Campeonatos

Um ano mágico!
Em 2003, o mundo vivia tempos de mudanças profundas. No Brasil, a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente simbolizava esperança para milhões, com foco em programas sociais e fortalecimento de parcerias globais. No cenário internacional, as perdas geradas pela invasão do Iraque repercutiram intensamente, moldando um novo panorama político e econômico. Mas, enquanto essas transformações se desenrolavam, em Minas Gerais, um espetáculo à parte brilhava intensamente: o Cruzeiro Esporte Clube vivia o ano mais glorioso de sua história.
Em meio ao fervor cultural e musical da época, o Mineirão tornou-se o palco de uma ópera futebolística inesquecível, com a torcida celeste como protagonista de um espetáculo de paixão e alegria. Em cada canto entoado, ressoava a grandiosidade de um time que desafiava os limites do possível. Naquele ano, o Cruzeiro conquistou um feito nunca visto no futebol brasileiro: a conquista da "Tríplice Coroa" - o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro, todos vencidos em uma mesma temporada.
Esse time mágico, liderado pelo estrategista Vanderlei Luxemburgo, não era apenas um grupo de jogadores; era uma orquestra afinada, onde cada peça contribuía para a sinfonia do sucesso. Eram “22 titulares”, uma equipa cuja força estava na profundidade do seu elenco, na organização impecável e na habilidade de reinventar-se a cada desafio. No centro desse espetáculo, o maestro Alex brilhou como nunca. 2003 foi o ápice de sua carreira, um ano em que cada toque de bola parecia uma obra de arte, conduzindo o Cruzeiro a vitórias épicas e ao coração de milhões de torcedores.
Mais do que um ano de conquistas, 2003 foi um marco eterno, uma celebração de tudo que o futebol pode oferecer: talento, estratégia, paixão e magia. Foi o ano em que o Cruzeiro transcendeu o campo e entrou para a eternidade.
MAESTROS E GUERREIROS
A jornada mágica do Cruzeiro em 2003 começou ainda no ano anterior, com um elenco talentoso e uma base sólida construída durante a temporada de 2002. Apesar de um desempenho promissor no Campeonato Brasileiro daquele ano, quando a equipe terminou na nona colocação, o time celeste carregava consigo o desejo de ir além, de conquistar mais e de deixar sua marca na história.
A chegada de Alvimar Perrella à presidência trouxe renovação e ambição ao clube, que manteve peças fundamentais do elenco de 2002. Nomes como o goleiro Gomes, seguro e com reflexos impressionantes; o zagueiro Luisão, elegante e imponente na defesa; os laterais Maicon e Leandro, verdadeiros motores pelas alas; e a meia Alex, já apontada como o cérebro e o coração do time, foram preservados. O atacante Marcelo Ramos, referência no ataque, também chegou como símbolo da força ofensiva do Cruzeiro.
Com Vanderlei Luxemburgo no comando técnico, o Cruzeiro iniciou 2003 com uma estratégia clara: combinar uma base já existente com reforços pontuais e de peso, formando um elenco versátil e competitivo. Foi assim que chegaram ao clube nomes que se tornariam ícones da temporada. Cada atleta tinha sua característica única, contribuindo para formar um time que encantaria o Brasil e o mundo.

Os Defensores da Raposa
Gomes era um goleiro que inspirava confiança. Dono de reflexos impressionantes e uma frieza ímpar, rapidamente assumiu a titularidade, tornando-se uma muralha no gol. Suas defesas, muitas vezes milagrosas, foram cruciais ao longo da temporada e levaram à Seleção Brasileira.
Na zaga, Cris e Luisão formaram uma dupla imponente. Cris, conhecido por sua liderança e habilidade na cobertura, era seguro e fazia o simples com maestria. Luisão, alto e técnico, brilhou na Copa do Brasil, marcando um dos gols da final contra o Flamengo antes de se transferir para o Benfica. Após sua saída, Edu Dracena assumiu a posição com segurança e consistência, criando uma parceria conjunta com Cris.
Pelas laterais, o Cruzeiro contava com uma força inesgotável. Maicon, que vinha do elenco de 2002, era um exímio apoiador no lado direito, enquanto Maurinho, contratado em 2003, combinava resistência física com habilidade. Maurinho parecia incansável, ajudando tanto na defesa quanto no ataque. Do lado esquerdo, Leandro era igualmente eficiente, um jogador regular que oferecia apoio constante ao ataque sem comprometer a defesa.

