Campeonatos

No mundo, a crise financeira desencadeada nos Estados Unidos abalou as economias, enquanto a eleição do presidente Barack Obama como o primeiro afro-americano dos EUA trouxe esperança de mudanças sociais.

Nos esportes, as Olimpíadas de Pequim impressionaram com registros históricos de Usain Bolt e Michael Phelps. No Brasil, o impacto da crise foi amenizado pelo crescimento econômico impulsionado pelo boom das commodities, e o futebol nacional viu o São Paulo conquistar o tricampeonato consecutivo no Brasileirão.

Culturalmente, o mundo celebrou a inovação com o lançamento do iPhone 3G e o impacto global de O Cavaleiro das Trevas no cinema. No Brasil, o sertanejo universitário e o funk carioca ganharam força, enquanto o cinema nacional brilhou com Meu Nome Não é Johnny . O país também vive intensos debates políticos, escândalos de corrupção e avanços na infraestrutura através do PAC.

Em meio a esse contexto de mudanças e desafios, o Cruzeiro Esporte Clube consolidou sua tradição no futebol brasileiro, participando de competições nacionais e internacionais e reafirmando sua importância no cenário esportivo.


ELENCO
O elenco do Cruzeiro em 2008 foi formado por um grupo talentoso e diversificado, reunindo atletas experientes e promessas que se destacaram ao longo da temporada. 

No gol, a segurança de Fábio, que já despontava como ídolo, foi complementada por opções como Gatti, André e Lauro.

Na zaga, nomes como Giovanny Espinoza, defensor experiente e de renome internacional, juntaram-se a jovens promissores como Thiago Heleno, além de jogadores consistentes como Émerson Nunes e Léo Fortunato.

As laterais apresentaram diversidade e profundidade, com a força ofensiva de jogadores como Apodi e Mariano, além da experiência de atletas como Fábio Santos e Maurinho. 

Já no meio campo, o Cruzeiro contava com uma combinação de talento e vigor. Ramires, em ascensão meteórica, foi um dos grandes destaques da equipe, ao lado do incansável Marquinhos Paraná e de volantes versáteis como Fabrício e Henrique. O setor criativo foi liderado por Wagner, um dos motores do time, e complementado por jovens habilidosos como Kerlon, conhecido por suas jogadas ousadas.

No ataque, o poder de decisão ficou por conta de jogadores como Marcelo Moreno, artilheiro e referência ofensiva, e Thiago Ribeiro, que contribuíram com velocidade e gols importantes. Outros atacantes, como Alecsandro e Weldon, garantiram opções ao longo das competições.
A temporada de 2008 marcou também o início de uma era de sucesso sob o comando de Adilson Batista. Apesar de ter sido recebido com ceticismo, o ex-zagueiro rapidamente mostrou seu valor, transformando-se em um dos maiores treinadores da história do clube. Seu domínio nos clássicos contra o Atlético-MG consolidou sua posição como um dos símbolos da superioridade celeste naquela época. O elenco de 2008, com seu equilíbrio entre juventude e experiência, desempenhou um papel essencial nesse sucesso e ajudou a fortalecer a tradição de excelência do Cruzeiro Esporte Clube.


CAMPEONATO MINEIRO 2008
O Campeonato Mineiro de 2008, em sua 94ª edição, trouxe a tradição e a rivalidade do futebol mineiro em um formato emocionante, dividido em três fases. A competição teve início em 27 de janeiro e se estendeu até 4 de maio, contando com 12 equipes disputando o título estadual. 
Na primeira fase, todos os times se enfrentaram em sistema de pontos corridos, com os quatro melhores avançando às semifinais. A segunda fase consistiu em duelos eliminatórios, em partidas de ida e volta, para definir os dois finalistas. Na terceira e última fase, a grande final também foi decidida em dois jogos. Paralelamente, os dois últimos apresentados na tabela da fase inicial foram rebaixados ao Módulo II.
Os participantes formaram um panorama diverso, incluindo clubes tradicionais como Cruzeiro, Atlético-MG e Villa Nova, além de equipes em ascensão como Ipatinga e Ituiutaba. A presença dos promovidos Social e Uberaba adicionou novos elementos à competição, enquanto outras vezes, como Tupi e Democrata-GV, trouxeram a força do interior mineiro.
O Cruzeiro chegou ao Campeonato Mineiro de 2008 como o grande favorito, assumindo a responsabilidade de manter a hegemonia estadual. A expectativa da torcida era alta, especialmente pelo bom desempenho do time nas edições anteriores, que consolidaram a equipe como uma das mais dominantes da história recente do estadual. Sob o comando de Adilson Batista e com um elenco qualificado, o objetivo era não apenas conquistar o tricampeonato consecutivo, mas também reafirmar sua superioridade frente aos rivais.


