Campeonatos

O ano de 2002 foi marcado por grandes transformações e eventos memoráveis em todo o mundo. Na política global, os Estados Unidos intensificaram a “Guerra ao Terror” e se prepararam para a invasão do Iraque, enquanto a União Europeia consolidava o euro como moeda oficial. No Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente, trazendo promessas de combate à pobreza e renovação política.
Na música, o mundo foi embalado pelo pop e pelo rock alternativo de artistas como Avril Lavigne e Eminem, enquanto o nu-metal atraiu jovens com bandas como Linkin Park. No Brasil, o rock nacional prosperou com Charlie Brown Jr. e O Rappa, e o pagode e o funk também ganharam espaço popular. No cinema, filmes como O Senhor dos Anéis: As Duas Torres e Cidade de Deus marcaram o ano, enquanto novelas como O Clone impactaram a TV brasileira com temáticas inovadoras.
No esporte, o Brasil viveu a euforia do pentacampeonato na Copa do Mundo, vencendo a Alemanha com uma seleção histórica. Esse título reafirmou o país como potência do futebol, e a paixão esportiva continuava forte no vôlei e no automobilismo, com Rubens Barrichello representando o país na Fórmula 1. Esse cenário de mudanças e conquistas foi o pano de fundo para o ano de 2002 do Cruzeiro Esporte Clube, marcado pela resiliência e pelo espírito de luta que sempre caracterizaram o tempo.

ELENCO
O elenco do Cruzeiro em 2002 foi formado com atletas talentosos e de renome, montando uma equipe que competiu em campeonatos importantes: a Copa Sul-Minas, o Supercampeonato Mineiro, a Copa do Brasil, a Copa dos Campeões Regionais e a Série A do Campeonato Brasileiro. O grupo mesclava experiência e juventude, com destaque para alguns dos principais jogadores da época.
No gol, o Cruzeiro contou com Jefferson, Gomes e Alexandre Fávaro, sendo Jefferson uma promessa de que mais tarde consolidou sua carreira na seleção brasileira. Gomes também mostrou grande potencial, consolidando-se como um goleiro seguro e promissor para a equipe.
Na defesa, o Cruzeiro possuía bons laterais direitos, como o colombiano Viveros, Ruy e o jovem Maicon, que viria a brilhar na Europa anos depois. No centro da zaga, Marcelo Batatais, Luisão, Thiago Gosling e Cris formaram uma linha de defesa sólida. Luisão se destacou pela altura e técnica, características que mais tarde lhe garantiriam uma carreira de sucesso internacional. Já na lateral esquerda, o time contou com Juan Pablo Sorín, um jogador carismático e técnico, que rapidamente se tornou um dos favoritos da torcida. Ao seu lado, estavam Leandro, Rondinelli e Jorginho Paulista, formando uma linha defensiva confiável.
O meio-campo era composto por volantes de marcação e talento, como Ricardinho, Fernando Miguel, Augusto Recife e o paraguaio Victor Quintana, além de Paulo Miranda. Esses atletas davam equilíbrio ao time, garantindo suporte tanto na defesa quanto na criação de jogadas. Nos meias, Wendel, Jorge Wagner e Lúcio Bala se destacaram. Vander Pereira completou o setor de criação, mas o grande nome dessa posição seria Alex.
Alex foi contratado no início da temporada de 2001, mas gerou um problema judicial, sendo suspenso pela FIFA devido a uma disputa contratual com o Parma, que o obrigou a deixar o clube no início de 2002. No entanto, ele retornou para a reta final do Campeonato Brasileiro de 2002, com total apoio do técnico Vanderlei Luxemburgo, que demonstrou tanta confiança no atleta que chegou a afirmar que pagaria o salário do próprio bolso, caso Alex não correspondesse. Esse retorno marcou o início de uma fase histórica para o meia no Cruzeiro, que viveria seu auge em 2003.
No ataque, o elenco contava com nomes como Fábio Júnior e Marcelo Ramos, especialistas experientes e conhecidos por sua precisão em campo. Jussiê, Alessandro Cambalhota, Joãozinho e Lucas Severino trazem velocidade e habilidade ao setor ofensivo. Mas o grande destaque foi a contratação de Edílson Capetinha, emprestado pelo Flamengo e anunciado no aniversário de 81 anos do clube, em janeiro. Como jogador frequente nas convocações de Luiz Felipe Scolari para a Seleção Brasileira, Edilson trouxe grande expectativa para a torcida. Sua passagem pelo Cruzeiro, apesar de curta, foi marcante: em 16 partidas, ele marcou 11 gols, sendo convocado para a Copa do Mundo de 2002. Após conquistar o título mundial, Edílson subiu para o futebol japonês, mas deixou seu nome na história do clube ao integrar o seleto grupo de campeões do mundo jogando pelo Cruzeiro.
No comando, Marco Aurélio começou uma temporada, mas a chegada de Vanderlei Luxemburgo trouxe uma nova perspectiva para o elenco, marcando o início de uma era promissora para o Cruzeiro. Este plantel, com jogadores de talento e técnico renomado, preparou o caminho para o ano seguinte, quando o Cruzeiro alcançaria uma das fases mais vitoriosas de sua história.

