O ano de 1991 foi um período de grandes transformações no Brasil e no mundo, um contexto repleto de mudanças políticas, culturais e esportivas que ecoavam por todas as esferas da sociedade. Globalmente, o colapso da União Soviética trouxe o fim da Guerra Fria e consolidou os Estados Unidos como a principal potência mundial, enquanto novas repúblicas independentes surgiam do antigo bloco soviético. A Guerra do Golfo, iniciada em janeiro daquele ano, expôs ao mundo a força militar da coalizão ocidental liderada pelos Estados Unidos, que interveio na invasão do Kuwait pelo Iraque de Saddam Hussein, reforçando a supremacia política e militar norte-americana. A assinatura do Tratado de Maastricht foi um passo decisivo na integração europeia, marcando as bases da futura União Europeia e mudando o cenário econômico do continente.
No Brasil, o presidente Fernando Collor de Mello tentava implementar uma agenda neoliberal, com reformas econômicas radicais que impactavam diretamente a vida da população. As medidas de seu plano de combate à hiperinflação, com o confisco das poupanças e a abertura econômica, trouxeram esperanças e incertezas. Em meio às tensões e desafios de seu governo, também se deu um passo importante para a integração regional com a criação do Mercosul, iniciativa que prometia fortalecer as relações comerciais entre os países sul-americanos.
No Brasil, o presidente Fernando Collor de Mello tentava implementar uma agenda neoliberal, com reformas econômicas radicais que impactavam diretamente a vida da população. As medidas de seu plano de combate à hiperinflação, com o confisco das poupanças e a abertura econômica, trouxeram esperanças e incertezas. Em meio às tensões e desafios de seu governo, também se deu um passo importante para a integração regional com a criação do Mercosul, iniciativa que prometia fortalecer as relações comerciais entre os países sul-americanos.
No campo cultural, a música grunge, liderada por bandas como Nirvana e Pearl Jam, emergiu fortemente, influenciando a cultura jovem global. O álbum Nevermind do Nirvana se tornou um marco, mudando os rumos da música e marcando uma nova era no rock, enquanto o hip-hop continuava a expandir suas fronteiras com nomes como Tupac e Dr. Dre.
Esportivamente, 1991 foi um ano intenso. No atletismo, recordes históricos foram quebrados, como no salto em distância de Mike Powell.
Na Fórmula 1, Ayrton Senna conquistou seu terceiro título mundial, reforçando o orgulho brasileiro. E no futebol, a primeira Copa do Mundo Feminina, realizada na China, trouxe um marco importante para o esporte.
Esse panorama de efervescência e transformações desenhava o contexto no qual o Cruzeiro Esporte Clube viveu o ano de 1991. O clube, símbolo da paixão futebolística em Minas Gerais e dono de uma história marcada por conquistas, encarava desafios de uma era vitoriosa.
Na Fórmula 1, Ayrton Senna conquistou seu terceiro título mundial, reforçando o orgulho brasileiro. E no futebol, a primeira Copa do Mundo Feminina, realizada na China, trouxe um marco importante para o esporte.
Esse panorama de efervescência e transformações desenhava o contexto no qual o Cruzeiro Esporte Clube viveu o ano de 1991. O clube, símbolo da paixão futebolística em Minas Gerais e dono de uma história marcada por conquistas, encarava desafios de uma era vitoriosa.
ELENCO
Em 1991, o Cruzeiro Esporte Clube montou um elenco com uma mescla de jovens promissores e jogadores experientes, buscando formar um grupo equilibrado que pudesse competir em alto nível. Com uma base sólida e alguns investimentos estratégicos, o time apresentou nomes que marcariam sua trajetória na temporada.
A defesa contava com Paulo César Borges no gol, responsável por proteger a meta com grandes defesas e uma boa leitura de jogo. À frente dele, formavam a linha defensiva jogadores experientes como Adilson Batista, que já era respeitado pela seriedade e liderança, e Paulão, que trazia força física e segurança na zaga. Zelão, um talento vindo das categorias de base, também ganhava espaço no elenco, junto com Vanderci e Célio Gaúcho, ambos reforçando a consistência da defesa. Célio Lúcio e Nonato eram outros nomes que davam opções ao técnico para ajustar a defesa conforme as necessidades dos jogos. Balu complementava o sistema defensivo com sua versatilidade nas laterais.
