Campeonatos

O ano de 1992 foi marcado por eventos impactantes nos âmbitos político, musical, cultural e esportivo, tanto no Brasil quanto no cenário mundial. A seguir, um panorama desses contextos:
Cenário Político
No Brasil, 1992 foi um ano de intensa crise política, que culminou com o processo de impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, acusações de corrupção e desvio de dinheiro público. As "passeatas dos caras-pintadas", movimentos liderados por estudantes e jovens de todo o país, foram emblemáticos desse momento de mobilização social, demonstrando o poder da juventude e da sociedade civil na política brasileira.
Cenário Musical
Globalmente, o início dos anos 1990 foi fortemente influenciado pelo movimento grunge, que surgiu em Seattle, nos Estados Unidos. Bandas como Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains alcançaram sucesso mundial, redefinindo a estética e o som do rock n' roll e marcando uma geração. 

No Brasil, o cenário musical também foi rico e diverso. O rock brasileiro, que cresceu na década anterior com bandas como Legião Urbana, Titãs e Paralamas do Sucesso, continuava relevante. Raimundos - Formada oficialmente em 1987 em Brasília, a banda Raimundos começou a se destacar na cena underground em 1992, combinando hardcore punk com influências nordestinas, criando um estilo único que conquistou o público brasileiro.

Pato Fu - A banda mineira Pato Fu surgiu em 1992, em Belo Horizonte, com um som que misturava rock alternativo e experimentalismo. Com letras irreverentes e abordagens inovadoras, a banda rapidamente ganhou um público fiel.

Embora tenha sido oficialmente formada em 1992 em Santos, SP, a banda só alcançou sucesso no final dos anos 90. Com uma mistura de rock, punk, rap e reggae, Charlie Brown Jr. bandas mais influentes da década seguinte.
Cenário Cultural
No campo cultural, 1992 foi um ano de efervescência mundial. O cinema vive uma era de inovação e impacto, com lançamentos como Os Imperdoáveis, de Clint Eastwood, que se destaca no Oscar do ano seguinte. Quentin Tarantino também ganha destaque no cinema independente. Na literatura, os autores exploraram temas pós-modernos e o impacto da globalização.
Cenário Esportivo
Esportivamente, 1992 foi um ano olímpico, com os Jogos Olímpicos de Barcelona, marcado pela participação do "Dream Team" dos Estados Unidos, o lendário time de basquete que incluía Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird, que arrebatou o público mundial e elevou o basquete a um novo patamar de popularidade. A performance do Brasil nas Olimpíadas incluiu o nosso inédito no judô com Rogério Sampaio e uma excelente performance no vôlei masculino, que conquistou a primeira medalha de ouro olímpica para o Brasil na modalidade, firmando o país como uma potência no esporte.
No futebol, o Campeonato Brasileiro ainda era disputado no formato tradicional, mas a década de 1990 trouxe mudanças no futebol nacional, tanto em gestão quanto em visibilidade. No Cruzeiro Esporte Clube, o ano de 1992 foi um período de preparação e reformulação. O clube se fortaleceu para os desafios dos campeonatos nacionais e buscou novas formas de manter sua competitividade no cenário brasileiro.

ELENCO
Em 1992, o Cruzeiro montou um elenco composto por jogadores experientes e jovens talentos, buscando força e equilíbrio para enfrentar os desafios do ano. A base do time contava com jogadores importantes, entre eles o goleiro Paulo César Borges, conhecido pela segurança no gol; uma defesa sólida formada por Célio Lúcio, Paulão e Adílson Batista, com o apoio do lateral Vanderci e do volante Célio Gaúcho, que contribuíram para uma solidez defensiva. Nonato, com presença sua marcante, ajudava no meio-campo, fortalecendo a proteção à zaga.
No meio-campo, o tempo tinha talentos como Ademir e Andrade, que davam estabilidade à transição entre defesa e ataque. Boiadeiro e Rogério Lage traziam dinâmica ao meio, enquanto Ramon Meneses e Luiz Fernando eram conhecidos pela criatividade e visão de jogo. No setor ofensivo, o Cruzeiro contava com opções como Betinho, Edson , Aelson , Charles , Agnaldo e Marquinhos , todos trazendo velocidade e habilidades interessantes para o ataque.
O time foi reforçado por novos talentos que surgiram nas categorias de base, como Cleisson, Arley Álvares e Riva, que, apesar da juventude, ganharam potencial e compromisso com o time.
Para suprir saídas importantes e elevar o nível da equipe, o Cruzeiro contratou alguns reforços de peso. Luizinho, zagueiro experiente, chegou em agosto vindo do Sporting de Portugal para substituir Gilmar Francisco, que havia sido transferido para o Botafogo. A lateral direita também ganhou o reforço de Paulo Roberto, ex-Botafogo. No ataque, Roberto Gaúcho, que veio do Guarani, substituiu Mário Tilico, que voltou ao São Paulo, enquanto Tôto , ex-Flamengo, vestiu a camisa 9 herdada de Charles , transferido para o Boca Juniors.
O Cruzeiro fez uma contratação de impacto para trazer Renato Gaúcho, um dos maiores nomes do futebol brasileiro da época. Sem contrato com o Botafogo, Renato foi considerado a "contratação do ano" e teve uma passagem meteórica pelo Cruzeiro, atuando por apenas quatro meses, mas marcando presença com seu talento e personalidade dentro e fora de campo.
Com um elenco talentoso e equilibrado, o Cruzeiro se preparou para enfrentar os desafios da temporada de 1992. 