INAUGURAÇÃO DA TOCA II
A inauguração da Toca da Raposa II, em 9 de março de 2002, foi um marco importante para o Cruzeiro Esporte Clube. Localizada no bairro Trevo, na Pampulha, a construção desse moderno centro de treinamento começou em 2000, mas o projeto teve início ainda em 1997, sob a gestão de Zezé Perrella. O evento de abertura contou com a presença de personalidades importantes, como o ministro da Educação, Cultura e Esportes, Carlos Melles, e Luiz Felipe Scolari, técnico da Seleção Brasileira, que estavam em fase de preparação para a Copa do Mundo.
A Toca da Raposa II foi criada para ser o novo lar de treinamento do time profissional, oferecendo uma estrutura ampliada e mais moderna, ideal para um clube que buscava sempre estar entre os grandes do futebol brasileiro. Com sua apresentação, a antiga Toca da Raposa, que havia sido o centro de treinamento desde 1967, passou a ser voltada exclusivamente para categorias de base, fortalecendo o desenvolvimento de novos talentos.
No dia 15 de março, o elenco do Cruzeiro realizou seu primeiro treino oficial no novo espaço, um momento simbólico que marcou o início de uma nova era para o clube.

A COPA SUL MINAS
A Copa Sul-Minas foi criada no ano 2000 como uma expansão da Copa Sul, torneio disputado exclusivamente entre clubes dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na Copa Sul, disputada em 1999, o Grêmio sagrou-se campeão, mas a competição deixou a desejar financeiramente, o que motivou os clubes sulistas a buscarem alternativas para torná-la mais atrativa. Ao mesmo tempo, os clubes de Minas Gerais estavam insatisfeitos com a Copa Centro-Oeste, e decidiram unir forças com os clubes do Sul para formar um torneio maior e mais rentável: a Copa Sul-Minas.
 
A nova competição contou com a participação de clubes dos quatro estados: Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As federações locais escolheram seus representantes e o formato de disputa variou ao longo dos anos. Nos primeiros torneios, o campeonato teve uma fase de grupos seguida de mata-mata, sendo classificatório para a Copa dos Campeões Regionais. Em 2002, com a fundação da Liga Sul-Minas, a primeira fase passou a ser disputada em pontos corridos.
 
No entanto, com a desvalorização do real em relação ao dólar, a Rede Globo, principal patrocinadora do torneio, perdeu o interesse na competição, já que os contratos publicitários eram em dólar. A emissora, junto com a CBF, pressionou pelo fim do campeonato, levando à sua extinção.
 
O Cruzeiro teve um bom desempenho na primeira edição da Copa Sul-Minas de 2000. O time terminou em primeiro lugar na fase de grupos, avançou para as semifinais e eliminou o Paraná Clube. Porém, na final contra o América Mineiro, o Cruzeiro perdeu as duas partidas (0x1 e 1x2), ficando com o vice-campeonato. A Copa Sul-Minas deixou um legado de regionalismo no futebol brasileiro, apesar de sua breve duração.