PRIMEIRA FASE
O primeiro turno do Campeonato Mineiro de 2008 foi marcado por uma campanha sólida do Cruzeiro, que declarou força e consistência ao longo da fase de classificação. A equipe estreou de forma avassaladora, goleando o Uberaba por 4 a 0 no Mineirão, com atuações executadas de Wagner e do zagueiro Thiago Heleno, autores de dois gols cada. Esse resultado deu o tom de uma equipe determinada para buscar o tricampeonato consecutivo.
Após a vitória inicial, o Cruzeiro manteve o ritmo e somou três pontos em casa contra o Democrata/SL, vencendo por 3 a 0 com gols de Leandro Domingues, Marcinho e Charles. Em um confronto mais equilibrado, diante do Guarani, a equipe celeste triunfou por 3 a 2 com a participação decisiva de Marcel, autor de dois gols, e Marcinho, mostrando sua regularidade.
A sequência trouxe desafios, mas o Cruzeiro seguiu forte. Contra o Villa Nova, no Mineirão, uma vitória por 3 a 2 contorno com gols de Leandro Domingues, Marcelo Moreno e novamente Marcel, enquanto a defesa celeste precisou segurar a pressão nos minutos finais. Fora de casa, desafio o Social, o time venceu por 2 a 1 com gols de Marcinho e do zagueiro Thiago Martinelli, consolidando-se no topo da tabela.
O clássico contra o Atlético-MG, na 7ª rodada, terminou em um empate sem gols, em um jogo muito disputado que evidenciou o equilíbrio entre as duas equipes. Na rodada seguinte, porém, o Cruzeiro sofreu sua primeira derrota, questionado pelo Rio Branco no Mineirão por 1 a 0, com gol de Bruno Mineiro, em uma partida onde o ataque celeste encontrou dificuldades para furar a defesa adversária.
A recuperação veio rapidamente, com vitórias importantes fora de casa. Contra o Democrata/GV, o Cruzeiro venceu por 2 a 1, com Marcelo Moreno e Apodi garantindo os gols. Em seguida, a equipe empatou com o Ituiutaba em 1 a 1, em um confronto truncado, com Thiago marcando o gol cruzeirense.
Nas rodadas finais, o Cruzeiro reafirmou sua força. Com uma vitória tranquila por 2 a 0 sobre o Ipatinga, com gols de Fabinho e Marcinho, e um triunfo fora de casa contra o Tupi por 2 a 1, com gols de Espinosa e Marcelo Moreno, a equipe venceu a fase de classificação na liderança, mostrando regularidade e força em momentos decisivos.
A campanha de 2008 do Cruzeiro no primeiro turno do Mineiro foi marcada pelo equilíbrio entre a força ofensiva de jogadores como Marcelo Moreno e Marcinho, e a consistência defensiva em jogos cruciais. Essa solidez colocou a equipe em uma posição privilegiada para avançar às semifinais e buscar mais um título estadual.


SEMIFINAIS Cruzeiro x Ituiutaba

Primeiro Jogo: Ituiutaba 4x4 Cruzeiro
Nas semifinais do Campeonato Mineiro de 2008 colocaram o Cruzeiro frente a frente com o Ituiutaba, em um duelo marcado por muita emoção e gols. A primeira partida, disputada no dia 12 de abril, no estádio do adversário, foi um verdadeiro espetáculo ofensivo, terminando em um empate eletrizante por 4 a 4. O Cruzeiro começou melhor e abriu vantagem com um gol de Ramires, aos 7 minutos, e um gol contra de Amarildo, aos 17 minutos. No entanto, o Ituiutaba reagiu com Pachola, que marcou aos 48 minutos. O equilíbrio do confronto ficou evidente no segundo tempo, com Marcelo Moreno e Guilherme ampliando para o Cruzeiro, mas o time da casa voltou a ataque e buscou o empate com gols de Rodrigo Hote e novamente Pachola. A partida foi um teste de resiliência para os comandados de Adilson Batista.

Segundo Jogo: Cruzeiro 3x1 Ituiutaba
No jogo de volta, realizado no Mineirão em 20 de abril, o Cruzeiro aproveitou o apoio da torcida e fez valer sua superioridade técnica para garantir a vaga na final. Embora o Ituiutaba tenha saído na frente com um gol de Moreno aos 22 minutos, o Cruzeiro manteve a calma e virou o placar no segundo tempo. Espinoza, de cabeça, empatou aos 57 minutos, enquanto Leandro Domingues, em bela jogada individual, colocou a equipe celeste à frente aos 72 minutos. Guilherme selou a vitória com um gol aos 83 minutos, consolidando o placar em 3 a 1 e garantindo o Cruzeiro na decisão do campeonato.
Com o desempenho nas semifinais, o Cruzeiro mostrou não apenas sua qualidade técnica, mas também sua capacidade de superar adversidades, confirmando o favoritismo e avançando na busca pelo tricampeonato estadual.