A SUPERCOPA
A Supercopa Libertadores, oficialmente batizada como Supercopa João Havelange, surgiu em 1988 como uma inovação no futebol sul-americano. Organizada pela CONMEBOL, a competição foi concebida para reunir os campeões históricos da Copa Libertadores, criando um torneio de alto nível e prestígio. Diferente do formato de ligas, a Supercopa adotou um sistema de eliminatórias, promovendo duelos emocionantes em partidas de ida e volta. Além de seu valor competitivo, a Supercopa oferecia ao campeão a chance de disputar a Recopa Sul-Americana contra o vencedor da Libertadores, incrementando ainda mais o prestígio da competição. Esse torneio, até sua extinção em 1997, trouxe à tona a rivalidade entre gigantes do futebol sul-americano e serviu como palco para o Cruzeiro Esporte Clube reafirmar sua grandeza continental.

O CRUZEIRO NA SUPERCOPA 
O Cruzeiro estreou na Supercopa em 1988 e mostrou sua força desde o início. Na fase de estreia, a equipe mineira eliminou o tradicional Independiente da Argentina e, posteriormente, despachou o Argentinos Juniors nas quartas de final. Em uma semifinal eletrizante contra o Nacional do Uruguai, o Cruzeiro conquistou uma vaga na final ao superar o time uruguaio por diferença de gols. Na final, o Cruzeiro enfrentou o Racing Club em Buenos Aires, mas foi superado. O título quase escapou pelas mãos, mas a campanha deixou clara a competitividade e o poder de decisão do clube mineiro.

Em 1989, o Cruzeiro reforçou sua fama de “La Bestia Negra” do Olímpia do Paraguai ao derrotar a equipe com uma vitória impressionante por 3 a 0, virando o placar após uma derrota inicial. Contudo, o time mineiro acabou eliminado nas quartas de final pelo Argentinos Juniors. No ano seguinte, em 1990, o Cruzeiro voltou a competir com intensidade e novamente teve o Racing Club pela frente, mas foi eliminado nos pênaltis, frustrando os planos da equipe mineira.
Em 1990, foi eliminado pelo Racing ainda na primeira fase da competição.


A Glória em 1991
Em 1991, o Cruzeiro conquistou sua primeira Supercopa Libertadores, um marco na história do clube e do futebol sul-americano. Depois de campanhas frustrantes nas edições anteriores, o time começou o torneio com uma motivação renovada, impulsionada pelo retorno do técnico Ênio Andrade e a chegada do ponta-direita Mário Tilico, ex-destaque do São Paulo.
Na primeira fase, o Cruzeiro eliminou o Colo-Colo, recém-campeão da Libertadores, em um confronto emocionante que foi decidido nos pênaltis. Nas quartas de final, enfrentou o Nacional do Uruguai, vencendo por 4 a 0 em Belo Horizonte e avançando com tranquilidade, apesar da pressão no jogo de volta no Centenário.

A semifinal foi um desafio contra o Olímpia, mas o Cruzeiro mostrou sua força e avançou para a final contra o River Plate. No primeiro jogo, no Mineirão, o Cruzeiro garantiu uma vitória sólida por 3 a 0, o que lhe deu grande vantagem. No jogo de volta, em Buenos Aires, o River Plate venceu por 2 a 0, mas o placar agregado favoreceu o Cruzeiro, que levantou o título de campeão da Supercopa, consolidando-se entre os grandes do continente. Essa vitória foi um momento especial para o clube e sua torcida, reafirmando o Cruzeiro como uma "Besta Negra" temida no cenário sul-americano.


A SUPERCOPA DE 1992
A Supercopa Libertadores de 1992 foi a quinta edição de um torneio especial que reunia apenas campeões da Taça Libertadores da América, reunindo grandes clubes do continente em uma disputa acirrada. O campeonato contou com a participação de 16 equipes de sete países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Uruguai. Entre os times participantes estavam alguns dos clubes mais tradicionais da América do Sul, que já haviam conquistado o título máximo do futebol sul-americano em edições anteriores da Libertadores.