No meio-campo, o Cruzeiro apostava em um equilíbrio entre juventude e experiência. Ademir e Andrade assumiam o papel de organizadores do jogo, usando suas habilidades de passe e visão para distribuir as jogadas e criar oportunidades para os atacantes. O jovem Ramon Meneses, que mais tarde se tornaria um ídolo do clube, já mostrava sua habilidade e talento promissores, ganhando espaço e contribuindo com criatividade e técnica. Luis Fernando e Macalé, este último também oriundo da base, eram peças adicionais para dar fôlego ao setor, enquanto Luis Gustavo oferecia alternativas na contenção e saída de bola. Paulinho e Heyder completavam o meio-campo, sendo opções que combinavam vigor físico e dedicação tática.
O ataque do Cruzeiro, sempre um setor fundamental, teve reforços importantes em 1991. Charles, famoso por sua passagem pelo Bahia, retornava ao futebol brasileiro após uma experiência no Málaga, da Espanha. Conhecido por sua capacidade de finalização e habilidade no ataque, ele chegava para preencher a lacuna deixada por Careca e elevar o nível de competitividade do time. Boiadeiro, ex-jogador do Vasco da Gama, também era um dos principais investimentos do clube para fortalecer o meio campo, trazendo velocidade e habilidade para abrir espaços nas defesas adversárias. Rogério Lage, vindo do Criciúma, completava o quadro de reforços, oferecendo mais uma alternativa ao meio. Além disso, o Cruzeiro conseguiu o empréstimo de Mário Tilico, jogador do São Paulo, que trouxe velocidade, experiência e mais poder de fogo ao ataque.
O elenco contava ainda com jovens talentos como Marquinhos, Marcinho, e Quirino, que representavam o futuro do clube e adicionavam dinamismo ao grupo. Esses jogadores, aliados aos nomes consagrados, formavam um plantel que o Cruzeiro esperava ser competitivo para o ano, mantendo-se fiel ao espírito de renovação constante e à paixão por vitórias que sempre marcou a história celeste.
Essa formação mostrou-se promissora e visava alcançar bons resultados, refletindo o esforço do Cruzeiro em equilibrar tradição com inovação e dar oportunidades tanto para jovens jogadores quanto para atletas mais experientes.
MINEIRO E BRASILEIRO
Em 1991, o Cruzeiro teve participações distintas nos campeonatos brasileiro e mineiro. No Campeonato Brasileiro, a equipe oscilou, apresentando momentos de destaque, como a goleada de 5 a 1 sobre o Sport e uma vitória convincente de 3 a 0 contra o Vasco da Gama. Apesar desses triunfos expressivos, o time enfrentou dificuldades, acumulando empates e algumas derrotas, o que prejudicou sua classificação para as fases finais do torneio.
Já no Campeonato Mineiro, o Cruzeiro mostrou um desempenho sólido na fase de grupos, dominando o Grupo C com 14 pontos, resultado de 4 vitórias e sem derrotas. Com um saldo impressionante de 18 gols a favor e apenas 2 contra a equipe se classificou para a etapa final. No entanto, a performance na fase decisiva foi menos consistente. Com 10 pontos, o Cruzeiro venceu 4 jogos, empatou 2 e perdeu 4, terminando em terceiro lugar na tabela final.
A SUPERCOPA
A Supercopa, oficialmente chamada Supercopa João Havelange, foi criada em 1988 pela CONMEBOL como um torneio que reunia todos os campeões da Copa Libertadores da América. Essa competição foi uma oportunidade para os grandes clubes sul-americanos, como o Cruzeiro, se enfrentarem em um cenário de prestígio continental.
Na sua primeira edição, em 1988, a Supercopa contou com 13 times, permitindo a participação de clubes que, embora já tivessem conquistado a Libertadores, enfrentaram rebaixamentos em seus campeonatos nacionais, como o Grêmio e o Estudiantes. Nos primeiros anos, a competição era realizada em um formato eliminatório, onde as equipes se enfrentavam em jogos de ida e volta. Entre 1988 e 1991, o número de participantes foi ajustado, e algumas equipes avançavam de fase por sorteio.
A Supercopa foi importante no cenário do futebol sul-americano, pois, além de coroar os campeões, o vencedor da competição disputava a Recopa Sul-Americana contra o campeão da Libertadores no ano seguinte. No entanto, a partir de 1998, a Supercopa foi substituída pelas Copas Mercosul e Merconorte, encerrando um ciclo que marcou a história do futebol no continente. Ao longo de suas edições, a Supercopa consolidou-se como uma vitrine do talento e da rivalidade entre os grandes clubes da América do Sul.