O Coração do Meio-Campo
O meio-campo do Cruzeiro era um verdadeiro motor, com jogadores que combinavam técnica, raça e inteligência. Maldonado foi o pilar defensivo, uma verdadeira fortaleza no centro do campo. Com desarmamentos precisos e uma liderança natural, o chileno era o equilíbrio perfeito entre força e estratégia. Ao seu lado, Augusto Recife, jovem e incansável, complementava a marcação com dedicação e entrega.
Felipe Melo, que mais tarde ficou conhecido por seu estilo agressivo, já mostrava em 2003 seu talento como volante, com desarmes precisos e surpreendendo no ataque com gols decisivos. Wendel, outro técnico volante, ajudou na transição e organização do jogo.
A experiência de Zinho deu ao meio-campo azul a calma necessária em momentos cruciais. Pentacampeão mundial pela Seleção, Zinho oferece visão de jogo, orientação aos mais jovens e passes certos. Martinez, por sua vez, era um meio habilidoso, com chutes potentes e grande capacidade de articulações, sendo peça fundamental na construção de jogadas.
No centro de tudo estava Alex, o maestro. Cerebral, com visão de jogo privilegiada e precisão cirúrgica nas bolas paradas, Alex foi o jogador mais importante do Cruzeiro em 2003. Capitão, artilheiro e líder técnico, ele contribuiu ao time com genialidade, criando e finalizando jogadas como poucas.

A Artilharia Letal
O ataque do Cruzeiro foi um pesadelo para qualquer defesa. Aristizábal, o colombiano astuto e veloz, marcou impressionantes 21 gols no Brasileiro, sendo uma ameaça constante às zagas adversárias. Sua inteligência dentro da área tornou-se letal.
Deivid, contratado para o primeiro semestre, brilhou na Copa do Brasil, sendo o artilheiro do time com sete gols. Apesar de sua saída para o futebol europeu, seu impacto na equipe foi inegável. Para substituí-lo, chegaram Márcio Nobre e Mota, ambos oportunistas e eficientes, garantindo que o poder ofensivo celeste continuasse avassalador.
Marcelo Ramos, remanescente de 2002, era sinônimo de regularidade e faro de gol. Um dos grandes nomes da história recente do Cruzeiro, ele continuou a ser peça-chave no ataque durante toda a temporada.

No elenco ainda havia peças importantes que estavam sempre preparadas para entrar em campo quando Luxemburgo precisava como Arthur, o goleiro reserva de Gomes; os zagueiros: Thiago Gosling, Irineu e Gladstone; os volantes Sandro, Paulo Miranda e Jardel; os meias Marcinho, Itaparica, Claudinei; além dos atacantes: Tiago Pereira, Alex Dias, Alex Alves II, Diego Clementino e Kanú.

Uma equipe completa, o Cruzeiro de 2003 era uma orquestra afinada. Cada peça, desde os titulares até as reservas, desempenha seu papel com perfeição. Era um elenco preparado para desafios, capaz de se reinventar e de se superar a cada jogo.
Esse grupo de jogadores, unido pela ambição e extensão por um líder visionário, estava pronto para escrever uma das páginas mais gloriosas da história do futebol brasileiro. Sob o céu azul de Belo Horizonte, eles estavam destinados a brilhar.