 
Em 2001 o Cruzeiro venceu a Copa Sul-Minas de maneira invicta. Na final, o Coritiba conquistou o título com uma vitória fora de casa por 2 a 0, e uma goleada por 3 a 0 no Mineirão, consagrando-se campeão e garantindo a classificação para a Copa dos Campeões.
Copa Sul-Minas 2002
A Copa Sul-Minas 2002 foi a 3ª edição do torneio regional organizado pela CBF, reunindo 16 equipes de quatro estados: Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O Cruzeiro, que já havia chegado à final nas edições anteriores, conquistou o bicampeonato consecutivo ao vencer o Atlético Paranaense nos dois jogos da final.
A competição seguiu um formato de turno único, onde cada time enfrentou os outros 15 participantes, totalizando 15 partidas para cada equipe. As quatro melhores equipes da classificação geral avançaram para as semifinais, disputadas em dois jogos, com vantagem para as equipes que terminaram nas duas primeiras posições, que tinham o direito de jogar a partida de volta em seus estádios. Em caso de empate no placar agregado, a decisão seria nos pênaltis. O mesmo critério de desempate foi utilizado nas finais.
Os 16 participantes da Copa Sul-Minas 2002 foram: América-MG, Atlético-MG, Cruzeiro-MG, Mamoré-MG, Internacional-RS, Grêmio-RS, Figueirense-SC, Joinville-SC, Atlético-PR, Coritiba-PR, Paraná-PR, Juventude-RS, Criciúma-SC, Malutrom-PR, Pelotas-RS e Tubarão-SC.


RUMO AO BICAMPEONATO
Na primeira fase da Copa Sul-Minas 2002, o Cruzeiro teve uma participação marcante, conquistando 11 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, somando 35 pontos e garantindo a classificação para as semifinais. A seguir, as partidas da equipe na fase inicial do torneio:
Atlético-PR 0-2 Cruzeiro (20 de janeiro)
O Cruzeiro iniciou a competição com uma vitória fora de casa sobre o Atlético-PR, com gols de Cris (34’) e Leonardo (38’ do segundo tempo). A equipe mostrou sua força logo no começo.
Cruzeiro 2-0 Juventude (26 de janeiro)
No Mineirão, o Cruzeiro venceu o Juventude por 2 a 0, com gols de Maicon (16’) no primeiro tempo. A vitória assegurou mais três pontos importantes.
Joinville 1-2 Cruzeiro (30 de janeiro)
Em Santa Catarina, o Cruzeiro venceu o Joinville por 2 a 1, com gols de Vander (14’) e Sorín (44’ do primeiro tempo). A equipe mostrou boa reação após sofrer um gol e controlou o jogo.
Cruzeiro 3-1 Coritiba (3 de fevereiro)
Em mais uma vitória no Mineirão, o Cruzeiro derrotou o Coritiba por 3 a 1, com gols de Sorín (8’), Edílson Capetinha (11’) e Vander (18’), sendo o placar controlado desde os primeiros minutos.
Internacional 3-3 Cruzeiro (9 de fevereiro)
Em Porto Alegre, o Cruzeiro empatou em 3 a 3 com o Internacional. O time mineiro começou ganhando com Edílson (1’), mas sofreu o empate e ainda viu o Inter virar, com gols de Cássio (9’), Luisão (15’ do segundo tempo), Fernando Baiano (19’) e Leandrão (20’), empatando com Edílson (19’).
Cruzeiro 7-0 América-MG (16 de fevereiro)
O ponto alto da campanha foi a goleada histórica sobre o América-MG por 7 a 0 no Mineirão, em 16 de fevereiro. Diante de um público de mais de 28 mil pessoas, o Cruzeiro dominou o jogo do início ao fim, com uma atuação impecável. Fábio Júnior e Edílson foram os destaques, marcando dois gols cada. Ricardinho também brilhou com dois gols, enquanto Vander contribuiu com mais um. A vitória deixou claro o poder ofensivo do Cruzeiro e consolidou sua liderança na competição.