A fórmula de disputa da Supercopa era eliminatória, com confrontos em partidas de ida e volta. Os clubes se enfrentavam diretamente em cada fase, e o vencedor de cada confronto avançava para a próxima etapa, até que um campeão fosse consagrado. Esse formato colocava em jogo o talento e a resistência das equipes, exigindo boas atuações tanto em casa quanto fora, em estádios muitas vezes hostis.

Entre os times argentinos, estavam clubes de peso como Independiente (campeão da Libertadores em sete ocasiões), Boca Juniors, Estudiantes, Racing, Argentinos Juniors e River Plate. O Brasil estava representado por Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Santos e São Paulo, este último estreando no torneio após a conquista da Libertadores de 1992. O Chile contava com o Colo-Colo, vencedor da Libertadores de 1991, enquanto a Colômbia era representada pelo Atlético Nacional. O Paraguai trouxe o Olimpia, e o Uruguai, por sua vez, contou com Nacional e Peñarol, ambos com diversas conquistas continentais.

Para o Cruzeiro, atual campeão da Supercopa após sua conquista em 1991, o torneio de 1992 era mais uma chance de reafirmar sua força e tradição no cenário internacional. Após a vitória no ano anterior, o clube entrava em campo com a responsabilidade de defender seu título contra uma série de adversários de alto nível. Essa edição da Supercopa trouxe ainda mais emoção, com os campeões da Libertadores de diferentes gerações disputando uma espécie de "torneio dos campeões", em uma busca pela supremacia no continente.


OITAVAS DE FINAIS 
Cruzeiro x Atlético Nacional (Colômbia)

Nas oitavas de final da Supercopa Libertadores de 1992, o Cruzeiro enfrentou o Atlético Nacional de Medellín, campeão colombiano e um dos clubes mais fortes do país na época. O time colombiano contava com nomes de peso, incluindo quatro jogadores da Seleção da Colômbia: o lendário goleiro René Higuita, o zagueiro Andrés Escobar, e os laterais Herrera e Osório. Sob o comando de Hernán Dario Gomez, que havia treinado a Seleção Colombiana Sub-23, o Atlético Nacional também contava com a jovem promessa Aristizábal, então com 20 anos, que mais tarde se destacaria como jogador do próprio Cruzeiro.

Em Medellín
Para o primeiro jogo em Medellín, o Cruzeiro enfrentava dificuldades de escalação. Sem Douglas, Boiadeiro e Nonato, Jair Pereira teve que improvisar a formação com o volante Rogério Lage como único marcador no meio-campo. As improvisações fizeram com que o técnico orientasse a equipe a buscar um empate em solo colombiano. O Atlético Nacional, que vinha de uma fase instável e de um incidente polêmico envolvendo Higuita, que agrediu um jornalista após ser criticado, ainda assim jogava com cautela, apostando em contra-ataques rápidos.

A partida foi equilibrada no primeiro tempo, com o Cruzeiro dominando a posse de bola, mas foi o Nacional que teve as melhores chances. No intervalo, o Cruzeiro trocou a camisa azul pela branca, e aos dois minutos do segundo tempo, Renato Gaúcho abriu o placar para os mineiros. No entanto, o Atlético Nacional reagiu rapidamente: aos 13 minutos, Célio Lúcio cometeu um pênalti sobre Aristizábal, e Restrepo converteu, empatando o jogo. Já perto do final, outro pênalti foi marcado para o Nacional após toque de mão de Luizinho, mas desta vez Paulo César defendeu a cobrança de Restrepo, garantindo o empate por 1 a 1. Após o jogo, os jogadores do Cruzeiro tiveram que esperar em campo, pois torcedores colombianos atiravam pedras em protesto.
O massacre no Mineirão
No segundo jogo, no Mineirão, o cenário foi bem diferente. Motivado pela chance de avançar e contando com o retorno dos titulares Nonato, Douglas e Boiadeiro, o Cruzeiro entrou em campo com uma postura ofensiva. A diretoria ofereceu um prêmio adicional para incentivar a equipe, e o técnico Jair Pereira planejou uma atuação agressiva. A confiança cruzeirense se ampliou ao saber que o Nacional, priorizando o campeonato colombiano, enviara uma equipe reserva ao Brasil. Renato Gaúcho, irritado com a atitude do adversário, declarou que o Cruzeiro iria "massacrar" o Nacional.

E assim foi: diante de 65 mil torcedores, o Cruzeiro impôs uma goleada histórica de 8 a 0. Renato Gaúcho teve uma atuação memorável, marcando cinco gols na partida, incluindo um em que finalizou sentado no gramado. Foi a maior goleada da história do Cruzeiro em competições internacionais e a maior derrota sofrida pelo futebol colombiano em torneios oficiais, um feito lembrado até hoje como "La masacre de Belo Horizonte". Com o resultado de 9 a 1 no placar agregado, o Cruzeiro avançou com autoridade para as quartas de final, solidificando sua campanha rumo ao bicampeonato da Supercopa.