FINAIS Cruzeiro x Atlético

Primeiro jogo - Atlético 0x5 Cruzeiro        
A primeira partida da final do Campeonato Mineiro de 2008 ficou marcada na história do futebol mineiro como um dos momentos mais icônicos do clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG. No dia 27 de abril, o Cruzeiro aplicou uma goleada inesquecível de 5 a 0 sobre o rival, justamente no ano do centenário do Atlético, diante de 48.903 torcedores no Mineirão. O placar elástico consolidou a superioridade técnica do time celeste e praticamente definiu o título estadual.
A partida começou equilibrada, com o Atlético-MG tentando impor pressão nos primeiros minutos. Aos 5 minutos, Fábio salvou o Cruzeiro com uma defesa milagrosa após cabeçada de Rafael Miranda. No entanto, a equipe comandada por Adilson Batista logo substituiu o controle do jogo. Aos 12 minutos, após cobrança de falta de Wagner, Marcelo Moreno aproveitou a saída errada do goleiro Juninho e abriu o placar de cabeça. Poucos minutos depois, aos 18, Jadílson cruzou forte e o zagueiro atleticano Marcos, em um lance infeliz, mandou contra as próprias redes: Cruzeiro 2 a 0.
A defesa celeste, liderada por Thiago Heleno e Espinoza, mostrou solidez ao bloquear as investidas do Atlético. Já o meio-campo estrelado, com Ramires e Wagner, explorava os espaços deixados pelo adversário. Aos 39 minutos, Wagner fez um belo lançamento para Ramires, que driblou Juninho com um lençol e ampliou a vantagem: 3 a 0 para o Cruzeiro no intervalo.
No segundo tempo, o Atlético tentou reagir com alterações, mas a equipe Celeste manteve o domínio. Aos 67 minutos, em mais uma jogada de velocidade, Guilherme recebeu um passe preciso, ajeitou na área e finalizou com resultados: 4 a 0. O golpe final veio aos 78 minutos, quando Leandro Domingues fez ótima jogada pela esquerda e rolou para Wagner, que completou para o gol, fechando a goleada histórica: Cruzeiro 5 a 0.
Escalações:
Cruzeiro: Fábio; Marquinhos Paraná, Thiago Heleno, Espinoza, Jadilson (Jonathan/62'); Henrique, Charles (Fabrício/68), Ramires, Wagner; Guilherme, Marcelo Moreno (Leandro Domingues/73'). Técnico: Adilson Batista.
Atlético-MG: Juninho; Gérson (Renan/46'), Marcos, Leandro Almeida, Thiago Feltri (Agustín Viana/46'); Rafael Miranda, Xaves, Márcio Araújo, Danilinho; Marques, Renan Oliveira (Marcelo Nicácio/66'). Técnico: Geninho.
O resultado não foi apenas uma afirmação do futebol apresentado pelo Cruzeiro naquele ano, mas também uma vingança simbólica da derrota sofrida na final de 2007. A goleada de 5 a 0, a maior da história dos clássicos no Mineirão até então, colocou o Cruzeiro em uma posição confortável para a partida de volta e consolidar a superioridade do time estrelada em um dos momentos mais marcantes do ano.


