Campeonatos

O ano de 2019 foi marcado por intensas transformações no cenário político, cultural, musical e esportivo, tanto no Brasil quanto no mundo. Globalmente, protestos em países como Hong Kong, Chile e Líbano refletiram demandas sociais e econômicas, enquanto o Reino Unido enfrentava os últimos passos do Brexit. Nos EUA, o impeachment de Donald Trump e a crescente mobilização climática liderada por Greta Thunberg foram destaques. 
No Brasil, o governo de Jair Bolsonaro foi criticado em diversas áreas, tanto no cenário nacional quanto internacional. Na política ambiental, o aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia gerou repercussão negativa mundial, com críticas de líderes como Emmanuel Macron e transferida com Noruega e Alemanha sobre o Fundo Amazônia. Declarações do presidente culpando ONGs e ambientalistas intensificaram as polêmicas.

Na gestão econômica e social, cortes na educação afetaram universidades e bolsas de pesquisa, provocando protestos em todo o país. Apesar da aprovação da reforma da Previdência, as críticas apontaram a ausência de políticas efetivas contra a desigualdade e o desemprego.

Além disso, declarações inconvenientes e misóginas, como comentários sobre Brigitte Macron e jornalistas, geraram indignação. A atuação de ministros, como Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Abraham Weintraub (Educação), também trouxe desgaste político devido a discursos polêmicos e decisões controversas.
Na música, a cultura e o esporte tiveram grande destaque no Brasil e no mundo. No cenário musical global, artistas como Billie Eilish, Rosalía e Bad Bunny lideram tendências, com o álbum When We All Fall Asleep, Where Do We Go? marcandoEsta é a América de Childish Gamb
A cultura foi marcada por momentos de grande relevância no Brasil e no mundo. No cenário internacional, o filme Parasita, do sul-coreano Bong Joon-ho, destacou-se ao conquistar público e crítica, tornando-se um marco no cinema. O streaming se consolida como principal meio de consumo audiovisual, com séries como The Mandalorian e Stranger Things. Discussões sobre diversidade e representatividade ganharam espaço em Hollywood, enquanto exposições de artistas como Yayoi Kusama atraíram atenção global.
No Brasil, o cinema brilhou com Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, premiado em Cannes. As artes visuais enfrentam debates sobre censura, refletindo políticas e sociais extremas. No Carnaval, o desfile da Mangueira trouxe críticas históricas e sociais, reafirmando o impacto político e cultural da maior festa popular brasileira.
No esporte, o futebol feminino ganhou visibilidade com a Copa do Mundo na França, e Lewis Hamilton continuou seu domínio na Fórmula 1, vencendo seu sexto campeonato mundial. No Brasil, o Flamengo brilhou ao vencer a Libertadores e o Campeonato Brasileiro, e a seleção masculina conquistou a Copa América em casa. No vôlei, as seleções nacionais mantiveram sua hegemonia com títulos importantes.
Esse panorama de mudanças e conquistas contextualiza um ano de desafios e transformações também para o Cruzeiro Esporte Clube, que descreveu um dos capítulos mais conturbados de sua história.


ELENCO
O ano de 2019 foi marcado por mudanças significativas no elenco do Cruzeiro Esporte Clube. Após a conquista do bicampeonato da Copa do Brasil, a diretoria reforçou a equipe com a intenção de seguir competitiva nas principais competições, como a Libertadores e o Campeonato Brasileiro. A principal perda foi a saída do meia Arrascaeta, que deixou o clube, pelas portas dos fundos, para ser transferido para o Flamengo. Sua partida foi sentida, especialmente pela importância de que o Uruguaio teve nas conquistas recentes da equipe, mas o clube agiu rapidamente para substituir o camisa 10.