CAMPEONATO MINEIRO DE 2003
O Primeiro Passo da Tríplice Coroa
O Campeonato Mineiro de 2003 marcou a 89ª edição da competição estadual e foi um torneio peculiar, disputado em formato de pontos corridos, com uma única fase e apenas um turno. Ao longo de 13 rodadas o clube que acumulasse mais pontos ao final sagrava-se campeão. O time com o pior desempenho seria rebaixado para a segunda divisão estadual.
Os Participantes:
O torneio reuniu 14 equipes de diversas regiões de Minas Gerais, refletindo a diversidade e o fervor pelo futebol no estado. Além do Cruzeiro, os clubes participantes foram: América, Atlético Mineiro, Caldense (Poços de Caldas), Guarani (Divinópolis), Ipatinga (Ipatinga), Mamoré (Patos de Minas), Nacional (Uberaba), Rio Branco (Andradas), Social (Coronel Fabriciano), Tupi (Juiz de Fora), URT (Patos de Minas) e Villa Nova (Nova Lima).


CAMPEÃO MINEIRO 2003
O Cruzeiro iniciou sua temporada histórica de 2003 com uma campanha sólida no Campeonato Mineiro, disputada em pontos corridos e com apenas um turno. A equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo mostrou superioridade desde a estreia, construindo sua caminhada rumo ao título estadual.
A estreia com vitória em Uberaba foi no dia 26 de janeiro, o Cruzeiro enfrentou o Nacional. Apesar do susto inicial com o gol de Dudu aos 25 minutos, a equipe reagiu rapidamente. Marcelo Ramos empatou um minuto depois, e Marcelo Batatais garantiu a virada ainda no primeiro tempo. O placar de 2 a 1 deu o tom para a consistência da equipe ao longo do torneio.
No segundo jogo, contra a Caldense no Mineirão, a equipe celeste declarou sua força ofensiva. Após sair atrás no placar com gol de Paulista, o Cruzeiro virou o jogo com gols de Alex e dois de Mota, fechando o placar em 3 a 1.
Três dias depois, em Ipatinga, o Cruzeiro novamente foi eficiente. Com dois gols de Mota, venceu por 2 a 1, mesmo com o adversário enfrentando nos minutos finais.
A campanha contínua avassaladora em casa. Contra o Social, o Cruzeiro venceu por 3 a 0 com gols de Luisão, Mota e Alex, garantindo mais uma atuação segura. No jogo seguinte, goleou o Villa Nova por 3 a 0 em Nova Lima, com destaque para Alex e Maurinho.

CRUZEIRO 4x2 Atlético
No dia 15 de fevereiro de 2003, o Mineirão foi palco de um dos jogos mais memoráveis do Campeonato Mineiro. Cruzeiro e Atlético-MG enfrentam 45.027 torcedores em um clássico cheio de rivalidade e emoção. A atmosfera antes do jogo já foi incendiária devido às declarações do dirigente atleticano Alexandre Kalil, que provocou a torcida celeste ao dizer que o Cruzeiro "iria tremer". O que se viu em campo, no entanto, foi um espetáculo de futebol, com o time estrelado dominando e vencendo por 4 a 2, em um jogo marcado pela genialidade de Alex e a força coletiva do Cruzeiro.

As duas equipes foram para o jogo com as seguintes formações: 
Cruzeiro: Gomes; Maurinho, Luisão, Marcelo Batatais, Sandro (Wendel); Augusto Recife, Claudinei (Jussiê), Martinez, Alex; Deivid e Mota (Marcelo Ramos). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Atlético-MG: Veloso; Cicinho, Neguete, André Luiz, Michel; Hélcio, Cleisson, Paulinho (Juninho), Lúcio Flávio (Alexandre); Kim (Alessandro) e Guilherme. Técnico: Celso Roth.