O CRUZEIRO NA SUPERCOPA
Histórico do clube nas edições de 1988 a 1990
Histórico do clube nas edições de 1988 a 1990
Vice Campeão em 1988
O Cruzeiro começou sua trajetória na Supercopa em 1988, enfrentando o Independiente da Argentina na fase inicial. Na primeira partida, o Cruzeiro venceu por 2 a 1, com gols de Merlini e Hamilton. Na volta, o time repetiu a dose, ganhando novamente, dessa vez por 1 a 0, com um gol de Heriberto. Nas quartas de final, o Cruzeiro eliminou o Argentinos Juniors, vencendo o primeiro jogo por 1 a 0 (gol de Ramon) e o segundo por 1 a 0 (gol de Heriberto).
Na semifinal, o Cruzeiro enfrentou o Nacional do Uruguai. O primeiro jogo foi um desafio, com o Cruzeiro perdendo por 3 a 2, mas conseguiu vencer o segundo jogo por 1 a 0, com um gol de Robson. A equipe avançou para a final, onde encontrou o Racing Club, também da Argentina. O primeiro jogo, realizado em Buenos Aires, terminou com derrota por 2 a 1, com Robson anotando o único gol do Cruzeiro. No jogo de volta, o Cruzeiro empatou em 1 a 1, novamente com Robson, mas não conseguiu o título.
O Cruzeiro começou sua trajetória na Supercopa em 1988, enfrentando o Independiente da Argentina na fase inicial. Na primeira partida, o Cruzeiro venceu por 2 a 1, com gols de Merlini e Hamilton. Na volta, o time repetiu a dose, ganhando novamente, dessa vez por 1 a 0, com um gol de Heriberto. Nas quartas de final, o Cruzeiro eliminou o Argentinos Juniors, vencendo o primeiro jogo por 1 a 0 (gol de Ramon) e o segundo por 1 a 0 (gol de Heriberto).
Na semifinal, o Cruzeiro enfrentou o Nacional do Uruguai. O primeiro jogo foi um desafio, com o Cruzeiro perdendo por 3 a 2, mas conseguiu vencer o segundo jogo por 1 a 0, com um gol de Robson. A equipe avançou para a final, onde encontrou o Racing Club, também da Argentina. O primeiro jogo, realizado em Buenos Aires, terminou com derrota por 2 a 1, com Robson anotando o único gol do Cruzeiro. No jogo de volta, o Cruzeiro empatou em 1 a 1, novamente com Robson, mas não conseguiu o título.
La Bestia Negra - 1989
Em 1989, o Cruzeiro novamente participou da Supercopa, começando com uma derrota para o Olímpia do Paraguai, por 2 a 0, na primeira partida. Porém, na volta, o Cruzeiro fez uma grande atuação e venceu por 3 a 0, garantindo a classificação. O desempenho fez com que a imprensa paraguaia começasse a se referir ao Cruzeiro como "la bestia negra" do Olímpia.
Nas quartas de final, o Cruzeiro enfrentou o Argentinos Juniors. O primeiro jogo terminou em empate de 1 a 1, mas o Cruzeiro foi eliminado no segundo jogo, perdendo por 2 a 0.
Em 1989, o Cruzeiro novamente participou da Supercopa, começando com uma derrota para o Olímpia do Paraguai, por 2 a 0, na primeira partida. Porém, na volta, o Cruzeiro fez uma grande atuação e venceu por 3 a 0, garantindo a classificação. O desempenho fez com que a imprensa paraguaia começasse a se referir ao Cruzeiro como "la bestia negra" do Olímpia.
Nas quartas de final, o Cruzeiro enfrentou o Argentinos Juniors. O primeiro jogo terminou em empate de 1 a 1, mas o Cruzeiro foi eliminado no segundo jogo, perdendo por 2 a 0.
Supercopa Libertadores 1990
No ano de 1990, o Cruzeiro participou da Supercopa enfrentando novamente o Racing Club. O primeiro jogo foi uma vitória apertada por 1 a 0, com gol de Heyder. No jogo de volta, o Cruzeiro perdeu por 1 a 0, e a disputa foi para os pênaltis, onde o Racing venceu por 4 a 2, eliminando o Cruzeiro da competição.
No ano de 1990, o Cruzeiro participou da Supercopa enfrentando novamente o Racing Club. O primeiro jogo foi uma vitória apertada por 1 a 0, com gol de Heyder. No jogo de volta, o Cruzeiro perdeu por 1 a 0, e a disputa foi para os pênaltis, onde o Racing venceu por 4 a 2, eliminando o Cruzeiro da competição.