Foram contratados alguns jogadores de peso para suprir as lacunas deixadas. Rodriguinho, ex Corinthians, foi visto como um dos principais reforços, com boas temporadas no futebol brasileiro e a expectativa de assumir a camisa 10, número que antes era de Arrascaeta. Pedro Rocha, e Dodô, lateral esquerdo que chegou emprestado do Shakhtar Donetsk, reforçaram o time, com boas atuações nas equipes anteriores, prometendo contribuir tanto na ofensiva quanto na defesa. Orejuela, lateral-direito colombiano, chegou com a missão de brigar pela titularidade com Edilson, depois de temporadas consistentes no futebol sul-americano.
A montagem do plantel também incluiu algumas mudanças de numeração, como o fato de Edílson, que usava o número 22, passar a vestir a camisa 2, e Rafinha assume a camisa 7, que antes era de Rafael Sobis. Orejuela ficou com o número 21, e outros jogadores, como Jadson, Renato Kayzer e Fabrício Bruno, assumiram novas camisas conforme as saídas de alguns jogadores importantes, como Ezequiel e Manoel.
Além disso, o elenco conta com peças experientes, como o goleiro Fábio, os zagueiros Léo e Dedé, o volante Henrique, o atacante Fred, todos com grande história no clube, além de talentos promissores como David, Raniel e Robinho. O time também manteve jogadores como Thiago Neves e Ariel Cabral, fundamentais para a equipe, oferecendo experiência e estabilidade no meio de campo.
A temporada de 2019 começou com grandes expectativas para o Cruzeiro, que buscava continuar sua trajetória vitoriosa, tanto no Campeonato Mineiro quanto nas disputas nacionais e internacionais, com um elenco reforçado e renovado, pronto para novos desafios.


CAMPEONATO MINEIRO 2019 
O Campeonato Mineiro de Futebol de 2019 – Módulo I, também conhecido como Campeonato Mineiro Sicoob 2019, foi a 105ª edição da competição e contou com a participação de 12 equipes. Disputado entre 19 de janeiro e 20 de abril, o torneio foi organizado em um formato de turno único, onde todos os clubes jogaram entre si uma única vez. Ao final das 11 rodadas, os oito primeiros colocados avançaram para a fase final, enquanto os dois últimos serão rebaixados para o Módulo II de 2020.
Na fase final, as oito vezes classificadas competiram em um formato de "mata-mata", com quartas de final, semifinais e final. O regulamento determinou que o time de melhor campanha na primeira fase teria a vantagem de jogar em casa nas quartas de final e também decidiria o mando de campo nas fases subsequentes. O chaveamento das quartas de final foi feito com base na classificação, sendo que o 1º colocado enfrentaria o 8º, o 2º enfrentaria o 7º, o 3º jogaria contra o 6º, e o 4º enfrentaria o 5º. Nas semifinais e finais, o time com a melhor campanha tinha a vantagem de decidir em casa e podia empatar ou vencer por um gol de diferença nas duas partidas, para garantir a conquista.
O Campeonato Mineiro de 2019 também teve implicações importantes para o calendário nacional. Além do título estadual, os três primeiros colocados da classificação geral garantiram vaga na Copa do Brasil de 2020, e os três melhores times que não disputaram a Série A, B ou C do Campeonato Brasileiro conquistaram vaga para a Série D de 2020.
O Cruzeiro entrou na edição de 2019 com grandes expectativas. Após um ano de sucesso nas competições nacionais, incluindo a conquista do bicampeonato da Copa do Brasil, o clube queria se manter no topo do cenário estadual e garantir bons resultados nas competições nacionais. Com um elenco reforçado, incluindo a chegada de jogadores, o Cruzeiro tinha como objetivo não apenas conquistar o Campeonato Mineiro, mas também lutar pela classificação e pelo título da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro. A expectativa era de que, com a força do elenco e a continuidade do trabalho de Mano Menezes, o time celeste mantivesse a sua hegemonia no futebol mineiro, repetindo os bons desempenhos das edições anteriores e superando as dificuldades que surgiram no início de 2019.