QUARTAS DE FINAIS
Cruzeiro x River Plate
O Cruzeiro viveu uma verdadeira batalha para chegar às semifinais da Supercopa em 1991. O adversário das quartas de final, River Plate, não só trazia a força de um dos maiores clubes da Argentina como também buscava uma "vingança" pela perda da Supercopa do ano anterior. Com um elenco renovado, mas ainda repleto de jogadores da seleção argentina campeã da Copa América de 1991, os "Millonarios" representavam uma grande ameaça. 
O confronto foi tratado como uma final antecipada, repleta de tensões e expectativas de ambos os lados.

Primeiro Jogo: Vitória Estratégica no Mineirão
O primeiro jogo foi realizado no Mineirão, em Belo Horizonte, no dia 21 de outubro. 
A partida começou com a promessa do técnico Jair Pereira de que o Cruzeiro adotaria uma postura agressiva, tentando decidir o jogo nos primeiros minutos. O atacante Renato Gaúcho, que vivia excelente fase, era o destaque do time e a maior esperança da torcida para abrir o placar. Com 66.090 pagantes, o estádio estava lotado, e a energia dos torcedores cruzeirenses era sentida em cada canto.
Desde o início, o Cruzeiro encontrou dificuldade em superar a marcação argentina, mas soube ajustar a estratégia. Aos 29 minutos, numa tabela rápida entre Luiz Fernando e Betinho, Renato Gaúcho recebeu na área e foi derrubado por Astrada. O juiz assinalou o pênalti, e Paulo Roberto cobrou com precisão, levantando a torcida no Mineirão. Renato sofreu uma lesão no lance, mas insistiu em permanecer em campo, mostrando a raça típica do futebol mineiro.

O gol abalou o River Plate, que passou a reagir com faltas agressivas. Pouco depois, Astrada foi expulso por atingir Luizinho com violência. A situação se agravou para os argentinos quando, aos 37 minutos, o atacante Ramón Diaz se chocou de cabeça com Douglas e precisou ser levado ao hospital com suspeita de traumatismo craniano. A pressão do Cruzeiro continuou, e a equipe ainda viu o River Plate acertar a trave perto do fim do primeiro tempo, em um lance que quase resultou no empate.
No segundo tempo, o técnico do River, Daniel Passarella, fez ajustes para fortalecer o ataque. Mesmo com um jogador a menos, o River voltou mais agressivo, mas a equipe cruzeirense manteve a calma. Após Renato Gaúcho precisar deixar o campo devido à lesão, Jair Pereira fez uma mudança decisiva: Roberto Gaúcho entrou e logo incendiou o jogo. Em poucos minutos, ele criou três grandes chances, uma delas resultando em um gol contra do zagueiro Cocca, selando o placar em 2 a 0 para o Cruzeiro.


Segundo Jogo: Um Verdadeiro Inferno no Monumental de Núñez
No dia 28 de outubro, o Cruzeiro enfrentaria o River Plate em Buenos Aires. Desde o início, o clima hostil era evidente. A diretoria do River, determinada a encher o estádio, reduziu os preços dos ingressos, tornando o Monumental de Núñez uma caldeira de mais de 70 mil torcedores fanáticos. Para agravar a situação, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que deveria comparecer para apoiar o time mineiro, não foi ao jogo.
Antes da partida, a tensão só aumentava. Na chegada ao estádio, o ônibus do Cruzeiro foi cercado por torcedores do River, que tentaram virá-lo e atacaram a delegação com cadeiras e bombas. Durante o aquecimento, uma pedra atingiu o rosto de Roberto Gaúcho, exigindo que ele recebesse pontos no nariz. Tudo indicava que seria uma noite difícil para os cruzeirenses.

Mesmo sob tanta pressão, o Cruzeiro entrou em campo focado em administrar a vantagem do primeiro jogo. O River pressionava, mas o time mineiro estava bem-posicionado defensivamente. Em uma jogada rápida, Roberto Gaúcho quase marcou, obrigando o zagueiro Cáceres a salvar em cima da linha. Com o avanço do jogo, o Cruzeiro controlava as investidas do River e criava as melhores chances.

Nos últimos quinze minutos, no entanto, o árbitro chileno Henrique Marín começou a dar cartões amarelos aos cruzeirenses por qualquer motivo. Aos 35 minutos, expulsou Luizinho por suposta demora na cobrança de um tiro de meta. Jair Pereira tentou reforçar a defesa substituindo Betinho por Adilson, mas, logo em seu primeiro lance, Adilson sofreu uma entrada violenta de Da Silva, fraturando a perna pela segunda vez no ano. Em seguida, Boiadeiro foi expulso por reclamar de uma agressão, deixando o Cruzeiro com apenas oito jogadores em campo.