SUPERCOPA 1991
A Supercopa Libertadores de 1991 foi a quarta edição deste importante torneio de futebol, que reuniu os campeões da Taça Libertadores da América. Neste ano, a competição contou com 16 clubes de destaque da América do Sul, representando cinco países e proporcionando confrontos emocionantes entre grandes equipes.
A Supercopa Libertadores de 1991 foi a quarta edição deste importante torneio de futebol, que reuniu os campeões da Taça Libertadores da América. Neste ano, a competição contou com 16 clubes de destaque da América do Sul, representando cinco países e proporcionando confrontos emocionantes entre grandes equipes.
A competição seguiu um formato de competição eliminatória. Na fase inicial, os clubes se enfrentavam em partidas de ida e volta. Os vencedores de cada confronto avançavam para as etapas seguintes, culminando nas finais do torneio. Este formato permitiu que os grandes clubes se enfrentassem, aumentando a competitividade e a emoção da competição.
Participantes:
Argentina:
Argentinos Juniors - Campeão da Libertadores em 1985
Boca Juniors - Campeão da Libertadores em 1977 e 1978
Estudiantes - Campeão da Libertadores em 1968, 1969 e 1970
Independiente - Campeão da Libertadores em 1964, 1965, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1984
Racing Club - Campeão da Libertadores em 1967
River Plate - Campeão da Libertadores em 1986
Argentinos Juniors - Campeão da Libertadores em 1985
Boca Juniors - Campeão da Libertadores em 1977 e 1978
Estudiantes - Campeão da Libertadores em 1968, 1969 e 1970
Independiente - Campeão da Libertadores em 1964, 1965, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1984
Racing Club - Campeão da Libertadores em 1967
River Plate - Campeão da Libertadores em 1986
Brasil:
Cruzeiro - Campeão da Libertadores em 1976
Flamengo - Campeão da Libertadores em 1981
Grêmio - Campeão da Libertadores em 1983
Santos - Bicampeão da Libertadores em 1962 e 1963
Cruzeiro - Campeão da Libertadores em 1976
Flamengo - Campeão da Libertadores em 1981
Grêmio - Campeão da Libertadores em 1983
Santos - Bicampeão da Libertadores em 1962 e 1963
Chile:
Colo-Colo - Campeão da Libertadores em 1991
Colo-Colo - Campeão da Libertadores em 1991
Paraguai:
Olimpia - Campeão da Libertadores em 1979 e 1990
Olimpia - Campeão da Libertadores em 1979 e 1990
Uruguai:
Nacional - Campeão da Libertadores em 1971, 1980 e 1988
Peñarol - Campeão da Libertadores em 1960, 1961, 1966, 1982 e 1987
Nacional - Campeão da Libertadores em 1971, 1980 e 1988
Peñarol - Campeão da Libertadores em 1960, 1961, 1966, 1982 e 1987
Em 1991, o Cruzeiro vivia um momento delicado. Após campanhas frustrantes na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro, a equipe buscava se reabilitar, e a confiança parecia distante. No entanto, o retorno do treinador Ênio Andrade e a chegada do ponta direita Mário Tilico, que tinha sido um dos destaques do São Paulo na conquista do título brasileiro, renovou as esperanças dos torcedores cruzeirenses. Com essas mudanças, o clube estava determinado a mostrar sua força na Supercopa Libertadores.
OITAVAS DE FINAL: Cruzeiro vs. Colo Colo
Para o primeiro jogo das oitavas de final, marcado para 2 de outubro, a diretoria cruzeirense organizou uma grande festa no Mineirão. Outdoors foram espalhados pela capital, convocando a torcida para apoiar o time na difícil missão contra o Colo Colo, o campeão da Libertadores daquele ano. Até mesmo os ingressos foram personalizados, uma prática incomum para a época, trazendo os escudos dos dois clubes. Com essa preparação, o estádio estava pronto para receber uma grande partida.
Primeiro Jogo
No dia do confronto, mais de 60 mil torcedores compareceram ao Mineirão, transformando o estádio em um caldeirão de apoio. A atmosfera estava elétrica. Desde o apito inicial, o Cruzeiro mostrou seu domínio. A equipe, escalada por Ênio Andrade, teve um desempenho sólido, controlando a posse de bola e criando boas oportunidades de gol. No entanto, a finalização não era o forte da noite, e a partida terminou em 0 a 0, um resultado que, embora frustrante, deixava uma sensação de que a vitória era possível.