PRIMEIRA FASE
No primeiro turno do Campeonato Mineiro de 2019, o Cruzeiro fez uma campanha sólida, conquistando bons resultados e se mantendo na parte superior da tabela. A equipe iniciou sua jornada no torneio com uma vitória convincente por 3 a 1 sobre o Guarani, com gols de Raniel, Robinho e Fred, dando mostras de que o time foi forte para mais uma disputa estadual.
No jogo seguinte, a equipe venceu o Patrocinense por 1 a 0, com gol de David, mostrando sua capacidade de triunfar mesmo em jogos apertados. O clássico contra o Atlético, na terceira rodada, terminou empatado em 1 a 1, com Fred marcando para o Cruzeiro, um resultado que, apesar de ser bom, refletiu a competitividade do torneio.
Em seguida, o time teve um empate em 2 a 2 contra o Boa Esporte, com gols de Robinho e Fred, e também um 3 a 0 convincente contra o Villa Nova, com destaque para a boa fase de Fred, que marcou um gol. A equipe continuou sua trajetória com uma grande vitória por 3 a 0 sobre os Tupynambás, com gols de Fred, Rodriguinho e Rafinha.
O Cruzeiro teve um empate sem gols contra o América, em um jogo muito disputado, e melhorou com um novo empate por 1 a 1 contra a URT, onde Rodriguinho marcou o gol celeste. Na sequência, a equipe venceu o Tombense por 2 a 0, com gols de Sassá e David, e manteve o ritmo de vitórias com um 3 a 0 sobre o Tupi, com gols de Aislan (contra), Fred e Egídio.
Na última rodada do primeiro turno, o Cruzeiro garantiu uma vitória de 3 a 0 sobre a Caldense, com gols de David, Marquinhos Gabriel e Fred, fechando o ciclo de forma positiva.
Com essas atuações, o Cruzeiro se manteve firme na parte de cima da tabela, se consolidando como um dos favoritos para conquistar o título do Campeonato Mineiro de 2019.

O Cruzeiro teve um bom desempenho na primeira fase do Campeonato Mineiro de 2019, terminando em segundo lugar, com 11 pontos, resultado de 7 vitórias e 4 empates. O time se classificou para as quartas de final, ficando atrás apenas do Atlético, que conquistou a primeira posição com 28 pontos. A equipe Celeste mostrou um desempenho sólido, com um ataque eficiente, marcando 22 gols e sofrendo apenas 5, destacando-se como uma das defesas mais fortes do torneio.


CRUZEIRO 5-0 PATROCINENSE
QUARTAS DE FINAL

No dia 23 de março de 2019, o Cruzeiro fez uma exibição competitiva no Mineirão, derrotando o Patrocinense por 5 a 0 em jogo único válido pelas quartas de final do Campeonato Mineiro. Com 19.998 torcedores presentes, o time celeste dominou a partida desde o início, garantindo uma vaga nas semifinais com uma goleada incontestável.

Logo aos 7 minutos do primeiro tempo, Fred abriu o cartaz, dando início a uma noite inspirada da equipe. Rodriguinho ampliou a vantagem com dois gols, um aos 22 minutos do primeiro tempo e outro aos 29 do segundo. Marquinhos Gabriel também teve participação decisiva, marcando duas vezes nos primeiros minutos da segunda etapa, aos 1 e 3 minutos, fechando a goleada e deixando uma torcida vibrante.

Com essa vitória, o Cruzeiro se classificou com autoridade para as semifinais, onde aguardaria o vencedor dos outros confrontos da rodada. A classificação garantiu ao time a chance de disputar mais uma etapa do Estadual, mas o foco também já se voltou para a sequência da temporada, com a disputa da Copa Libertadores logo em seguida. A goleada sobre o Patrocinense ficou marcada como uma das melhores atuações da equipe na temporada, refletindo a força e o poder ofensivo do time nas competições daquele ano.



