo lugar no Grupo 1, com 17 pontos, garantindo sua classificação para a fase final e mantendo viva a esperança de conquistar o título daquele ano.


Na terceira fase,
 o Cruzeiro enfrentou desafios importantes que culminaram em sua classificação para as semifinais. O time começou a fase com um empate sem gols contra o Palmeiras e, em seguida, sofreu uma derrota de 2 a 0 para o Guarani, onde Renato foi o destaque ao marcar ambos os gols. O Cruzeiro então perdeu para o Fluminense por 2 a 1, com Palhinha sendo o autor do gol cruzeirense.
A equipe se recuperou ao vencer o Corinthians por 2 a 0, com gols de Nelinho e Roberto Batata, e, logo depois, derrotou o Botafogo também por 2 a 0, com gols de Palhinha e Joãozinho. No final do mês, o Cruzeiro teve uma excelente atuação ao vencer o Nacional por 3 a 0, com Palhinha marcando dois gols e Roberto Batata completando a goleada. O time encerrou a fase com um empate de 1 a 1 contra o América-RJ, onde Palhinha novamente foi responsável pelo gol.
Com essa performance, o Cruzeiro ficou em segundo lugar no Grupo A, garantindo sua classificação para as semifinais. 


Na semifinal,
O Cruzeiro enfrentou o Santa Cruz em um jogo emocionante. O Cruzeiro venceu por 3 a 2, com Palhinha marcando dois gols e Zé Carlos contribuindo com mais um.


Na grande final, 
o Cruzeiro enfrentou o Internacional. O jogo foi marcado por um excelente desempenho do goleiro Manga, do Internacional, que fez defesas impressionantes, incluindo cobranças de falta de Nelinho e chutes à queima-roupa de Palhinha. O único gol da partida veio de uma falta contestada que resultou em um lance decisivo. O Internacional venceu por 1 a 0, e o Cruzeiro sagrou-se vice-campeão brasileiro pela segunda vez consecutiva.
Apesar da decepção, a campanha do Cruzeiro foi notável, e tanto o Cruzeiro quanto o Internacional se classificaram para a Taça Libertadores de 1976, destacando o grande desempenho do time ao longo do campeonato. O confronto entre essas duas equipes se tornaria conhecido como um dos maiores clássicos do futebol brasileiro na década de 70.



MINAS GERAIS 1975
O Campeonato Mineiro de 1975 foi a 61ª edição oficial do principal torneio de futebol de Minas Gerais, reunindo 16 equipes. O Cruzeiro Esporte Clube se destacou ao conquistar o campeonato, sendo este o último do tetracampeonato do clube e o 9º na era Mineirão.
O torneio foi dividido em três fases. Na primeira fase, as 16 equipes foram agrupadas em dois grupos de 8 times cada. As equipes do Grupo A enfrentaram as do Grupo B em um turno único, e os quatro primeiros colocados de cada grupo avançaram para a segunda fase. Os vencedores de cada grupo se enfrentaram para decidir o título da primeira fase, e o time vencedor obteve um ponto extra na tabela de classificação para a fase final.
Na segunda fase, os 8 times classificados foram divididos em duas chaves com quatro equipes. Todos os clubes se enfrentaram em um turno único, e os dois primeiros colocados de cada chave garantiram a classificação para a fase final. O primeiro colocado de cada chave também recebeu um ponto extra para a fase final, enquanto o quarto classificado foi determinado pelo índice técnico.
Além disso, houve um Torneio Eliminatório, que também conferiu ao seu vencedor um ponto extra na fase final do Campeonato Mineiro. Na fase final, os quatro times se enfrentaram em turno e returno, e o campeão foi definido pelo maior número de pontos acumulados nesta fase.
Os clubes participantes do campeonato incluíram nomes tradicionais como o América Futebol Clube, o Atlético Mineiro e o próprio Cruzeiro, além de outras equipes como a Caldense, o Democrata, o Nacional de Uberaba e o Villa Nova, entre outros. A competição foi intensa, refletindo a rica história do futebol mineiro e o alto nível de rivalidade entre as equipes.