No dia do confronto, mais de 60 mil torcedores compareceram ao Mineirão, transformando o estádio em um caldeirão de apoio. A atmosfera estava elétrica. Desde o apito inicial, o Cruzeiro mostrou seu domínio. A equipe, escalada por Ênio Andrade, teve um desempenho sólido, controlando a posse de bola e criando boas oportunidades de gol. No entanto, a finalização não era o forte da noite, e a partida terminou em 0 a 0, um resultado que, embora frustrante, deixava uma sensação de que a vitória era possível.
O presidente do Cruzeiro, César Masci, ficou insatisfeito com a atuação do árbitro Juan Carlos Crespi, que anulou um gol do zagueiro Adilson. Após o apito final, Masci expressou seu descontentamento, enquanto o técnico do Colo Colo, Mirko Jozić, protestou contra os gritos de ofensa da torcida cruzeirense, que não poupou esforços para pressionar o adversário. Ele declarou: “Eu nunca vi uma torcida tão sem educação”, referindo-se ao ambiente hostil que os jogadores chilenos enfrentaram.
Segundo Jogo
A expectativa cresceu para o segundo jogo, realizado em 9 de outubro, no Estádio Monumental de Santiago, Chile. Com o resultado do primeiro jogo, a tensão estava alta, e ambos os times sabiam que cada detalhe poderia decidir a classificação. A partida se mostrou mais aberta, com ambas as equipes criando oportunidades. O Cruzeiro teve uma boa chance, mas novamente não conseguiu marcar, e o jogo terminou sem gols, assim como na primeira partida.
A expectativa cresceu para o segundo jogo, realizado em 9 de outubro, no Estádio Monumental de Santiago, Chile. Com o resultado do primeiro jogo, a tensão estava alta, e ambos os times sabiam que cada detalhe poderia decidir a classificação. A partida se mostrou mais aberta, com ambas as equipes criando oportunidades. O Cruzeiro teve uma boa chance, mas novamente não conseguiu marcar, e o jogo terminou sem gols, assim como na primeira partida.
Com o empate no tempo regulamentar, a decisão foi para os pênaltis. Os jogadores cruzeirenses se mostraram calmos e focados. Boiadeiro, Mário Tilico, Charles e Paulão converteram suas cobranças, enquanto Adilson teve sua tentativa defendida pelo goleiro Morón. Para o Colo Colo, Martínez, Vilches e Dabrowski marcaram, mas Paulo César fez uma defesa crucial contra Peralta, e Rubio também desperdiçou sua cobrança.
Ao final, o Cruzeiro se classificou para a próxima fase com uma vitória emocionante de 4 a 3 na disputa de pênaltis. A torcida cruzeirense respirou aliviada, sabendo que haviam superado um adversário forte. Aquela partida ficaria marcada como o início de uma série de confrontos entre o Cruzeiro e o Colo Colo em competições sul-americanas, onde o time brasileiro mostraria sua força e tradição.
QUARTAS DE FINAL: Cruzeiro x Nacional-Uru
O adversário nas quartas foi o Nacional do Uruguai, uma equipe que havia deixado pelo caminho o tradicional Boca Juniors, e que estava em busca de glórias a nível continental.
Primeiro Jogo: Um Show no Mineirão
O primeiro confronto ocorreu no dia 16 de outubro, no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte. O clima era de expectativa total, e mais de 55 mil torcedores compareceram para apoiar o time, gerando uma atmosfera eletrizante. A diretoria do Cruzeiro tinha promovido o jogo como uma grande festa, e o público não decepcionou.
O primeiro confronto ocorreu no dia 16 de outubro, no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte. O clima era de expectativa total, e mais de 55 mil torcedores compareceram para apoiar o time, gerando uma atmosfera eletrizante. A diretoria do Cruzeiro tinha promovido o jogo como uma grande festa, e o público não decepcionou.
Desde o início, o Cruzeiro mostrou que estava em uma noite inspirada. Comandados pelo técnico Ênio Andrade, os jogadores impuseram um ritmo acelerado e, logo aos 7 minutos, Charles abriu o placar. O goleiro Jorge Seré, do Nacional, não conseguiu segurar uma cobrança de falta, e Charles, sempre atento, estava no lugar certo para aproveitar a sobra. A festa da torcida estava apenas começando.
Aos 20 minutos, a dupla de ataque formada por Charles e Mário Tilico fez valer sua sinergia. Em uma rápida jogada pela direita, Tilico fez um belo passe, e Charles não hesitou em marcar seu segundo gol da noite. Com 2 a 0 no placar, o Nacional tentou reagir, buscando valorizar a posse de bola, mas o Cruzeiro mantinha a pressão.