CRUZEIRO X AMÉRICA
SEMIFINAIS
Primeiro jogo: América 2x3 Cruzeiro
AMÉRICA: Fernando Leal; Ronaldo, Paulão, Diego Jussani e João Paulo; Christian e Zé Ricardo; Marcelo Toscano (Jonatas Belusso, aos 31min do 2ºT), Matheusinho (França, aos 24min do 2ºT) e Felipe Azevedo (Neto Berola, no intervalo); Júnior Viçosa. Técnico: Givanildo Oliveira
CRUZEIRO: Fábio; Orejuela, Dedé, Leo e Egídio; Henrique e Lucas Romero; Rafinha (Vinícius Popó, aos 39min do 2ºT), Robinho e Marquinhos Gabriel (Jadson, aos 32min do 2ºT); Fred (Sassá, aos 35min do 2ºT). Técnico: Mano Menezes
No dia 31 de março de 2019, o Cruzeiro venceu o América por 3 a 2 no jogo de ida das semifinais do Campeonato Mineiro, realizado no Estádio Independência. A partida foi marcada por um grande desempenho de Fred, que anotou os três gols da equipe celeste e comandou a artilharia do Estadual com 10 gols.
O jogo começou equilibrado, com o Cruzeiro demonstrando um leve domínio na posse de bola e troca de passes. Foi aos 17 minutos do primeiro tempo que Fred abriu o placar, aproveitando um índice de Egídio, após passe de Rafinha. No segundo tempo, o Cruzeiro ampliou a vantagem aos 6 minutos, quando Fred marcou o segundo gol após erro de Zé Ricardo na participação do América, que foi baseado em Marquinhos Gabriel e Robinho.
O América reagiu com um gol de cabeça de Diego Jussani aos 11 minutos, causando a diferença para 2 a 1. Apesar da posse de bola superior após esse fato, o time da casa não conseguiu converter essa superioridade em chances claras de gol. O Cruzeiro, por sua vez, continuou a explorar as jogadas pelas beiradas e, aos 27 minutos, Fred completou sua tripleta, aproveitando um passe rasteiro de Marquinhos Gabriel após boa jogada de Dedé.
O América não se deu por vencido e conseguiu diminuir novamente com Jonatas Belusso, que marcou de cabeça aos 39 minutos, após cruzamentos de João Paulo. O 3 a 2 final deixou a semifinal em aberto, com o Cruzeiro levando uma vantagem de um gol para o jogo da volta, marcado para o Mineirão. Mesmo com a vantagem, o time celeste sabia que não poderia relaxar, pois o América ainda tinha chances de buscar a classificação com uma vitória por dois gols de diferença no jogo decisivo.


Segundo jogo: Cruzeiro 3x0 América        
CRUZEIRO: Fábio; Edilson, Dedé, Léo e Egídio; Lucas Silva (Ariel Cabral, aos 36’-2ºT) e Lucas Romero; Rafinha, Robinho, Rodriguinho (Jadson, aos 30’-2ºT) e Fred (Raniel, aos 13”-2ºT).Técnico: Mano Menezes.
AMÉRICA-MG: Fernando Leal; Leandro Silva, Diego Jussani, Paulão e João Paulo; Zé Ricardo, Christian e Matheusinho; Marcelo Toscano (Neto Berola, aos 25’-2ºT), Felipe Azevedo (França, aos 34’-2ºT) e Júnior Viçosa (Diego Jussani, aos 24’-2ºT). Técnico: Givanildo Oliveira
No dia 6 de abril de 2019, o Cruzeiro garantiu sua vaga na final do Campeonato Mineiro ao derrotar o América-MG por 3 a 0, no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte. A vitória, que já havia sido parcialmente conquistada no primeiro jogo com a vitória por 3 a 2, foi consolidada com gols de Léo, Fred e Rafinha. Com esse resultado, o time celeste manteve vivas as chances de conquistar o bicampeonato estadual, após o título de 2018.
A partida começou com o Cruzeiro impondo um ritmo intenso desde os primeiros minutos. Aos 15 minutos do primeiro tempo, Léo abriu o placar com um gol de cabeça em cobrança de escanteio. Pouco depois, aos 19 minutos, Fred ampliou a vantagem, também com um gol de cabeça, após ótimos prêmios de Egídio. Com o 2 a 0 no placar, o América viu suas chances de acontecer diminuírem consideravelmente, já que precisava de uma goleada por 6 a 2 para avançar à final.
No segundo tempo, o Cruzeiro diminuiu o ritmo, mas manteve o controle da partida. O América tentou reagir, investindo em chutes de fora da área, mas a defesa cruzeirense não permitiu grandes ameaças ao gol de Fábio. Aos 40 minutos, Rafinha fechou a conta, marcando o terceiro gol em uma jogada rápida que selou a vitória celeste.
O público de 51.525 torcedores, o maior do ano até aquele momento no Mineirão, acompanhou o triunfo cruzeirense. Com 31.706 pagantes, o jogo gerou uma renda de R$ 602.177,00. O Cruzeiro agora aguardava o adversário da final, que seria feito no clássico entre Atlético-MG e Boa Esporte, enquanto se preparava para a sequência da Libertadores, com o próximo compromisso contra o Huracán, da Argentina.
Com a eliminação, o América-MG ficou fora de mais uma disputa, sem disputar a Copa do Brasil, e só voltaria ao campo na final de abril, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Já o Cruzeiro, com um elenco ainda mais confiante após a classificação, focava agora na disputa pelo título estadual.