Na primeira fase,
O Cruzeiro Esporte Clube se destacou ao terminar como líder do Grupo A, demonstrando um desempenho sólido e consistente. A equipe disputou um total de oito partidas, onde obteve cinco vitórias e três empates, somando 13 pontos.
O campeonato começou com um emocionante empate de 2 a 2 contra o Atlético, onde Palhinha e Roberto Batata marcaram para o Cruzeiro, mesmo diante de um adversário tradicional. Na sequência, o time conseguiu uma vitória de 2 a 1 sobre o Valeriodoce, com Joãozinho brilhando ao marcar os dois gols.
O Cruzeiro continuou sua trajetória com uma vitória de 2 a 1 sobre o Nacional de Uberaba, com gols de Adão, Joãozinho e Palhinha. No dia 4 de maio, o clube teve uma apresentação contundente contra o América, vencendo por 3 a 0, com gols de Palhinha, Roberto Batata e um gol contra do defensor Cléber.
O ataque do Cruzeiro foi eficaz também na partida contra o Uberlândia, que terminou com uma vitória emocionante de 4 a 3, com Fernando, Neiriberto e Vicente marcando, além de Roberto Batata. O time, no entanto, teve dificuldades em alguns jogos, enfrentando empates sem gols contra a Caldense e o Guaxupé, além de um empate 1 a 1 com a Esab, com Helinho e Darci Menezes sendo os responsáveis pelos gols.
Com um saldo de 13 gols marcados e apenas 6 sofridos, o Cruzeiro garantiu sua classificação para a fase seguinte do torneio, consolidando-se como um dos favoritos ao título. O desempenho da equipe na primeira fase foi um prenúncio da grande campanha que ainda estava por vir.
Com a conquista do título estadual, o Cruzeiro garantiu sua classificação para a Taça Brasil de 1966, abrindo caminho para mais desafios e glórias no cenário nacional.
O Campeonato Mineiro de 1965 foi um marco na história do Cruzeiro. Com uma torcida apaixonada e um elenco talentoso, a equipe mostrou sua força e determinação em cada partida, destacando jogadores como Dirceu Lopes, Piazza, Marco Antônio, Tostão e Natal. O Mineirão, recém-inaugurado, foi palco de grandes momentos e vitórias inesquecíveis, consolidando o Cruzeiro como um
A final da primeira fase do Campeonato Mineiro de 1975 foi marcada por um confronto empolgante entre o Cruzeiro Esporte Clube, campeão do Grupo A, e a ESAB, campeã do Grupo B. O primeiro jogo ocorreu no dia 29 de maio, no Estádio Mineirão, onde o Cruzeiro teve uma performance impressionante, goleando a ESAB por 6 a 2. Palhinha brilhou com três gols, enquanto Dirceu Lopes anotou dois e Nelinho completou a conta. A equipe mostrou sua força ofensiva e a capacidade de controlar o jogo.
O segundo jogo da final foi realizado em 4 de junho, no campo da ESAB. O Cruzeiro entrou em campo determinado a garantir o título da primeira fase e não decepcionou. Com um gol solitário de Eli Mendes, o time saiu vitorioso novamente, fechando a série com um agregado de 7 a 2.
Com essas vitórias, o Cruzeiro não apenas conquistou o título da primeira fase, mas também garantiu um ponto extra para a fase final do torneio, consolidando-se como um forte candidato ao título mineiro. A equipe demonstrou um futebol envolvente e uma química impressionante entre os jogadores, o que se tornaria uma característica marcante ao longo de toda a competição.

Na segunda fase, 
o Cruzeiro Esporte Clube enfrentou um grande desafio, pois todos os titulares e a comissão técnica estavam convocados para representar o Brasil na Copa América. Isso forçou o clube a disputar a etapa com uma equipe composta por reservas e jogadores juniores.
O Cruzeiro foi inserido no Grupo B e começou a fase em 8 de junho, enfrentando a Caldense, onde sofreu uma derrota por 1 a 0. Apesar do revés, a equipe se recuperou rapidamente. No dia 11 de junho, conquistou sua primeira vitória, vencendo o União Tijucana por 1 a 0, com um gol de Jesus.
Seguiram-se duas vitórias convincentes: em 14 de junho, o Cruzeiro venceu o América por 2 a 0, com dois gols de Roberto César. Em 21 de junho, a equipe mostrou sua força ao derrotar o Villa Nova por 2 a 0, com gols de Cândido e Jesum. O desempenho continuou a se destacar em 28 de junho, quando o time venceu a ESAB por 2 a 0, novamente com Cândido e Eli Mendes marcando.
No entanto, o Cruzeiro teve um desfecho amargo na fase, perdendo para o Atlético por 1 a 0 no dia 6 de julho. Apesar dessa derrota, o Cruzeiro garantiu a classificação para a fase final do torneio, terminando a fase com 7 pontos, o que consolidou a equipe como uma das melhores da competição. A bravura e a resiliência do time, mesmo com uma formação alternativa, mostraram a força da base do clube, que se preparava para enfrentar os desafios que viriam na fase decisiva do campeonato.​​
Na terceira fase, 
o Cruzeiro Esporte Clube entrou em campo com uma missão clara: conquistar o título estadual. Com a fase final sendo disputada em Belo Horizonte, a equipe estava motivada para manter o bom desempenho que já havia mostrado ao longo da competição. O Cruzeiro iniciou esta etapa com um ponto a mais, graças à sua vitória na primeira fase.
A primeira partida da fase final ocorreu em 1 de fevereiro de 1976, contra a Caldense, e o Cruzeiro não decepcionou seus torcedores. Com uma exibição impressionante, a equipe venceu por 4 a 1, com destaque para o atacante Nelinho, que marcou três gols. Palhinha também contribuiu para a vitória, solidificando o ataque celeste e mostrando a força da equipe. O desempenho ofensivo foi acompanhado de perto pela torcida, que se animou com o futebol apresentado.
No dia 4 de fevereiro, o Cruzeiro enfrentou o América, e mais uma vez a equipe mostrou sua qualidade, vencendo por 2 a 1. Os gols foram marcados por Nelinho e Palhinha, com a equipe demonstrando controle e determinação durante todo o jogo.
No clássico contra o Atlético, realizado em 8 de fevereiro, o Cruzeiro se destacou ao conquistar uma vitória por 1 a 0, com o gol de Morais. Este triunfo foi especialmente significativo, pois não apenas fortaleceu a moral da equipe, mas também demonstrou sua capacidade de competir em jogos decisivos.
Na sequência, em 15 de fevereiro, o Cruzeiro voltou a enfrentar a Caldense, obtendo mais uma vitória, desta vez por 3 a 1. Os gols foram anotados por Jairzinho, Joãozinho e um gol contra de Bassi, evidenciando a força ofensiva e a consistência do time em manter a pressão sobre os adversários.
O último jogo da fase antes da decisão contra o Atlético ocorreu em 18 de fevereiro, quando o Cruzeiro enfrentou novamente o América. O resultado foi mais uma vitória, desta vez por 2 a 1, com gols de Palhinha e Roberto Batata. A equipe mostrou resiliência e um forte espírito coletivo, mantendo-se firme na disputa pelo título.
Com um desempenho notável e uma sequência de vitórias, o Cruzeiro se preparou para a última rodada do campeonato, onde enfrentaria o Atlético, em um jogo que não apenas decidiria o campeão mineiro, mas também seria uma oportunidade para o Cruzeiro reafirmar sua superioridade no futebol mineiro. A expectativa era alta, e a torcida estava ansiosa para apoiar sua equipe na busca pelo tão sonhado título.