Foi nesse momento que a arbitragem interveio novamente, marcando um pênalti questionável a favor do River aos 44 minutos. Ramón Diaz cobrou e converteu. Em seguida, outro pênalti foi assinalado, e, embora Paulo César defendesse a cobrança, Silvani marcou no rebote, levando o jogo para os pênaltis.

A Classificação nos Pênaltis e as Repercussões
Nos pênaltis, cada lance foi uma batalha de nervos. Após uma série tensa de cobranças, Ramón Diaz desperdiçou a última cobrança do River, e Douglas marcou para o Cruzeiro, selando a vitória por 5 a 4. A celebração da equipe foi manchada pelo tumulto que se seguiu: torcedores invadiram o campo e arremessaram objetos, e, na saída, o volante Rogério Lage foi agredido.

Com o retorno ao Brasil, o presidente da Federação Mineira, Elmer Guilherme, anunciou que levaria o caso à Confederação Sul-Americana, exigindo a suspensão do Monumental de Núñez e a eliminação de Henrique Marín do quadro de árbitros.



A SAGA DAS SEMIFINAIS ENTRE CRUZEIRO E OLIMPIA 
Depois de triunfar contra fortes adversários nas fases anteriores, o Cruzeiro se preparava para enfrentar o Olímpia do Paraguai nas semifinais da Supercopa. O confronto prometia ser intenso, com o “Rei de Copas” paraguaio chegando fortalecido após eliminar o São Paulo, campeão da Libertadores, nas quartas de final. Jair Pereira, treinador do Cruzeiro, sabia dos perigos que o Olímpia trazia. "Temos que estar preparados para o clima de guerra. O estádio deles não oferece muita segurança e favorece o jogo de pressão deles", alertava. De olho nas estratégias do adversário, Jair acompanhou jogos do Olímpia e observou o desempenho de Raul Amarilla, atacante que não teve sucesso contra o Atlético na final da Conmebol, mas brilhou ao marcar contra o São Paulo. No entanto, o Cruzeiro entraria desfalcado de Luizinho e Boiadeiro, o que levou o técnico a escalar o jovem Arley e o volante Rogério Lage.

Primeiro Jogo: Cruzeiro enfrenta o Olímpia no Defensores del Chaco
Na quarta-feira, 4 de novembro de 1992, o Cruzeiro entrou em campo no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, diante de 23.667 torcedores paraguaios. A partida começou intensa, mas o Cruzeiro, bem-organizado, dominou as ações no primeiro tempo. Aos 19 minutos, o Olímpia assustou em uma jogada de Caballero, mas o time mineiro seguiu firme em seu esquema defensivo. Renato Gaúcho teve duas chances de abrir o placar: na primeira, cabeceou para fora após cruzamento de Paulo Roberto; na segunda, acertou a trave depois de rebote do goleiro Goycochea.
Aos 32 minutos, o gol veio! Nonato cruzou da esquerda e, após uma grande defesa do goleiro, Luiz Fernando não desperdiçou a segunda chance e marcou para o Cruzeiro. O Olímpia tentou pressionar no segundo tempo com bolas aéreas, mas o Cruzeiro segurou firme e teve contra-ataques perigosos. Num deles, Renato Gaúcho lançou Roberto Gaúcho, que perdeu uma chance cara a cara com o gol. Ao final, o Cruzeiro saiu de Assunção com uma vitória por 1 a 0, mostrando sua força e deixando a imprensa paraguaia impressionada. Nos jornais, o Cruzeiro era exaltado, e o jornal Hoy destacava: "Cruzeiro dobra o Olímpia novamente."

Segundo Jogo: O Cruzeiro confirma a vaga para a Final
A segunda partida, no Mineirão, na quarta-feira, 11 de novembro de 1992, reuniu uma multidão de 89.022 pessoas, um público recorde que lotou o estádio para apoiar o time. O Olímpia, após uma derrota no campeonato paraguaio, chegava pressionado, enquanto o Cruzeiro tinha a confiança e a força de sua torcida ao lado. Com um incentivo de US$ 5 mil por jogador oferecido pela diretoria do Olímpia em caso de vitória, os paraguaios sabiam que precisavam de um verdadeiro milagre em Belo Horizonte.