CRUZEIRO X ATLÉTICO MINEIRO
FINAIS
Primeiro Jogo:  Cruzeiro 2x1 Atlético 

CRUZEIRO: Fábio; Edilson, Léo, Dedé e Egídio; Henrique, Lucas Romero (Ariel Cabral), Robinho (Rafinha), Marquinhos Gabriel e Rodriguinho (Pedro Rocha); Fred. Técnico: Mano Menezes.

ATLÉTICO-MG: Victor; Guga, Leonardo Silva, Igor Rabello e Fábio Santos; Adílson, Elias, Cazares (Vinícius), Chará e Luan (Maicon); Ricardo Oliveira (Geuvânio). Técnico: Rodrigo Santana.
No dia 14 de abril de 2019, o Cruzeiro deu um passo importante rumo ao bicampeonato do Campeonato Mineiro ao vencer o Atlético-MG por 2 a 1 no primeiro jogo da final, disputado no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Com uma vitória em casa, a Raposa inverteu a vantagem do Galo, e agora jogou por um empate na partida de volta, marcada para o próximo sábado, no Independência.
A partida começou com um clima tenso e equilibrado, com pouca ação no início. As duas equipes se estudaram e, aos poucos, os jogadores começaram a se estranhar. No entanto, foi o Cruzeiro quem aproveitou uma falha do adversário para abrir o placar. Aos 45 minutos do primeiro tempo, Fred lançou Marquinhos Gabriel, que finalizou e viu a bola desviar em Leonardo Silva, enganando o goleiro Victor. O gol foi comemorado com intensidade, e o Cruzeiro foi para o intervalo com a vantagem de 1 a 0.
No segundo tempo, a partida se tornou mais intensa e disputada. O Atlético-MG empatou logo aos 10 minutos, quando Ricardo Oliveira aproveitou um passe de Chará e bateu de perna esquerda para vencer Fábio. O empate animou os atleticanos, mas o logotipo do Cruzeiro reagiu. Aos 16 minutos, Léo marcou o gol da vitória celeste. Após escanteio cobrado por Robinho, a bola foi desviada por Dedé, e o zagueiro cruzeirense apareceu para marcar no canto de Victor, colocando o Cruzeiro novamente à frente.
O jogo também foi marcado por algumas discussões e entradas mais duras, resultando em cartões amarelos e expulsões. Rafinha, do Cruzeiro, e Adílson, do Atlético, receberam o cartão vermelho após o apito final, em uma partida que ainda viu o VAR anular um gol de Fred, que tocou a bola com a mão antes de marcar.
Com a vitória, o Cruzeiro manteve a vantagem para o segundo jogo da final, que aconteceria no Independência. A equipe celeste jogou por um empate, enquanto o Atlético venceu por qualquer placar para conquistar o título. Fora de campo, a torcida cruzeirense fez uma manifestação simbólica contra a administração do Mineirão pela Minas Arena, colocando uma faixa com os dizeres "#MineirãoDoPovoZema" no setor vermelho superior, que foi retirada por seguranças do estádio.
A vitória por 2 a 1 foi mais uma demonstração de força do Cruzeiro, que se mostrou preparada para disputar o título e com a moral elevada para a segunda partida decisiva.