O Atlético começou melhor e abriu o placar logo aos 4 minutos. Na cobrança de escanteio, André Luiz levantou mais que a zaga e cabeceou firme para fazer 1 a 0. O gol animou o time de Lourdes, mas a resposta celeste foi rápida. Aos 8 minutos, Alex, mostrando por que seria o grande nome da temporada, acertou um chute espetacular de fora da área, sem chances para o goleiro Veloso, empatando a partida.
O restante do primeiro tempo foi equilibrado, com ambos os times criando chances. O Cruzeiro buscava o jogo com toques rápidos e a criatividade de Alex, enquanto o Atlético apostava na velocidade de seus atacantes Kim e Guilherme. Apesar da intensidade, o placar foi empatado em 1 a 1 até o intervalo.
O Atlético voltou mais agressivo e retomou a liderança aos 21 minutos. Alexandre, que havia entrado no lugar de Lúcio Flávio, completou classificações e marcou o segundo gol deles, colocando 2 a 1 no placar. A torcida atleticana, em menor número no estádio, comemorou, mas a vantagem durou pouco.
O Cruzeiro reagiu com força. Aos 34 minutos, Alex novamente brilhou. Em uma jogada trabalhada, tabelou com Deivid e finalizou com precisão para empatar o jogo em 2 a 2. Três minutos depois, aos 37, veio a virada. Deivid, em grande fase, aproveitou um cruzamento perfeito para cabecear no canto, deixando o goleiro Veloso sem acontecimento.
Nos minutos finais, Marcelo Ramos, que havia substituído Mota, fechou o placar com um golaço. Aos 43 minutos, após um passe de letra genial de Alex, Marcelo Ramos finalizou com categoria, sacramentando o 4 a 2. Além do gol, o passe de Alex foi um dos momentos marcantes da partida, coroando sua atuação como maestro do time.
O clima no Mineirão era de festa. Com quase dois cruzeirenses para cada atleticano no estádio, as arquibancadas explodiram em alegria. No final do jogo, Alex provocou os adversários ao rirem ironicamente das jogadas violentas do Atlético, um gesto que simbolizou a superioridade do Cruzeiro naquele dia.
Após a partida, Alex preferiu adotar uma postura diplomática ao ser questionado sobre as provocações de Kalil: “Só acho que é preciso respeitar sempre o adversário”. Já o vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Zezé Perrella, foi mais direto: "Se tivéssemos contratado o melhor psicólogo do mundo, não teríamos tanto sucesso. Dedico essa vitória à torcida, que foi bem maior que a deles, e ao Kalil, que nos ajudou muito. Ele disse que iríamos tremer, mas quem tremeu foi a rede deles, por quatro vezes."

Oscilações e retomada
Após empatar com o Rio Branco por 1 a 1 em Andradas, o Cruzeiro voltou a vencer em casa. No jogo contra o Mamoré, aplicou uma goleada por 6 a 0, com destaque para Deivid, Aristizábal e Marcelo Ramos.
Contra o Guarani, venceu por 2 a 0 com gols de Mota e Augusto Recife. Já contra o América, em um clássico no Independência, ficou no empate por 1 a 1, com Davi marcando o gol de empate celeste no segundo tempo.