Segundo Jogo Cruzeiro 1x0 Atlético
No dia 4 de maio de 2008, o Mineirão foi palco da segunda partida da final do Campeonato Mineiro, onde o Cruzeiro confirmou sua
Com uma goleada histórica de 5 a 0 no primeiro jogo, o Cruzeiro chegou à partida final com uma vantagem colossal, podendo perder até por cinco gols de diferença para levantar a taça. Já o Atlético, diante de uma missão quase impossível, precisava de um milagre para reverter a situação.
A partida começou em ritmo mais lento, com o Cruzeiro controlando a posse de bola e ditando o ritmo do jogo. Sem forças para reagir, o Atlético parecia abatido e pouco produzido de forma agressiva. O Cruzeiro, por sua vez, optou por administrar a enorme vantagem construída no jogo anterior, mantendo o equilíbrio no meio de campo e evitando correr riscos desnecessários.
Na etapa complementar, o Atlético tentou mudar sua postura e partiu para o ataque, mas encontrou um Cruzeiro sólido defensivamente e com ampla confiança. Aos 23 minutos, a expulsão do volante Renan, do Atlético, dificultou ainda mais as esperanças alvinegras.
Sete minutos depois, aos 30 minutos, o gol que sacramentou a vitória celeste saiu. Wagner avançou pela esquerda e cruzou com resultados para Marcelo Moreno, que cabeceou firme, balançando as redes e inflamando a torcida azul.
Logo após o gol, um lance de provocação entre Danilinho, do Atlético, e Charles, do Cruzeiro, gerou uma confusão generalizada. Danilinho foi expulso e Charles também recebeu cartão vermelho por sua participação no tumulto. A partida ficou paralisada por seis minutos até que a situação fosse controlada.
Com o placar de 1 a 0 e o título já assegurado, o Cruzeiro manteve o controle do jogo até o apito final. O Mineirão foi feito por cânticos e festa da torcida celeste, que ainda ironizou o centenário do rival com cânticos de “parabéns” durante o jogo.
O Cruzeiro entrou em campo com: Fábio; Jonathan, Thiago Heleno, Thiago Martinelli, Fabrício (Guilherme); Jadílson (Charles), Elicarlos (Henrique), Marquinhos Paraná; Wagner, Marcelo Moreno e Marcinho. Técnico: Adílson Batista.
O Atlético foi escalado com: Juninho; Coelho (Xaves), Vinícius, Leandro Almeida, Agustín Viana (Renan); Rafael Miranda, Thiago Feltri, Márcio Araújo, Gerson; Danilinho e Eduardo (Marinho). Técnico: Geninho.
A campanha do Cruzeiro no Campeonato Mineiro de 2008 foi uma das mais dominantes de sua história recente, consolidando o título estadual com desempenho superior em praticamente todos os aspectos da competição. Líder absoluto na classificação geral, o time celeste somou 38 pontos em 15 jogos, com 11 vitórias, 3 empates e apenas 1 derrota.
O Cruzeiro teve o ataque mais eficiente do campeonato, com impressionantes 35 gols marcados, o que corresponde a uma média de 2,33 gols por jogo. Essa força de intervenção foi determinante, com destaques individuais como Marcelo Moreno e Wagner, que desenvolveu para as expressivas vitórias ao longo da campanha, incluindo a goleada por 5 a 0 sobre o Atlético na primeira partida da final.


A TEMPORADA
Em 2008, o Cruzeiro teve uma temporada cheia de altos e baixos, mas com desempenhos notáveis ​​nos campeonatos em que disputou, mostrando competitividade tanto no cenário nacional quanto internacional.
O Cruzeiro não participou da Copa do Brasil de 2008 devido à sobreposição de dados com a Copa Libertadores, onde a época também se envolveu. De acordo com as regras da época, os clubes que disputavam a Libertadores não poderiam participar da Copa do Brasil. Portanto, o time celeste, juntamente com outros grandes clubes como Fluminense, São Paulo, Santos e Flamengo, ficou fora dessa competição, concentrando esforços no torneio continental e no Campeonato Brasileiro.
No Campeonato Brasileiro de 2008, o Cruzeiro teve uma participação sólida, encerrando a competição em terceiro lugar. Com 21 vitórias, 4 empates e 13 derrotas, o time obteve 59 gols marcados e 44 sofridos, garantindo um aproveitamento de 58%. A equipe celeste mostrou força, especialmente no ataque, e conseguiu se manter entre os melhores da competição, o que lhe garantiu uma vaga para a segunda fase da Copa Libertadores de 2009. Essa campanha foi um reflexo da consistência do time, que manteve um bom desempenho ao longo de toda a competição, apesar de algumas derrotas inesperadas.
Na Copa Libertadores de 2008, o Cruzeiro teve a chance de brigar por uma vaga no torneio após encerrar o Campeonato Brasileiro de 2007 em 5º lugar. Porém, o time precisou passar pela fase preliminar (ou pré-Libertadores) para garantir a vaga na fase de grupos, o que foi um desafio a mais para a equipe. Após superar essa etapa, o Cruzeiro se classificou para a fase de grupos e se destacou ao terminar em 1º lugar no Grupo 1 com 11 pontos. No entanto, a caminhada celeste na competição foi interrompida nas oitavas de final. O time fez o poderoso Boca Juniors e foi derrotado nas duas partidas, com o time argentino vencendo por 2 a 1 em ambas as partidas. Esse resultado significou a segunda eliminação seguida do Cruzeiro nas oitavas de final da Libertadores, o que deixou um gosto amargo para os cruzeirenses, mas ao mesmo tempo demonstrou o nível de competitividade da equipe.
Em resumo, o Cruzeiro teve uma temporada de 2008 de bastante luta e boas campanhas. No Campeonato Brasileiro, foi firme e terminou no pódio, garantindo uma vaga na Libertadores do ano seguinte. Já na Libertadores, o time mostrou um bom desempenho até ser eliminado pelo Boca Juniors, enquanto a Copa do Brasil foi deixada de lado devido ao calendário da Libertadores. Mesmo com as eliminações, o Cruzeiro teve uma participação respeitável nos principais torneios do ano.

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