Logo aos dois minutos de jogo, o Cruzeiro iniciou o confronto com força total. Renato Gaúcho foi derrubado na área, e Paulo Roberto converteu o pênalti, para a explosão da torcida cruzeirense. Mesmo com dores após o lance, Renato permaneceu em campo, e o Cruzeiro seguiu pressionando. O Olímpia, no entanto, igualou aos 30 minutos, em um contra-ataque rápido, com Amarilla marcando o gol de empate. Logo após o gol, Amarilla precisou sair, sentindo uma lesão, assim como González, outro jogador-chave da equipe paraguaia.
Na volta para o segundo tempo, o Cruzeiro ainda controlava as ações e insistia nas jogadas aéreas. Aos 18 minutos, Roberto Gaúcho, ao receber um cruzamento de Nonato, dominou no peito e acertou um chute indefensável, colocando o Cruzeiro na frente e fazendo o Mineirão explodir em festa. Poucos minutos depois, Renato Gaúcho, lesionado, deixou o campo, mas o Cruzeiro seguiu forte. Mesmo com a vantagem, a partida foi tensa até o fim. Aos 36 minutos, o Olímpia empatou com o zagueiro Ramirez. A torcida cruzeirense prendeu a respiração nos minutos finais quando o Olímpia quase virou em um chute de Cavallero, mas Paulo César fez uma defesa espetacular.

Após o apito final, a festa tomou conta do Mineirão. O Cruzeiro comemorava a vaga para a final, conquistada com muita luta e determinação. Além disso, o time estrelado alcançou um recorde de renda no futebol brasileiro. Mais que uma vitória, o Cruzeiro conquistava o respeito e o reconhecimento como um gigante continental, preparado para brilhar em mais uma final de Supercopa.



A FINAL HISTÓRICA DA SUPERCOPA DE 1992:
CRUZEIRO VS RACING
Em novembro de 1992, o Cruzeiro chegou a uma decisão emocionante e cheia de história contra o Racing Club pela Supercopa dos Campeões. Repetindo a disputa da primeira edição da competição em 1988, quando o Racing levou o título, o encontro desta vez tinha um sabor especial de vingança para o time mineiro. Motivado a reverter o resultado de anos atrás, o Cruzeiro, apelidado de "Dream Team" por sua qualidade técnica, estava determinado a dar uma resposta contundente aos argentinos.



PRIMEIRO JOGO
Cruzeiro Impõe Goleada no Mineirão
Na noite de 18 de novembro de 1992, o Cruzeiro entrou em campo no Mineirão diante de mais de 78 mil torcedores para enfrentar o Racing Club no primeiro jogo da final da Supercopa. A atmosfera era de revanche, já que, quatro anos antes, em 1988, os argentinos haviam superado o Cruzeiro na mesma competição. Dessa vez, porém, o time cruzeirense estava determinado a deixar tudo em campo para garantir uma vantagem significativa.
O técnico Jair Pereira apostou numa escalação ofensiva, contando com Paulo César no gol; Paulo Roberto e Nonato como laterais; Célio Lúcio e Luizinho na zaga; Douglas e ; Boiadeiro na contenção do meio de campo e Luis Fernando na criação; Betinho, Renato Gaúcho Roberto Gaúcho no ataque. Do outro lado, o Racing de Humberto Grondona tinha Roa no gol; Reinoso, Borelli, Zaccanti e Distefano na defesa; Matosas e Costas como volantes; Paz e Claudio García nas pontas; e Graciano no ataque.
Desde o início, o Cruzeiro mostrou-se superior, atacando com intensidade. Aos 17 minutos, Luiz Fernando quase abriu o placar, mas foi apenas aos 31 minutos que o primeiro gol veio. Em uma jogada rápida, Betinho desarmou Reinoso na lateral e avançou até a linha de fundo, cruzando para a área. A defesa do Racing tentou afastar, mas a bola sobrou para Roberto Gaúcho, que, de primeira, acertou um chute que desviou na defesa argentina, enganando o goleiro Roa. Com o gol, o Mineirão explodiu em festa.
O segundo tempo começou com o Cruzeiro pressionando ainda mais. Logo aos 8 minutos, em uma entrada dura, Zaccanti foi expulso após atingir Renato Gaúcho por trás. Aproveitando a vantagem numérica, o Cruzeiro não demorou a ampliar. Aos 11 minutos, Boiadeiro lançou Renato Gaúcho, que avançou até a linha de fundo e cruzou para Roberto Gaúcho marcar de cabeça: Cruzeiro 2 a 0.
O Racing, já pressionado, precisou reforçar a defesa, e Grondona substituiu o atacante Graciano pelo defensor Vallejos. No entanto, o Cruzeiro seguiu dominando. Aos 24 minutos, Roberto Gaúcho fez grande jogada, driblando seus marcadores antes de rolar a bola para Luiz Fernando, que, com precisão, chutou rasteiro no canto direito, marcando o terceiro gol cruzeirense.
O time argentino, já nervoso, perdeu outro jogador aos 35 minutos, quando Borelli foi expulso após falta dura. Aproveitando a fragilidade do adversário, o Cruzeiro encerrou a goleada aos 40 minutos, quando Boiadeiro arriscou de fora da área, marcando o quarto gol e deixando o título praticamente garantido.
A vitória de 4 a 0 colocou o Cruzeiro com uma vantagem confortável para o jogo de volta. Após o apito final, a torcida cruzeirense celebrou, e jornais argentinos como o Clarín e o La Nación exaltaram a força do Mineirão e o domínio cruzeirense.