É CAMPEÃO!
No dia 16 de março de 2003, o Cruzeiro entrou em campo no Estádio Zama Maciel, em Patos de Minas, para enfrentar a URT em um jogo que marcaria a conquista antecipada do Campeonato Mineiro. A vitória convincente por 4 a 0 coroou a campanha celeste, garantindo o 32º título estadual da história do clube com uma rodada de antecedência.
Desde os primeiros minutos, o Cruzeiro mostrou por que foi o melhor time do campeonato. Logo aos 3 minutos, Alex abriu o placar em uma finalização precisa dentro da área, dando tranquilidade à equipe. A URT, empurrada por sua torcida, tentou equilibrar as ações, mas esbarrou na sólida defesa cruzeirense e na superioridade técnica dos visitantes.
Aos 19 minutos, foi a vez de Deivid ampliar o marcador. Após boa jogada coletiva, o atacante finalizou com categoria, aumentando ainda mais a vantagem (2x0). O domínio celeste era claro, e o terceiro gol veio ainda no primeiro tempo, aos 38 minutos, com Aristizábal, que marcou após ótima troca de passes do ataque. Com 3 a 0 no intervalo, o Cruzeiro já deixou claro que o título estava decidido.
No segundo tempo, a equipe manteve o ritmo intenso. Aos 18 minutos, Maurinho marcou o quarto gol em um lance de pura habilidade e precisão. Depois disso, o time celeste passou a iniciar a partida, trocando passes e aguardando o apito final para celebrar uma conquista histórica.
Após o jogo, o técnico Vanderlei Luxemburgo destacou a seriedade e o comprometimento do elenco:
"Fizemos a nossa parte, vencemos com seriedade e alcançamos nosso objetivo. Daqui para a frente, no entanto, vamos ter de melhorar muito, já que temos competições competitivas, como a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro."
Alex, o maestro do time, comemorou o título estadual, o primeiro de sua carreira:
"É muita emoção. Foi uma conquista importante, apesar de muitos terem tentado desvalorizar a competição. Falei no início do ano que dediquei queria o título para a torcida e aí está. Dedico também ao Batatais (lesionado), uma excelente pessoa, um grande profissional e amigo."
Em um momento de imprevisto, a Federação Mineira de Futebol quase estragou a festa para não levar o troféu para Patos de Minas, alegando que uma conquista antecipada não era esperada. Mas a diretoria celeste, liderada por Alvimar de Oliveira Costa, resolveu a situação rapidamente. Convencido de que o título seria garantido, fretou um avião para levar uma taça ao local. Após o apito final, o troféu foi entregue aos jogadores, que comemoraram em grande estilo.
A celebração contínua pelas ruas de Patos de Minas, com os jogadores desfilando em um carro do Corpo de Bombeiros, seguidos por uma multidão de torcedores em carros, motos e a pé. O então prefeito José Humberto Soares afirmou que a cidade nunca tinha presenciado uma festa como aquela.
As Escalações
URT: Ricardo (Héber); Jairo, Rocha, Da Silva e Peris; Davi, Pedro Luís (Márcio Diogo), Marcelo Sá e Guaru; Ditinho (Jéferson) e Valdo. Técnico: Joga Freitas.
Cruzeiro: Gomes; Luizão (Jussiê), Thiago, Edu Dracena; Maurinho, Paulo Miranda (Augusto Recife), Martinez, Alex, Wendell; Aristizábal (Mota) e Deivid. Técnico: Wanderley Luxemburgo.


CRUZEIRO 4X0 TUPI
A Festa Final do Campeonato Mineiro de 2003
O dia 23 de março de 2003 ficou marcado como a celebração do título estadual do Cruzeiro, conquistado de forma antecipada. No Mineirão, diante de mais de 50 mil torcedores, a equipe celeste goleou o Tupi na última rodada do Campeonato Mineiro. A partida foi um verdadeiro espetáculo, não apenas pelo desempenho em campo, mas também pela grandiosidade da festa oferecida para a entrega da taça.
A diretoria do Cruzeiro planejou cada detalhe para que o dia fosse inesquecível. O protocolo incluiu a participação de onze ídolos históricos do clube, como Piazza, Nelinho, Éder Bastos e Carlinhos Sabiá, que foram responsáveis por colocar as faixas de campeão nos jogadores. Em seguida, o governador Aécio Neves entregou o troféu, que levou o seu nome, ao capitão Alex.
Antes do início do jogo, a China Azul já tinha motivo para comemorar: 50 mil postêrs oficiais do time campeão foram distribuídos gratuitamente aos torcedores, criando uma atmosfera de festa no estádio. Um gesto simbólico emocionado ainda mais a torcida: Alex, o maestro do time, entrou em campo vestindo a camisa 14 em homenagem aos 14 anos consecutivos de conquistas do Cruzeiro, um feito que apenas o Real Madrid havia superado mundialmente.
Quando a bola rolou, o Cruzeiro confirmou sua superioridade. Desde o início, a equipe domina o jogo, impondo seu estilo ofensivo e eficiente. Alex, em uma atuação brilhante, marcou um hat-trick, mostrando por que foi considerado o principal jogador do elenco. Deivid também deixou sua marca, completando o placar de 4 a 0.
O Tupi pouco conseguiu fazer para conter a avalanche celeste. A defesa adversária foi envolvida pela habilidade e velocidade do ataque do Cruzeiro, enquanto a torcida fazia festa nas arquibancadas.
Ao apito final, uma queima de fogos iluminando o céu da Pampulha, dando início à festa oficial. Os jogadores disputaram a tradicional volta olímpica, levando o troféu ao encontro dos torcedores, que vibraram com mais um título.
Alex destacou a importância do resultado e da campanha perfeita do time:
"Essa vitória é o fechamento com chave de ouro de uma campanha impecável. Não deixamos dúvidas de que estamos em nosso melhor momento."
Wendel, que atuou improvisado na lateral esquerda durante grande parte da competição, também celebrou emocionado:
"Estou muito feliz, especialmente por termos sido campeões invictos, algo que não acontecia há nove anos. Esse título é histórico e uma honra fazer parte disso."