Atlético-MG 1-1 Cruzeiro (23 de fevereiro)
No clássico mineiro, o Cruzeiro empatou com o Atlético-MG por 1 a 1. O Atlético saiu na frente com Edgar (62’), mas o Cruzeiro empatou com Edílson (69’). Esse empate ampliou a sequência invicta da equipe, estabelecendo um recorde de 17 jogos sem derrota nos torneios estaduais.
Cruzeiro 2-0 Malutrom (2 de março)
Em mais uma vitória, o Cruzeiro venceu o Malutrom por 2 a 0, com gols de Edílson (1’) e Batatais (41’). A vitória consolidou o time como líder da competição.
Figueirense 0-1 Cruzeiro (10 de março)
O Cruzeiro venceu o Figueirense fora de casa por 1 a 0, com gol de Edílson Capetinha (15’ do segundo tempo). A equipe manteve o bom desempenho mesmo jogando fora de casa.
Cruzeiro 1-2 Criciúma (17 de março)
Em uma partida difícil, o Cruzeiro perdeu para o Criciúma por 2 a 1. O único gol do Cruzeiro foi marcado por Edílson, mas a equipe não conseguiu evitar a derrota.
Paraná 0-2 Cruzeiro (20 de março)
O Cruzeiro se recuperou na competição com uma vitória fora de casa sobre o Paraná por 2 a 0, com gols de Jorge Wagner e Edílson. O time mostrou sua força novamente e assegurou os três pontos.
Cruzeiro 2-0 Grêmio (24 de março)
No Mineirão, o Cruzeiro venceu o Grêmio por 2 a 0, com gols de Ricardinho e Lúcio, demonstrando mais uma vez a força em casa.
Pelotas 2-3 Cruzeiro (31 de março)
O Cruzeiro venceu o Pelotas por 3 a 2 fora de casa, com gols de Ricardinho (penalti), Ruy e Alessandro. A vitória foi crucial para garantir o topo da classificação.
Mamoré 1-2 Cruzeiro (7 de abril)
Em mais uma vitória fora de casa, o Cruzeiro derrotou o Mamoré por 2 a 1, com gols de Rui (3’ do segundo tempo) e Cris (45’ do segundo tempo). O Mamoré ainda conseguiu marcar o gol de honra no fim da partida.
Cruzeiro 1-2 Tubarão (14 de abril)
Em uma das poucas derrotas da primeira fase, o Cruzeiro perdeu para o Tubarão por 2 a 1. O gol do Cruzeiro foi marcado por Alessandro, mas o Tubarão conseguiu sair com os três pontos.
Com 35 pontos conquistados, o Cruzeiro terminou a primeira fase na liderança do Grupo, consolidando sua classificação para as semifinais da Copa Sul-Minas 2002. A equipe se destacou, especialmente pela goleada histórica sobre o América e pela sequência invicta que se estendeu por 17 jogos.


SEMIFINAIS Cruzeiro x Atlético
Primeiro jogo - Atlético 1x1 Cruzeiro
O confronto entre Cruzeiro e Atlético nas semifinais da Copa Sul-Minas de 2002 foi marcado por muito equilíbrio. No primeiro jogo, disputado no Mineirão no dia 21 de abril, as equipes empataram em 1 a 1. O Atlético abriu o placar aos 8 minutos do segundo tempo, com um gol de Kim. Porém, a resposta do Cruzeiro veio rapidamente, e Fábio Júnior empatou a partida aos 15 minutos, garantindo que o jogo terminasse igualado.
Segundo jogo - Cruzeiro 1x1 Atlético
O segundo jogo, realizado no dia 28 de abril, também foi equilibrado. Com o mesmo público no Mineirão, as equipes não conseguiram se desvencilhar no tempo normal e terminaram novamente empatadas, desta vez por 1 a 1. O Atlético saiu na frente com um gol de Rodrigo, que marcou de falta aos 35 minutos do segundo tempo. Mas o Cruzeiro reagiu logo no início da etapa final, e Luisão empatou aos 52 minutos.
A decisão foi para os pênaltis, e o Cruzeiro mostrou sua frieza e competência. Após 2 empates seguidos, a equipe estrelada venceu por 4 a 2 nas penalidades. Jefferson, goleiro do Cruzeiro, teve participação decisiva ao defender uma cobrança de Bosco. Jussiê também acertou a última cobrança, selando a classificação do Cruzeiro para a final e eliminando o Atlético pela segunda vez consecutiva na competição.
Cruzeiro: Jefferson, Maicon, Luisão, Marcelo Batatais, Sorin, Fernando Miguel (Jorge Wagner), Ricardinho, Vander, Jussiê, Alessandro (Lúcio), Edilson. T: Marco Aurélio
Atlético: Milagres, Gutierrez, Marcelo Djian, Erlon, Baiano, Edgar, Bosco, Rodrigo (Paulinho) (Djair), Rubens Júnior, Guilherme, Marques. T: Levir Culpi
A vitória nas semifinais consolidou ainda mais a força do Cruzeiro na competição, mostrando que, apesar das dificuldades, a equipe sabia como lidar com a pressão e avançar em grandes decisões.