SEGUNDO JOGO
Cruzeiro administra a vantagem e conquista a Supercopa
Em uma noite tensa de quarta-feira, 25 de novembro, os cruzeirenses chegaram em vantagem, após a expressiva vitória de 4 a 0 no Mineirão. Com cerca de 30 mil torcedores nas arquibancadas, a atmosfera era de intimidação e expectativa por uma reviravolta do time argentino, que baixou os preços dos ingressos na tentativa de lotar o estádio e acalorar ainda mais a decisão.
O Pré-Jogo e a Estratégia
O técnico Jair Pereira, ciente da pressão que enfrentariam, optou por uma postura defensiva, segurando o avanço dos laterais Paulo Roberto e Nonato e buscando explorar os contra-ataques. A ideia era frustrar o ímpeto ofensivo do Racing, que, jogando em casa, precisaria se lançar ao ataque para reverter o placar agregado. Durante a semana, o ambiente no Cruzeiro era de cautela e preparação para uma partida de intensa provocação física. O atacante Betinho e o meia Luiz Fernando previam um jogo marcado pela catimba argentina, e todos estavam prontos para encarar não apenas o adversário, mas o clima hostil.
As Escalações
Racing Club: Roa; Reinoso, Vallejos (substituído por F. Torres), Distefano, Costas; Matosas (substituído por Cabrol),
Paz, Guendulain, C. Torres, C. Garcia, Graciani.
Cruzeiro: Paulo César; Paulo Roberto, Luisinho, Célio Lúcio, Nonato; Douglas, Luis Fernando, Boiadeiro; Renato,
Roberto Gaúcho (substituído por Arley), Betinho (substituído por Rogério Lage).


Primeiro Tempo
O Racing começou com uma postura agressiva e com passes rápidos, buscando o gol logo no início. Ainda no primeiro minuto, o time argentino teve uma oportunidade de abrir o placar. Aos 13 minutos, um escanteio perigoso quase resultou em gol para o Racing, mas a defesa cruzeirense afastou a bola em cima da linha. Aos poucos, o Cruzeiro se ajustou e equilibrou o jogo. Aos 16 minutos, Boiadeiro recebeu de Renato e chutou forte, mas Roa fez uma grande defesa. Do outro lado, Paulo César também se destacou, defendendo uma cabeçada perigosa de Carlos Torres.
A pressão sobre o Racing aumentou quando Matosas saiu lesionado aos 37 minutos. No final do primeiro tempo, o Cruzeiro quase marcou com Renato, que, após receber cruzamento de Paulo Roberto, chutou para mais uma boa defesa de Roa.

Segundo Tempo
O técnico Grondona, em uma tentativa desesperada de reverter o placar, colocou mais um atacante, Felix Torres, no lugar do defensor Vallejos.
Jair Pereira respondeu reforçando a marcação com a entrada de Rogério Lage no lugar de Betinho. Foi então que o árbitro paraguaio Juan Francisco Escobar começou a influenciar o jogo. Rogério Lage, em sua primeira disputa de bola com Cláudio Garcia, foi expulso, deixando o Cruzeiro com um
a menos. O Racing também teve a chance de abrir o placar com uma cobrança de falta de Gustavo Costas, mas o goleiro Paulo César, atento, garantiu a defesa.
Mesmo em desvantagem numérica, o Cruzeiro continuou levando perigo ao gol adversário. Boiadeiro protagonizou um dos melhores momentos
do jogo, ao partir do meio de campo, driblar dois marcadores e arriscar um chute por cobertura, que obrigou Roa a se esticar e evitar o gol.
Quando o Racing parecia sem forças para marcar, o Cruzeiro perdeu mais um jogador aos 30 minutos. Douglas foi expulso, e Jair Pereira precisou reorganizar o time com a entrada do zagueiro Arley no lugar de Roberto Gaúcho, que foi o artilheiro do campeonato com 6 gols marcados. Apesar
do esforço, o Cruzeiro não conseguiu segurar a pressão até o final, e, aos 41 minutos, Cláudio Garcia marcou de pênalti, deixando o Racing com
a vitória de 1 a 0. Logo em seguida, Garcia foi expulso, após discutir com o zagueiro Luizinho.

Pós-Jogo e Celebração do Título
Com o apito final, alguns torcedores invadiram o gramado, e a festa cruzeirense foi discreta. O troféu da Supercopa foi entregue no vestiário, longe dos olhares do público. O empresário Jorge Sanches Merenda ainda fez uma oferta milionária pelo passe de Roberto Gaúcho, mas o presidente do Cruzeiro, César Masci, recusou a proposta.
Enquanto a equipe se preparava para voltar ao Brasil, a festa tomava conta das ruas de Belo Horizonte, onde telões montados atraíram milhares 
de cruzeirenses. No desembarque, a delegação foi recebida com grande euforia no aeroporto da Pampulha e seguiu para a prefeitura, onde uma multidão tomou a Avenida Afonso Pena para saudar o bicampeonato. A conquista da Supercopa na Argentina consolidava o Dream Team cruzeirense como uma das grandes forças do continente, transformando o sonho em realidade.



