Campeonatos

O PRIMEIRO DA ERA CRUZEIRO
O ano de 1942 talvez tenha sido um dos anos mais marcantes na história do Clube.
Com apenas 21 anos de existência, o Palestra Itália já havia vivido momentos históricos dentro de campo. No extracampo enfrentou muitas perseguições dos rivais e da Liga Mineira, mas nada se comparava ao que estava por vir em 1942, o início de uma trajetória de resistência e conquistas estava apenas começando. 
No início do século XX, a imigração italiana teve um impacto significativo na construção
de Belo Horizonte, tanto na infraestrutura quanto na formação de uma identidade social.
A busca por melhores condições de vida levou muitos italianos a se estabelecerem na capital mineira, onde contribuíram para diversos setores, especialmente na indústria alimentícia, com empresas como Massas Martini, Massas Alimentícias Isoni e Frigorífico Perrella.
Em meio à organização social da comunidade italiana, o mundo enfrentava a Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914. A Itália entrou no conflito em 1915 contra o Império Austro-Húngaro, resultando na convocação de jovens italianos emigrados para se alistarem, o que gerou tensões com brasileiros. Passados alguns anos do fim da guerra, a colônia italiana de Belo Horizonte começou a se organizar para criar um clube de futebol que representasse sua comunidade. Surgiram várias instituições italianas, como a Società de Beneficenza e o Centro Ítalo-Mineiro de Cultura.
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Durante as décadas de 1920 e 1930, o cenário político global e nacional foi marcado por regimes totalitários. 
No final dos anos 1930, o Brasil vivia um período turbulento politicamente. Os militares, com apoio dos integralistas, forjaram documentos que culpavam os comunistas de planejar um golpe de estado. Esse falso complô, conhecido como Plano Cohen, serviu como pretexto para o presidente Getúlio Vargas, com o auxílio dos militares, fechar o Congresso, cancelar as eleições presidenciais de janeiro de 1938 e anular a Constituição de 1934. Esse movimento permitiu a Vargas manter-se no poder, justificando-se como protetor contra uma ameaça comunista.
O ESTADO NOVO
Assim, iniciou-se o período conhecido como Estado Novo (1937-1945), o mais repressivo e ditatorial da Era Vargas. Este governo era nacionalista, anticomunista e autoritário, extinguindo partidos políticos, anulando a independência dos três poderes e impondo censura severa à imprensa. Vargas e seu governo promoviam uma intensa propaganda oficial, centralizada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado em 1939.
A Campanha de Nacionalização
Em 1937, Vargas lançou a Campanha de Nacionalização, visando reduzir a influência das comunidades de imigrantes e integrá-las à sociedade brasileira. No campo educacional, as reformas obrigaram o ensino em português com professores nativos, e as escolas tiveram que adotar nomes brasileiros. Em regiões com forte presença de imigrantes, como o sul do país, o ensino da língua e cultura alemã foi proibido, e livros e jornais estrangeiros foram queimados.
Essa política também afetou associações culturais e recreativas, que foram forçadas a encerrar atividades relacionadas a outras culturas. Em 1939, medidas mais rígidas foram implementadas, como a proibição do uso de idiomas estrangeiros em público, e o conceito de "crime idiomático" foi introduzido.

A Popularização do Futebol
Durante esse período, o futebol brasileiro passou por um processo de popularização e profissionalização, similar ao que ocorria na Itália fascista de Mussolini. Vargas buscava nacionalizar o esporte, utilizando-o como ferramenta de propaganda e união nacional.
A Segunda Guerra Mundial e a Declaração de Guerra ao Eixo
Quando a Segunda Guerra Mundial começou em 1939, o Brasil inicialmente manteve-se neutro. No entanto, dentro do governo, havia divisões sobre apoiar o Eixo ou os Aliados. A política de boa vizinhança dos Estados Unidos e a pressão do embaixador Oswaldo Aranha convenceram Vargas a alinhar-se com os Aliados. Em troca de apoio econômico e modernização militar, o Brasil declarou guerra ao Eixo em 1942, cedendo bases aéreas aos americanos e enviando tropas à Europa.

Impactos na Comunidade Italiana
Com a entrada do Brasil na guerra, houve retaliações contra descendentes de italianos, alemães e japoneses. Propriedades foram saqueadas e pessoas foram perseguidas, vistas como potenciais espiões. Em 1942, Vargas decretou a nacionalização de nomes comerciais e esportivos, forçando clubes como o Palestra Itália a mudar seu nome para Palestra Mineiro.
Apesar da mudança de nome, o clube manteve as cores (verde, vermelho e branco), o mesmo escudo (apenas com as iniciais alteradas), e o mesmo modelo de uniforme. Curiosamente, no primeiro jogo após a mudança, contra o Atlético Mineiro, os jogadores do Palestra Mineiro entraram em campo com um uniforme sem escudo, listras verticais no peito, e segurando a bandeira brasileira.
Durante este período, o Palestra Mineiro disputou cerca de 14 jogos, incluindo amistosos e partidas pelo campeonato da cidade de Belo Horizonte, equivalente ao Campeonato Mineiro da época. Mesmo enfrentando muitas adversidades, o clube conseguiu conquistar o vice-campeonato, disputando 9 partidas sob o novo nome.