Segundo jogo: Atlético 1x1 Cruzeiro 
No sábado, 20 de abril de 2019, o Cruzeiro conquistou o título do Campeonato Mineiro ao empatar em 1 a 1 com o Atlético-MG, no Estádio Independência, em Belo Horizonte, no segundo jogo da final. Embora o Atlético tenha apresentado um desempenho superior na maior parte da partida, foi o Cruzeiro, com sua qualidade técnica e a intervenção decisiva do vídeo (VAR), quem levou a melhor e conquistou a taça.
O Atlético-MG iniciou a partida com um volume de jogo impressionante. A equipe, comandada por Rodrigo Santana, pressionou o Cruzeiro desde o começo, criando boas chances e mostrando determinação. Ricardo Oliveira chegou ao acerto na trave, e o time alvinegro se mostrou mais ofensivo e assertivo. O Cruzeiro, por sua vez, não se contentou com a vantagem do empate e também buscou o gol, com destaque para uma bela jogada de Dodô, cujos cruzamentos quase encontrados em um gol contra de Igor Rabello, que acertou o travessão.
Foi o Atlético quem abriu o placar. Aos 23 minutos do primeiro tempo, Chará fez uma excelente jogada pela esquerda e tocou para Ricardo Oliveira, que, após driblar Fábio, viu sua tentativa de gol ser defendida pelo goleiro cruzeirense. A bola, porém, sobrou para Elias, que cabeceou firme para o chão e colocou o Galo em vantagem. O lance deu ânimo à torcida atleticana, que já começava a sonhar com o título.
Ainda no primeiro tempo, o VAR foi consultado após um possível pênalti em Geuvânio, mas a surpresa não foi confirmada, e o jogo forte com o Atlético na frente. A pressão alvinegra era evidente, e, até o intervalo, o time de Rodrigo Santana parecia estar mais perto de marcar novamente e conquistar o título, já que a vitória parcial dava ao Atlético a taça.
O segundo tempo começou com o Atlético mantendo o ritmo intenso, e o Cruzeiro, sem conseguir criar boas oportunidades, parecia à deriva. O time mineiro tinha Zé Welison fazendo uma marcação precisa em Rodriguinho, que não conseguiu ser o motor criativo da Raposa. Fred, que teve uma atuação desligada, sua equipe sofreu para sair da pressão atleticana. O momento mais perigoso do Cruzeiro na etapa final foi uma cobrança de falta de Robinho que levou certo perigo ao gol de Victor.
A partida parecia caminhar para uma vitória atleticana, até que o VAR entrou novamente em cena. Aos 32 minutos, Pedro Rocha fez grande jogada pela esquerda e, ao tentar passar por Leonardo Silva, a bola bateu no braço do zagueiro do Atlético. O julgado de vídeo chamou o julgado de campo para revisar o lance, e, após conferência, ele marcou o pênalti. Fred, que pouco havia feito no jogo, se apresentou para a cobrança e empatou o duelo: 1 a 1.
O empate bastou para garantir o título ao Cruzeiro, que, com a vantagem adquirida no primeiro jogo, conquistou o Campeonato Mineiro. Embora o Atlético tenha sido superior na grande parte da final, o Cruzeiro levou a melhor, demonstrando sua força coletiva e a qualidade de seu elenco. O VAR teve papel fundamental na decisão, garantindo que o resultado fosse justo, mas também gerando questionamentos sobre a aplicação de critérios durante o jogo. Apesar de não ter feito uma grande partida, o Cruzeiro conseguiu ganhar a vantagem e, com a ajuda da tecnologia, comemorou mais um título estadual.
O campeonato foi uma prova de que, mesmo nos momentos difíceis, a experiência e a qualidade do elenco celeste se sobrepõem. O Cruzeiro, apesar de não ser o melhor em todos os momentos da decisão, soube aproveitar as oportunidades e, com muita inteligência, garantiu a taça, confirmando que, no fim das contas, o time mais qualificado sempre se destacou.
Atlético-MG: Victor, Guga, Leonardo Silva, Igor Rabello e Fábio Santos; José Welison (Alerrandro), Elias e Luan (Vinícius); Chará, Geuvânio (Maicon) e Ricardo Olveira. Técnico: Rodrigo Santana.
Cruzeiro: Fábio, Edílson, Dedé, Léo e Dodô; Henrique, Lucas Romero (Thiago Neves), Robinho, Marquinhos Gabriel (Pedro Rocha) e Rodriguinho (Lucas Silva); Fred. Técnico: Mano Menezes.
O Cruzeiro teve uma campanha dominante no Campeonato Mineiro de 2019, terminando invicto com 11 vitórias e 5 empates, somando 38 pontos. A equipe se destacou pela solidez defensiva, com a melhor defesa da competição (apenas 9 gols sofridos) e um ataque eficaz, marcando 36 gols. Fred foi o artilheiro do time e da competição, com 12 gols.