FINAIS Cruzeiro x Athlético PR
Primeiro jogo - Athlético PR 1x2 Cruzeiro
Na final da Copa Sul-Minas de 2002, o Cruzeiro enfrentou o Atlético-PR em uma disputa emocionante. O primeiro jogo aconteceu no dia 5 de maio, na Arena da Baixada, em Curitiba. O Cruzeiro venceu por 2 a 1, com gols de Edílson, que abriu o placar de pênalti, e Fábio Júnior, que ampliou logo em seguida. O Atlético-PR ainda conseguiu diminuir com um gol de Alex Mineiro, também de pênalti, mas não foi suficiente para evitar a derrota. A vitória deu ao Cruzeiro uma vantagem importante para o segundo jogo, que seria em Belo Horizonte.
ATHLÉTICO PR: Flávio, Rogério Corrêa, Cocito (Igor), Wellington Paulo e Alessandro; Flávio Luís (Reginaldo Vital), Kléberson e Adriano; Fabiano, Kléber Pereira (Ilan) e Alex Mineiro. Técnico: Geninho.
CRUZEIRO: Jefferson, Maicon, Luisão, Marcelo Batatais e Sorín; Fernando Miguel, Ricardinho e Vander; Jussiê (Augusto Recife), Fábio Júnior (Lúcio) e Edílson. Técnico: Marco Aurélio.

Segundo jogo Cruzeiro 1x0 Athlético PR
No jogo de volta, realizado no dia 12 de maio no Mineirão, o Cruzeiro conseguiu garantir o título com uma vitória apertada por 1 a 0. O gol da vitória veio aos 75 minutos, marcado por Sorin, em um momento que ficaria marcado para a história do clube. Aquele gol não foi apenas o que selou o bicampeonato, mas também a despedida de Sorin, que estava prestes a ser negociado com o Lazio, da Itália. O lateral argentino, que havia sido o maior investimento da história do clube até então, com um valor de US$ 5 milhões, teve uma despedida emocionante, sendo o herói do jogo que garantiu o título. Sua saída marcou o fim de uma era de grandes contratações e parcerias internacionais do Cruzeiro.
Cruzeiro: Jefferson; Luisão, Marcelo Batatais, Cris; Ruy, Fernando Miguel (Recife), Jussiê (Wendel), Jorge Wagner, Sorin; Fábio Júnior (Alessandro), Edilson. T: Marco Aurélio
Athlético PR: Flávio; Igor, Rogério Corrêa, Gustavo (Donizete Amorim); Alessandro, Reginaldo Vital (Kléber), Kleberson, Adriano, Ivan (Luizinho Netto); Illan, Alex Mineiro. T: Geninho

Com o título, o Cruzeiro consolidou sua força na temporada, conquistando mais um grande troféu e colocando um ponto alto em uma campanha que, apesar de outros desafios ao longo do ano, mostrou a qualidade e o caráter do time em decisões importantes.

A TEMPORADA
Na temporada de 2002, o Cruzeiro participou de diversas competições, enfrentando desafios e obtendo resultados variados. No Supercampeonato Mineiro, uma edição especial criada para preservar os grandes clubes do desgaste do Campeonato Estadual tradicional, o Cruzeiro sagrou-se campeão. Em um torneio curto de pontos corridos, a equipe terminou em primeiro lugar, com nove pontos em quatro partidas, assegurando mais um título estadual.
Na Copa do Brasil, o Cruzeiro iniciou bem, superando o Bandeirante-DF e o Londrina nas primeiras fases. No entanto, a trajetória foi interrompida nas oitavas de final pelo Corinthians. O primeiro confronto terminou empatado em 2 a 2, mas na partida de volta, o Corinthians venceu por 3 a 2, eliminando a Raposa da competição.
A participação do Cruzeiro na Copa dos Campeões foi marcante. O time celeste liderou seu grupo, que incluía Vitória, São Paulo e Grêmio. Na sequência, eliminou Goiás e Flamengo nas quartas de final e semifinais. Na final, enfrentou o Paysandu e venceu o jogo de ida por 2 a 1, no Mangueirão. Porém, no jogo de volta, realizado no Castelão, o Paysandu venceu por 4 a 3, levando a decisão para os pênaltis, onde o Cruzeiro foi derrotado por 3 a 0.
No Campeonato Brasileiro, que naquele ano teve sua última edição no formato de mata-mata, o Cruzeiro fez uma campanha equilibrada, mas ficou fora das quartas de final por pouco. O time terminou em nono lugar, com os mesmos 39 pontos que o Santos, mas perdeu a vaga nos critérios de desempate. Essa temporada foi de altos e baixos para o Cruzeiro, que, mesmo sem conquistar títulos nacionais, apresentou bom desempenho em várias competições.

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