Impacto do Decreto-Lei de Nacionalização
O Decreto-Lei 3.199, parte do projeto de nacionalização do desporto, proibiu que estrangeiros ocupassem cargos de direção em clubes esportivos. No entanto, o presidente do Palestra Mineiro na época, Enes Pony, que era descendente de italianos, pôde continuar em seu cargo porque já possuía nacionalidade brasileira. 
A pressão sobre cidadãos brasileiros com laços aos países do Eixo (Alemanha, Itália, e Japão) aumentou significativamente. Em 11 de março de 1942, foi assinado o Decreto-Lei 4.166, que permitia o confisco de bens de pessoas ligadas a esses países que moravam no Brasil e possuíam negócios no país, mesmo se estivessem fora. A perseguição à fala dos idiomas correspondentes aos países do Eixo também foi intensificada.
Em Belo Horizonte, a população começou a hostilizar os estrangeiros e seus descendentes, frequentemente chamados de "Quinta Coluna" e "Carmamanos", termos que os rotulavam como traidores da pátria.
Em 15 de agosto de 1942, os navios brasileiros Baependi e Araraquara foram atacados pelo submarino alemão U-507, resultando em uma tragédia com centenas de mortes. Esse evento causou uma grande comoção nacional e levou Getúlio Vargas a declarar guerra contra a Alemanha e a Itália.
Em Belo Horizonte, as manifestações contra os países do Eixo foram intensas. Estabelecimentos de italianos foram destruídos, e houve tentativas de incendiar o estádio do Palestra Mineiro, que foram impedidas pela polícia e torcedores. A violência contra os italianos só cessou com a intervenção policial, que decretou um toque de recolher e proibiu novas manifestações.
O clube Palestra Mineiro, que já enfrentava pressões por causa da nacionalização, viu sua situação piorar. O presidente Enne Cyro Pony, pertencente à Ala Renovadora, lutava pela nacionalização do clube, mas enfrentava resistência do conselho formado pelos fundadores. Em 2 de outubro de 1942, Pony anunciou à imprensa que o novo nome do clube seria Ypiranga, sem ter realizado a assembleia para oficializar a mudança. Isso gerou uma grande revolta entre torcedores e conselheiros. Cinco dias depois, o Conselho Deliberativo se reuniu e, de forma unânime, rejeitou o nome Ypiranga. A diretoria renunciou, e o nome Cruzeiro Esporte Clube foi sugerido por Oswaldo Pinto Coelho e aprovado pelo Conselho. 
A escolha do nome Cruzeiro para o clube foi carregada de simbolismo nacional. A homenagem à constelação do Cruzeiro do Sul, presente no céu e na bandeira brasileira, reforçou o patriotismo em um período marcado por intensa nacionalização. Este símbolo não apenas representava um elemento cultural profundamente enraizado na identidade brasileira, mas também estava presente em outras instâncias de orgulho nacional, como a Ordem do Cruzeiro, uma comenda honorífica, e o Brasão da República, que destacava a constelação como um emblema de orientação e esperança. Coincidentemente, naquele mesmo período, a moeda brasileira passou a se chamar Cruzeiro, solidificando ainda mais o nome como um ícone de identidade e renovação nacional, unificando a visão de um Brasil forte e soberano em meio à turbulência da Segunda Guerra Mundial.

Adaptação e Patrioticíssimo
Apesar da mudança de nome, o clube continuou jogando como Palestra Mineiro até o final da temporada de 1942. Em 17 de dezembro de 1942, Mário Grosso foi eleito o primeiro presidente da era Cruzeiro, marcando o início de uma nova fase para o clube.
Mário Grosso enfrentou diversos desafios ao assumir a presidência do Cruzeiro Esporte Clube, começando pela tarefa de reafirmar a identidade do clube após a mudança de nome de Palestra Itália. Ele precisou garantir que a nova identidade fosse bem recebida pelos torcedores, jogadores e comunidade, preservando a tradição e a paixão pelo antigo nome. Grosso também teve que navegar a complexa relação com o governo de Vargas, demonstrando que o clube estava em conformidade com as políticas de nacionalização e alinhamento patriótico, enquanto lidava com o clima de perseguição contra descendentes de italianos e outros estrangeiros.
Além disso, manter a competitividade desportiva era crucial. Grosso precisou assegurar que o time permanecesse forte no campeonato da cidade, gerenciando recursos de maneira eficiente durante tempos de guerra. Unir a comunidade e a torcida foi outro desafio, exigindo esforços para engajar os torcedores sob o novo nome e criar um senso de continuidade e pertencimento. 
Internamente, Grosso teve que reestruturar a diretoria após a renúncia da anterior, criando estabilidade e direção clara para o futuro do clube. Implementar políticas alinhadas com as exigências do Estado Novo e promover uma imagem nacionalista e moderna do clube também foram fundamentais.
Finalmente, demonstrar patriotismo e apoio ao esforço de guerra foi crucial. Grosso garantiu que o clube contribuísse de forma patriótica, como na doação de troféus e disponibilização das instalações para o Exército, e implementou programas que formassem jovens aptos a ingressar nas Forças Armadas, reforçando a imagem de um clube alinhado aos interesses nacionais.