A última partida da fase final do Campeonato Mineiro de 1975 
foi um verdadeiro espetáculo, reunindo as duas maiores forças do futebol mineiro: Cruzeiro e Atlético. O jogo aconteceu no dia 22 de fevereiro, diante de uma impressionante multidão de 86.365 torcedores, que lotou o Estádio do Mineirão, ansiosos para testemunhar quem levaria o título para casa.
O Cruzeiro entrou em campo com uma formação estratégica, reforçada por Jairzinho, uma contratação recente que substituiu Dirceu Lopes, que estava se recuperando de uma lesão no tendão de Aquiles. Com um elenco formado por jogadores talentosos como Raul, Nelinho, Darci Menezes, Morais, Vanderlei, Zé Carlos, Eduardo, Palhinha, Roberto Batata, Joãozinho e sob o comando do técnico Zezé Moreira, a equipe estava pronta para lutar pelo tetracampeonato.
O Atlético, por sua vez, também contava com um time forte, liderado pelo técnico Mussula. Com jogadores como Careca, Getúlio e Reinaldo, o rival estava determinado a conquistar o título e contava com a pressão da torcida para fazer valer o mando de campo.
O jogo começou intenso, com ambas as equipes se estudando e criando algumas oportunidades. No entanto, foi no segundo tempo que a partida ganhou emoção. Aos 54 minutos, Joãozinho, em uma jogada mágica, desfilou pela esquerda do campo, driblando três adversários — Getúlio, Danival e Márcio — antes de cruzar a bola de forma precisa. Palhinha, em um momento decisivo, se posicionou bem e, com um cabeceio certeiro, mandou a bola para o fundo das redes, abrindo o placar para o Cruzeiro.
O gol foi um verdadeiro alívio para os torcedores cruzeirenses, que viram a equipe assumir a liderança no jogo e na competição. Palhinha, além de marcar o gol da vitória, se destacou como o artilheiro do campeonato, acumulando um total de 10 gols durante toda a competição.
Após o gol, o Cruzeiro se manteve firme em campo, controlando a posse de bola e neutralizando as investidas do Atlético, que tentava, sem sucesso, encontrar o empate. O tempo passava e a tensão aumentava, mas a defesa cruzeirense, com Morais e Darci Menezes, esteve sólida, garantindo que o resultado se mantivesse favorável.
Com o apito final, a festa explodiu nas arquibancadas. O Cruzeiro havia conquistado o tetracampeonato mineiro, encerrando a fase final com um triunfo crucial contra o arquirrival Atlético. Os jogadores se abraçaram em campo, enquanto a torcida celebrava com fervor, consolidando a posição do Cruzeiro como um dos maiores clubes do estado e do Brasil. A vitória e o título foram a recompensa pelo esforço e dedicação de toda a equipe ao longo da temporada, especialmente em um jogo tão decisivo e emocionante.
Fontes: Estado de Minas, Hoje em Dia, Rsssfbrasil, Livro Almanaque do Cruzeiro Esporte Clube, de Henrique Ribeiro.​​​​​​​

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