Na segunda etapa, o time uruguaio ainda sonhava com a recuperação, mas a defesa cruzeirense, sólida , impediu qualquer chance de gol. O jogo se encaminhou para o seu fim, e aos 35 minutos, foi a vez de Boiadeiro brilhar. O meia driblou um marcador e, de fora da área, mandou um chute indefensável no ângulo esquerdo, fazendo a festa da torcida explode em aplausos.
Nos minutos finais, mais um gol. Charles, sempre atento e bem posicionado, fechou a conta com um cruzamento de Tilico, elevando o placar para 4 a 0. Ao final do jogo, a torcida já sonhava com a classificação, e Charles, em entrevista, comentou: “Foi fácil entrosar com o Tilico. Ele era velocista, do jeito que a torcida gostava, e nossa sintonia foi muito boa”.
Segundo Jogo: Drama em Montevidéu
O jogo da volta aconteceu no dia 23 de outubro, no lendário Estádio Centenário, em Montevidéu. Com a vantagem de 4 a 0, o Cruzeiro entrou em campo tranquilo, mas o que parecia ser uma partida tranquila rapidamente se transformou em um verdadeiro pesadelo.
O jogo da volta aconteceu no dia 23 de outubro, no lendário Estádio Centenário, em Montevidéu. Com a vantagem de 4 a 0, o Cruzeiro entrou em campo tranquilo, mas o que parecia ser uma partida tranquila rapidamente se transformou em um verdadeiro pesadelo.
O Nacional, que sabia que precisaria de um milagre para reverter a situação, começou a partida com pressão. Aos 26 minutos, o experiente atacante Walter Cabrera abriu o placar para os uruguaios, aumentando a tensão. Mas o Cruzeiro, mesmo sofrendo, ainda estava na frente no agregado.
A situação começou a ficar mais complicada quando, aos 29 minutos do segundo tempo, um pênalti polêmico foi marcado a favor do Nacional. Venancio Ramos converteu a cobrança, colocando 2 a 0 no placar, mas o Cruzeiro ainda se mantinha classificado. As coisas esquentaram em campo, e o Nacional abusou da força, enquanto a arbitragem parecia ignorar as faltas cometidas.
Aos 45 minutos, em meio a uma confusão generalizada, o Nacional anotou mais um gol com Wálter Núñez, e o clima ficou insustentável. Com a arbitragem paraguaia controlando o jogo de maneira estranha e permissiva, Charles comentou que nunca havia sentido tantas pancadas em uma partida.
No entanto, mesmo sob pressão e com o clima tenso, o Cruzeiro conseguiu segurar a partida até o apito final. A vitória do Nacional por 3 a 0 não foi suficiente para reverter o agregado, e o Cruzeiro se classificou para a semifinal da Supercopa.
Após o jogo, Mário Tilico lembrou da dificuldade enfrentada: “Levamos socos e cotoveladas fora da disputa pela bola. A Supercopa era difícil em todos os aspectos. Além da qualidade dos times, a arbitragem sempre parecia estar contra nós.” O Cruzeiro, no entanto, mostrava resiliência e força para avançar na competição, deixando claro que estavam prontos para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente.
SEMIFINAL: Cruzeiro x Olímpia
O confronto entre Cruzeiro e Olimpia nas semifinais da Supercopa de 1991 foi um verdadeiro duelo de titãs do futebol sul-americano, e deixou marcas profundas na memória dos torcedores.
Primeiro Jogo - Mineirão, 31 de outubro de 1991
Na noite de quinta-feira, 31 de outubro de 1991, o Mineirão, em Belo Horizonte, estava lotado. Com quase 50 mil torcedores, o ambiente era de expectativa e entusiasmo, já que o Cruzeiro se tornara o único representante brasileiro na competição após a eliminação dos outros clubes.
Na noite de quinta-feira, 31 de outubro de 1991, o Mineirão, em Belo Horizonte, estava lotado. Com quase 50 mil torcedores, o ambiente era de expectativa e entusiasmo, já que o Cruzeiro se tornara o único representante brasileiro na competição após a eliminação dos outros clubes.
O jogo começou e, logo aos 10 minutos, Marquinhos abriu o placar de forma surpreendente. Em uma tentativa de cruzar para a área, a bola fez uma curva e acabou entrando no ângulo do goleiro Battaglia. A torcida explodiu em euforia, acreditando que uma goleada poderia se repetir, como no confronto anterior contra o Nacional.