ESTREIA DO RAPOSÃO
A festa de entrega das faixas na última partida do Campeonato Mineiro contou ainda com uma estreia. Pela primeira vez, o Raposão ficou à beira do campo. Para o Departamento de Marketing do Cruzeiro, não havia dia melhor para apresentar a mascote ao torcedor. E deu certo, pois além de animar o torcedor celeste no Mineirão, o carismático Raposão ainda se revelaria pé-quente.

CAMPANHA HISTÓRICA
Com um desempenho impecável, o Cruzeiro conquistou o Campeonato Mineiro de 2003, o primeiro passo para a histórica Tríplice Coroa. O domínio da equipe foi evidente tanto nos clássicos quanto nos confrontos contra equipes do interior, consolidando o ano como um marco para o clube e sua torcida.
Ao longo das 13 rodadas, o Cruzeiro mostrou sua força coletiva e individual, com Alex liderando o meio-campo e o ataque fulminante encabeçado por Aristizábal e companhia. O time apenas não venceu seus principais rivais, como também superou as equipes do interior com atuações consistentes, mostrando o equilíbrio necessário para triunfar em um formato de pontos corridos.
O título estadual de 2003 foi o primeiro dos três troféus conquistados pelo Cruzeiro no ano, sendo um marco inicial para a inesquecível Tríplice Coroa. Essa conquista não apenas consolidou a superioridade celeste em Minas Gerais, mas também elevou a confiança do elenco para os desafios nacionais que viriam.
Mais do que uma vitória, o Campeonato Mineiro de 2003 simbolizou o início de uma temporada que ficaria para sempre na memória dos cruzeirenses. A regularidade e a consistência que levaram o time ao título estadual foram replicadas ao longo do ano, garantindo ao Cruzeiro um lugar definitivo na história do futebol brasileiro.


A TRÍPLICE COROA
O Cruzeiro brilhou intensamente em 2003, consolidando-se como um dos maiores times da história do futebol brasileiro ao conquistar a Tríplice Coroa. Além do título estadual, o clube conquistou os troféus da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro, coroando uma temporada de excelência.
Na Copa do Brasil, o Cruzeiro mostrou força avassaladora ao longo de 11 partidas. Com oito vitórias e três empates, a equipe marcou impressionantes 29 gols e sofreu apenas 12, atingindo um aproveitamento de 81,81%. Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o time encantou com um futebol ofensivo e preciso, culminando na vitória sobre o Flamengo na grande final, consolidada pela liderança técnica e maestria de Alex.
Já no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro reescreveu a história. Em um formato de pontos corridos disputados por 24 equipes, o clube celeste dominou de forma categórica. Foram 46 partidas, com 31 vitórias, sete empates e apenas oito derrotas, o que resultou em um aproveitamento impressionante de 72,47%. O time balançou as redes 102 vezes, apresentando o melhor ataque da competição, enquanto sofreu apenas 47 gols. A campanha, marcada pela regularidade e pelo brilho individual e coletivo, garantiu o título com rodadas de antecedência.
A conquista da Tríplice Coroa em 2003 é lembrada como um marco inesquecível da história do Cruzeiro, consolidando o clube no panteão dos gigantes do futebol brasileiro. A união de talento, planejamento e liderança transformou a temporada em um conto épico de sucesso e glória.

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