ENTRE CONQUISTAS E QUEDA
O ano de 2019 começou com promessas de grandes conquistas para o Cruzeiro. O time conquistou o Campeonato Mineiro de forma invicta e teve uma boa campanha na fase de grupos da Copa Libertadores, com apenas dois gols sofridos em seis partidas. O clube chegou a emendar 11 vitórias consecutivas entre Estadual e Libertadores, além de eliminar o Atlético Mineiro, nas quartas de finais da Copa do Brasil, parecia ter tudo para brigar por títulos importantes. No entanto, a realidade tomou um rumor dramático a partir de maio.
A Crise Interna e as Denúncias
O grande marco negativo do ano foi a crise política e financeira que eclodiu com a exibição de uma reportagem no programa Fantástico em 26 de maio. A reportagem revelou investigações sobre irregularidades no clube, incluindo suspeitas de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e relações financeiras questionáveis com conselheiros do clube. A partir daí, a situação se agravou com investigações policiais e a exposição de denúncias sobre altos pagamentos a membros da diretoria. A crise financeira interna foi escancarada, que impactou em um grande aumento nas dívidas.
Desafios Dentro e Fora de Campo
No campo, o time começou a perder força, e a crise se refletiu nos resultados. A diretoria fez mudanças no comando técnico, demitindo Mano Menezes, após o fracasso nas semifinais da Copa do Brasil contra o Internacional. Rogério Ceni, contratado para substituir Mano, começou com boas vitórias, mas logo se viu envolvido em polêmicas internas e trocas de declarações com jogadores-chave, como Thiago Neves. Isso resultou na demissão de Ceni após apenas oito jogos.
A gestão do presidente Wagner Pires de Sá foi fortemente criticada por sua falta de controle e decisões equivocadas, como a manutenção de diretores altamente contestados, como Itair Machado e Sérgio Nonato. Eles foram afastados, mas a instabilidade política e financeira contínua.
Atrasos salariais atingiram todos os níveis do clube, incluindo jogadores, com destaque para Fred, que acumulava direitos de imagem não pagos desde 2018. Essa situação afetou gravemente o desempenho do time e gerou um ambiente de instabilidade. Ao mesmo tempo, o clube tentou resolver a crise utilizando jogadores da base, como o zagueiro Cacá e o volante Éderson, mas isso não foi suficiente para melhorar a situação.

O ano de 2019 também marcou o fim de uma era de conquistas para o Cruzeiro. A equipe que havia sido vencedora da Copa do Brasil em 2017 e 2018, e do Campeonato Mineiro em 2018 e 2019, viu seu desempenho desmoronar. Com a chegada de Adilson Batista, a esperança de recuperação demorou um pouco. A luta contra o rebaixamento se estendeu até as últimas rodadas, mas o time não conseguiu escapar da queda para a Série B do Campeonato Brasileiro. A derrota para o Palmeiras em casa, na última rodada, confirmou o pior cenário possível.
Após o rebaixamento, a pressão sobre a diretoria tornou-se insustentável. Wagner Pires de Sá e seus aliados, como o vice-presidente Hermínio Lemos e o diretor-geral Itair Machado, renunciaram aos seus cargos. A gestão foi severamente criticada por suas decisões financeiras e pela incapacidade de controlar a situação. A partir de dezembro, um novo núcleo administrativo foi formado com a missão de salvar o clube da crise, mas o caminho para a recuperação seria longo e repleto de desafios.


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