O Cruzeiro dominava a partida, criando diversas oportunidades. Contudo, o Olimpia, que havia eliminado o Independiente nas quartas de final, não estava ali por acaso. O time paraguaio mostrou sua força e, no segundo tempo, após a entrada do craque Romerito, o jogo se tornou mais equilibrado. A estratégia do treinador Aníbal Ruiz começou a dar frutos, e aos 25 minutos, Guirland empatou, aproveitando uma falha na defesa cruzeirense.
O 1 a 1 no final do jogo trouxe um misto de sentimentos para os jogadores do Cruzeiro. Enquanto os paraguaios comemoravam, os cruzeirenses lamentavam as inúmeras chances que não conseguiram transformar em gol. “Era incrível como criávamos tantas oportunidades”, recordou Charles Fabian, um dos atacantes do time.
Segundo Jogo - Defensores del Chaco, 6 de novembro de 1991
O jogo de volta aconteceu no dia 6 de novembro no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção. O ambiente era tenso, e os cruzeirenses estavam cientes de que precisariam se superar. O técnico Ênio Andrade surpreendeu a todos ao escalar o volante Andrade no lugar do atacante Marquinhos, mas ainda assim a equipe mantinha uma postura ofensiva.
O jogo de volta aconteceu no dia 6 de novembro no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção. O ambiente era tenso, e os cruzeirenses estavam cientes de que precisariam se superar. O técnico Ênio Andrade surpreendeu a todos ao escalar o volante Andrade no lugar do atacante Marquinhos, mas ainda assim a equipe mantinha uma postura ofensiva.
Durante o jogo, o Cruzeiro teve a primeira grande dificuldade: a expulsão do zagueiro Paulão no segundo tempo. Com um a menos, a situação parecia complicar, mas Ênio fez outra mudança ousada, colocando Paulinho no lugar de Luís Fernando, visando explorar os contra-ataques.
Ambos os times tiveram chances claras de marcar, mas o placar permaneceu zerado até o apito final. A decisão foi para os pênaltis, uma situação angustiante para os jogadores e torcedores. O Olimpia começou com Carlos Guirland, que surpreendentemente perdeu a primeira cobrança. Com isso, a vantagem estava nas mãos do Cruzeiro, que não desperdiçou suas oportunidades. Adilson, Boiadeiro, Mário Tilico e Charles converteram suas cobranças, enquanto Nonato fechou com chave de ouro, garantindo a vitória cruzeirense por 5 a 3 nas penalidades.
A consagração
A classificação do Cruzeiro para a final trouxe alívio e euforia. Os jogadores sentiram a pressão intensa que haviam enfrentado, e a vitória nos pênaltis contra um adversário tradicional como o Olimpia fez com que a equipe se sentisse ainda mais forte.
A classificação do Cruzeiro para a final trouxe alívio e euforia. Os jogadores sentiram a pressão intensa que haviam enfrentado, e a vitória nos pênaltis contra um adversário tradicional como o Olimpia fez com que a equipe se sentisse ainda mais forte.
A imprensa paraguaia, ao ver a força e a qualidade do time mineiro, começou a se referir ao Cruzeiro como "La Bestia Negra", um apelido que simbolizava a força e a determinação da equipe nas competições sul-americanas.
A FINAL: Cruzeiro x River Plate
A noite de 13 de novembro de 1991 estava prestes a se tornar um marco na história do futebol sul-americano. No imponente Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, 60 mil torcedores se reuniam para acompanhar o primeiro jogo da final da Supercopa entre o Cruzeiro e o poderoso River Plate. O clima estava carregado de expectativa, e a torcida argentina estava ansiosa para ver seu time, que já havia eliminado o Grêmio, Flamengo e Peñarol, alcançar mais uma vitória.
A noite de 13 de novembro de 1991 estava prestes a se tornar um marco na história do futebol sul-americano. No imponente Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, 60 mil torcedores se reuniam para acompanhar o primeiro jogo da final da Supercopa entre o Cruzeiro e o poderoso River Plate. O clima estava carregado de expectativa, e a torcida argentina estava ansiosa para ver seu time, que já havia eliminado o Grêmio, Flamengo e Peñarol, alcançar mais uma vitória.
No Monumental
O jogo começou sob os olhares atentos da imprensa e dos apaixonados pelo futebol. O Cruzeiro, sob o comando do treinador Ênio Andrade, entrou em campo com determinação, buscando reverter a desvantagem que carregava dos jogos anteriores. Porém, logo no primeiro tempo, a defesa cruzeirense sofreu um golpe duro. Aos 31 minutos, o zagueiro Rivarola, em uma cobrança de pênalti, colocou o River Plate em vantagem. O Cruzeiro ainda tentava se reerguer quando, aos 44 minutos, Higuaín aumentou a vantagem com um cabeceio certeiro, encerrando a primeira etapa com o placar de 2 a 0 para os anfitriões.