1943
Em 1943, o Cruzeiro enfrentava um ano desafiador após mudanças controversas em 1942, incluindo a troca de nome. O clube teve dificuldades no campo, sofrendo derrotas importantes como para o São Cristóvão e um duro 5 a 0 para o São Paulo. Além dos problemas esportivos, a Segunda Guerra Mundial trazia pressões, especialmente para os italianos no clube, que enfrentavam retaliações.
Apesar das adversidades, o Cruzeiro se preparava para o Campeonato Mineiro com determinação, buscando se reerguer. Em 21 de fevereiro de 1943, no estádio do Barro Preto, o clube estreou seu novo uniforme celeste. Pela primeira vez, entraram em campo com camisas azuis, calções e meias brancas, destacando o escudo com cinco estrelas dentro de um círculo no peito.
O jogo foi difícil, resultando em uma derrota por 4 a 1 para o São Cristóvão, mas a torcida celeste não se abalou. Um detalhe curioso foi que os meiões ainda eram dos uniformes anteriores, nas cores verde, branca e vermelha. Não se sabe se foi um gesto de resistência ou um atraso na produção dos novos uniformes.
Mesmo com o revés, a estreia do novo manto foi um marco para o Cruzeiro, que buscava mostrar sua força renovada em meio aos desafios da época.
O CAMPEONATO MINEIRO DE 1943
O Campeonato Mineiro de 1943 foi a 29ª edição oficial do principal torneio de Minas Gerais, disputado por seis equipes no sistema de pontos corridos, com dois turnos, totalizando 10 rodadas. Além do Cruzeiro, participaram América, Atlético, Sete de Setembro, Siderúrgica e Villa Nova. O Cruzeiro, ciente de suas limitações, adotou uma estratégia defensiva, apostando em contra-ataques. Apesar de um meio de campo fraco, o time tinha atacantes de qualidade, como Niginho, um dos maiores ídolos do clube.
A estreia do Cruzeiro foi em 2 de maio, em Nova Lima, com uma vitória por 2 a 1 contra o Villa Nova, com gols de Niginho e Alcides. 
 - 30 de maio - Atlético 3x1 Cruzeiro / Gols: Cabral (2), Evando; Ismael
 - 06 de junho - Cruzeiro 4x0  Sete de Setembro / Gols: Alcides (3), Ismael
 - 13 de junho - América 1x2 Cruzeiro / Gols: Alfredinho; Rizzo II, Nogueirinha
 - 04 de julho - Cruzeiro 2x2 Siderúrgica / Gols: Ismael, Alcides; Paiva (2)
 - 08 de agosto - Sete de Setembro 1x2 Cruzeiro / Gols: Paulinho; Alcides, Gabriche
 - 22 de agosto - Cruzeiro 3x2 Villa Nova / Gols: Ismael (2); Niginho; Cecy (2)
 - 12 de setembro - Cruzeiro 2x0 América / Gols: Ismael, Alcides
O campeonato foi acirrado entre os três principais times da capital: Cruzeiro, Atlético e América. Após a oitava rodada, o Atlético liderava com 14 pontos, seguido pelo Cruzeiro com 13 pontos e o América com 11 pontos.
No dia 3 de outubro, um domingo, aconteceu o clássico do returno entre Cruzeiro e Atlético, no estádio do Barro Preto. A tensão estava no ar, e os torcedores lotaram o estádio, sabendo que uma vitória do Atlético praticamente garantiria o título para eles. O jogo começou intenso, com ambos os times se estudando e buscando oportunidades. O primeiro tempo terminou sem gols, aumentando ainda mais a ansiedade dos torcedores.
Na segunda etapa, o nervosismo tomou conta do estádio. O Atlético pressionava, tentando furar a defesa celeste, mas o Cruzeiro resistia bravamente. Aos 22 minutos do segundo tempo, aconteceu o momento que mudaria a história do campeonato. Niginho, em uma jogada brilhante, arrancou com a bola do meio de campo, driblando todos os marcadores atleticanos que surgiram em seu caminho. A torcida do Cruzeiro prendeu a respiração enquanto ele avançava, e, em um chute preciso, marcou um golaço. O estádio explodiu em alegria, com os torcedores gritando e abraçando-se em êxtase.