DESFECHO DA SUPERCOPA
Após a consagração do Cruzeiro na Supercopa Libertadores de 1992, o torneio se tornou um palco de intensas rivalidades entre os principais clubes da América do Sul. A competição, que havia sido fundada em 1988, passou por transformações e apresentou uma série de finais emocionantes até seu encerramento em 1997. Durante esses anos, clubes argentinos, brasileiros e paraguaios se alternaram como campeões, tornando-se protagonistas de uma história rica em conquistas e rivalidades.
1993: São Paulo
Na edição de 1993, o São Paulo Futebol Clube foi o grande vencedor. Após um primeiro jogo recheado de emoções, que terminou em 2 a 2 contra o Flamengo, o Tricolor Paulista conseguiu se sobressair na disputa de pênaltis, vencendo por 5 a 3. Essa conquista reforçou a força do futebol paulista na competição e foi um passo importante para a construção da era de ouro do São Paulo, que se consolidaria nos anos seguintes.
1994 e 1995: Independiente
O Independiente, tradicional clube argentino voltou a brilhar em 1994 ao conquistar a Supercopa. O time enfrentou o Boca Juniors, e após um primeiro jogo equilibrado, que terminou em 1 a 1, o Independiente se impôs no segundo, vencendo por 1 a 0 e garantindo mais um troféu em sua rica história.
Em 1995, a equipe repetiu a dose, conquistando o título novamente. O adversário da vez foi o Flamengo, que, apesar de uma vitória no primeiro jogo por 1 a 0, não conseguiu manter a vantagem. No segundo confronto, o Independiente se impôs com um convincente 2 a 0, selando seu status de gigante do futebol sul-americano.
1996: Vélez Sarsfield
A edição de 1996 trouxe uma nova equipe ao topo do pódio. O Vélez Sarsfield enfrentou o Cruzeiro em uma final marcada pela tensão. No primeiro jogo, o Cruzeiro perdeu por 1 a 0 em Buenos Aires, e na volta, o Vélez novamente mostrou sua força, vencendo por 2 a 0 no Mineirão. A vitória consolidou o Vélez como um dos clubes de destaque no futebol argentino, e sua conquista da Supercopa ficou marcada pela disciplina tática e pelo talento de seus jogadores.
1997: River Plate
Em 1997, o River Plate, um dos maiores clubes da Argentina, conquistou o último título da Supercopa. A equipe enfrentou o São Paulo em uma final equilibrada. O primeiro jogo terminou em 0 a 0, mas no segundo, o River Plate se impôs, vencendo por 2 a 1 e encerrando a história da competição de forma grandiosa. Essa vitória foi um reflexo da força e da tradição do River Plate, que continuava a ser um dos clubes mais vitoriosos da América do Sul.

Legado da Supercopa
Com o encerramento da Supercopa em 1997, o torneio deixou um legado significativo no futebol sul-americano. Clubes como Cruzeiro, Independiente e Vélez Sarsfield se destacaram, enquanto o futebol brasileiro, representado por equipes como São Paulo e Flamengo, também mostrou sua força. No total, a competição viu equipes argentinas dominarem, com seis títulos, seguidas por três do Brasil e um do Paraguai, evidenciando a intensa rivalidade e a qualidade do futebol na região.
A Supercopa, com suas emocionantes finais e reviravoltas, permanece na memória dos torcedores como um dos momentos mais icônicos do futebol sul-americano, celebrando o que há de melhor nas competições entre clubes.

CAMPEÕES E VICES
1988 - Campeão: Racing Club / Vice: Cruzeiro
1989 - Campeão: Independiente / Vice: Boca Juniors
1990 - Campeão: Olimpia (Paraguai) / Vice: Nacional (Uruguai)
1991 - Campeão: Cruzeiro / Vice: River Plate
1992 - Campeão: Cruzeiro / Vice: Racing Club
1993 - Campeão: São Paulo / Vice: Flamengo
1994 - Campeão: Independiente / Vice: Boca Juniors
1995 - Campeão: Independiente / Vice: Flamengo
1996 - Campeão: Vélez Sarsfield / Vice: Cruzeiro
1997 - Campeão: River Plate / Vice: São Paulo

Fontes: Almanaque do Cruzeiro Esporte Clube 1921-2013- RIBEIRO, Henrique, Esporte News Mundo
Portal Terra, Itatiaia, Jornal Hoje em Dia, Globo, Jornal Estado de Minas e Rsssfbrasil.
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