O jogo começou sob os olhares atentos da imprensa e dos apaixonados pelo futebol. O Cruzeiro, sob o comando do treinador Ênio Andrade, entrou em campo com determinação, buscando reverter a desvantagem que carregava dos jogos anteriores. Porém, logo no primeiro tempo, a defesa cruzeirense sofreu um golpe duro. Aos 31 minutos, o zagueiro Rivarola, em uma cobrança de pênalti, colocou o River Plate em vantagem. O Cruzeiro ainda tentava se reerguer quando, aos 44 minutos, Higuaín aumentou a vantagem com um cabeceio certeiro, encerrando a primeira etapa com o placar de 2 a 0 para os anfitriões.
Ao fim do primeiro jogo, os cruzeirenses saíram de campo cabisbaixos, mas com uma certeza: tudo poderia mudar na volta. "Vai ser difícil, mas sabemos que podemos fazer um grande jogo", declarou o atacante Ramón Medina Bello, com um otimismo que contrastava com o desânimo da torcida cruzeirense.
O Pesadelo no Mineirão
Uma semana depois, no dia 20 de novembro, o Mineirão pulsava com a energia dos torcedores cruzeirenses, que lotaram o estádio para apoiar seu time em um momento decisivo. Com 67.279 torcedores empurrando a equipe, o Cruzeiro precisava de um milagre: vencer o River Plate por três gols de diferença para conquistar a Supercopa.
Uma semana depois, no dia 20 de novembro, o Mineirão pulsava com a energia dos torcedores cruzeirenses, que lotaram o estádio para apoiar seu time em um momento decisivo. Com 67.279 torcedores empurrando a equipe, o Cruzeiro precisava de um milagre: vencer o River Plate por três gols de diferença para conquistar a Supercopa.
O técnico Ênio Andrade, reconhecido por sua capacidade de motivar e preparar o time, fez uma mudança surpreendente ao escalar o volante Andrade em vez do atacante Marquinhos. Essa escolha, no entanto, não desvirtuou a ofensividade da equipe, que estava determinada a fazer história.
Desde o apito inicial, o Cruzeiro imprimiu um ritmo avassalador. A cada toque de bola, a confiança aumentava. O primeiro gol veio aos 34 minutos, quando Ademir, aproveitando uma cobrança de escanteio, desviou de cabeça para o fundo das redes, fazendo a festa da torcida. O jogo mostrava-se promissor, e estatísticas indicavam que o Cruzeiro já havia criado 18 chances de gol até aquele momento.
O segundo tempo começou e, aos 6 minutos, Mario Tilico ampliou a vantagem, desviando um cruzamento de Macalé. O Mineirão explodia em alegria, e a confiança do time crescia a cada segundo.
Aos 29 minutos, a jogada que selou a vitória histórica começou com Charles, que arrancou do meio de campo. Com habilidade, ele conduziu a bola até a área adversária e, após um toque preciso, Tilico marcou o terceiro gol. O estádio vibrou como nunca, e a sensação de que a vitória era real inundou o coração dos torcedores.
A partida terminou com um categórico 3 a 0, e o Cruzeiro conquistou o título da Supercopa, revertendo uma desvantagem que parecia impossível. A torcida do River Plate, antes confiante, agora se via diante de "la pesadilla del Mineirão". O jogo foi tratado como uma verdadeira obra-prima do futebol e ficou marcado na memória dos torcedores cruzeirenses como a maior vitória da história do clube.
Após o apito final, o craque argentino Diego Maradona, que assistiu à partida, ficou impressionado com a atuação de Charles. No ano seguinte, ele pagou uma quantia substancial para levar o jogador ao Boca Juniors, destacando ainda mais a importância daquela final.
A vitória na Supercopa de 1991 foi o prenúncio de uma era de glórias, consolidando o Cruzeiro como um dos clubes mais respeitados do continente.
Fontes: Almanaque do Cruzeiro Esporte Clube 1921-2013- RIBEIRO, Henrique,
Portal Terra, Itatiaia, Jornal Hoje em Dia, Globo, Jornal Estado de Minas e Rsssfbrasil.
Portal Terra, Itatiaia, Jornal Hoje em Dia, Globo, Jornal Estado de Minas e Rsssfbrasil.