A vitória por 1 a 0 manteve o Cruzeiro vivo na disputa pelo título e adiou a decisão do campeonato para a última rodada. O time foi escalado com Geraldo II, Gérson, Bituca, Adelino, Juca, Caieirinha, Gabriche, Selado, Ismael, Niginho e Alcides, sob o comando do técnico Ninão. Com o resultado, o Cruzeiro chegou a 15 pontos, assumindo a liderança na tabela. O Atlético ficou com 14 pontos, e o América, que venceu na nona rodada, chegou a 13 pontos, voltando à disputa pelo título.
A última rodada prometia fortes emoções, com grandes confrontos para a época. O Cruzeiro enfrentaria o Siderúrgica, quarto colocado no campeonato, em Sabará, enquanto América e Atlético se enfrentariam no estádio Alameda. A cidade inteira estava em suspense, aguardando os resultados que definiriam o campeão mineiro de 1943.
No dia 19 de dezembro, Cruzeiro e Siderúrgica se enfrentaram na última e decisiva rodada do Campeonato Mineiro de 1943. A torcida azul invadiu a cidade de Sabará, com um trem especial levando centenas de torcedores, além de ônibus, caminhões fretados e uma centena de carros. Todos queriam ver o time conquistar seu primeiro título na era Cruzeiro.
Sob o comando do técnico Ninão, o Cruzeiro entrou em campo com Geraldo II, Gérson, Bituca, Adelino, Bibi, Caieirinha, Gabriche, Selado, Ismael, Niginho e Alcides. 
Determinados a vencer, os jogadores partiram para o ataque desde o início. Aos 20 minutos do primeiro tempo, Alcides abriu o placar (1x0). Vinte e dois minutos depois, Niginho ampliou a vantagem (2x0). No início do segundo tempo, Rômulo descontou para o time de Sabará (2x1). A partida ficou disputada, com chances de gols para os dois lados. Aos 18 minutos, Gabriche marcou mais um para o Cruzeiro (3x1). Aos 43, Selado fez o quarto gol (4x1) e, aos 45, Alcides selou a vitória com o quinto gol. Placar final: Cruzeiro 5x1 Siderúrgica.
Ninão, que foi um dos responsáveis pela reformulação do time e pela mudança de nome, voltou como treinador e, assim como Bengala que conquistou o título de 1940, conseguiu ser campeão tanto como jogador quanto como treinador do clube.
Alcides foi o artilheiro do campeonato, com 9 gols marcados.
Essa conquista foi de enorme importância para o Cruzeiro. O clube, que resistiu às imposições de um governo autoritário, foi obrigado a se reinventar e lutou contra o preconceito e as retaliações aos imigrantes fundadores, finalmente colheu os frutos de seu esforço. A vitória no campeonato representou muito mais do que um título: foi a prova de que o Cruzeiro, apesar de todas as adversidades, conseguiu se fortalecer e se destacar.
Os jornais mineiros deram grande destaque à conquista celeste. O jornal Estado de Minas destacou: "O Cruzeiro volta agora ao lugar que ocupou em 1940, o de campeão mineiro de futebol. Vitórias brilhantes conquistadas pela fibra e pela técnica deram aos alvi-celestes o ambicionado título. Somente por duas vezes não soube sobrepujar o adversário. Do Atlético e do Siderúrgica. Vingou-se de ambos, e particularmente do Siderúrgica ao infligir-lhe os 5 a 1 da tarde de domingo. Exibiu-se o Cruzeiro, neste jogo, como verdadeiro campeão, de forma primorosa. Uma brilhante campanha que resultou do esforço de seus players. Mas focar apenas nos jogadores seria uma enorme injustiça. Dois nomes precisam ser lembrados: Ninão, o coach, e Mario Grosso, o presidente."
Ninão, que já havia sido tricampeão como jogador, artilheiro recordista e presidente durante a transição de Palestra Itália para Cruzeiro, marcou mais uma grande conquista em sua trajetória pelo clube. Agora como treinador, liderou a equipe na conquista do campeonato de 1943, o primeiro título como Cruzeiro Esporte Clube. Essa vitória simbolizou a superação das dificuldades e a determinação do clube em seguir em frente, consolidando-se como uma das maiores forças do futebol mineiro e brasileiro.
1943 ESTREIA DO UNIFORME AZUL E BRANCO
1943 ESTREIA DO UNIFORME AZUL E BRANCO
Fontes: rsssfbrasil,  Jornal Minas Gerais/ Livro Almanaque do Cruzeiro Esporte Clube, de Henrique Ribeiro.​​​​​​​

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